segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

BRUXARIA, REPRESSÃO E DESCONSTRUÇÃO DE UMA CRENÇA.


BRUXARIA, REPRESSÃO E DESCONSTRUÇÃO DE UMA CRENÇA

Kledna Sonalle B. de Sousa
A bruxaria demoníaca, entre os séculos XVI ao XVIII, na Europa, foi duramente perseguida em uma época de tensão religiosa, onde bruxaria e heresia se confundem, legitimando a perseguição. As torturas que os juizes aplicavam as vitimas da perseguição propiciava o sofrimento físico e psicológico com o intuito delas confessarem a participação no sabá e renegarem a Cristo. As vitimas, a maioria mulheres que eram condenadas por seu conhecimento de ervas, como também do clima do gado. As que eram adivinhas, trapaceiras e outros, que obtinham o reconhecimento em sua comunidade. As pessoas que tinham poder econômica e que interessava sua sorte, principalmente entre as elites, mas o maior numero era de pessoas simples, muitas vezes iletradas. O mito do sabá, do pacto satânico, e a missa negra, etc. era apenas, reminiscências de cultos pagãos que tinham valores opostos da Igreja, esta tenta demonizar esse culto, que principalmente os camponeses praticamente, e as mulheres que porque seu saber de ervas e da natureza. A Igreja remia qualquer que fosse perturbação a ordem, e as idéias renascentistas, como o paganismo, amoralismo, culto ao corpo, etc. Com o apoio dos príncipes absolutistas, a Igreja torna heresia, manifestações que ficam a margem de ambos, é crime. Incluindo-se perfeitamente a idéia de uma assembléia noturna, onde se “zombava” da ordem estabelecida. Com supostas orgias, danças, e banquetes satânicos. O que na verdade eram adorações ao deus Barco, Diana, Heda e outras forças da floresta. As novas praticas jurídicas que aos poucos sofre modificações com relação à bruxaria demoníaca, até ser extinta da legislação no inicio do século XVIII. Obtendo apoio da medicina, que não reconhecia a marca como satânica, e encarava os supostos bruxos como doentes, melancólicos, fantasiosos. Embebecidos nessa concepção, dos médicos que os juizes tem mais cautela, tanto com tanto com relação à acusação, como ao depoimento da vitima. Essas novas proposições sofreram resistências entre os tribunais e a própria população, que por vezes, puniam mulheres por conta própria. A crença na bruxaria foi silenciada, não convencida na mentalidade da população, em especial dos agricultores. Os demonologistas não tinham mais argumentos para condenar alguém à fogueira nem apoio de juristas e médicos para tal. Os libertinos, também pregavam o fim da bruxaria alimentando as duvidas dos juizes. Com a consolidação do século das luzes, a bruxaria, é rebaixada a uma superstição, e as pessoas que confessam a credulidade nela, insanas.
Mas o racionalismo, não erradica a crença na bruxaria, mas deu um ceticismo em relação ao que é doença e possessão diabólica na mentalidade de uma sociedade.

Revista Alpharrabios

Nenhum comentário: