Descreve como foi resgatado pelos presioneiros antes que fosse levado para a morte no crematório de Dachau
Quando chegamos, eu estava desmaiado, eu era... um dos três
que sobreviveram entre as 150 pessoas que estavam no vagão. Eles estavam todos... o resto
simplesmente estava morto. O que eles fizeram foi me pegar
pelas mãos e outra pessoa pelas pernas e, então, me
jogaram em uma maca...preparando para me levar para
o crematório. Era para onde eles levavam... aquele lugar era o objetivo
deles. E eles, de alguma forma... alguém que me carregava percebeu um
movimento de minha mão, que eu ainda estava vivo. Então, arriscando a sua vida, ele
me levou para uma barraca. Na verdade, era como se fosse um banheiro. Eu
na época estava confuso, não tinha a menor idéia de nada. Eu pensei...
quando eu entrei na banheiro, foi que... eu acordei, e
pensei que estava morto. Era como se eu estivesse em outro mundo. "O que estas pessoas
estão fazendo aqui? Onde estou?" E eu pensei, estava
totalmente confuso. Não conseguia saber onde estava. Então,
alguém veio e me contou o que havia acontecido, e explicou que
eu estava, simplesmente, a poucos segundos de ser levado para o
crematório quando eles perceberam que eu estava vivo. Eles disseram,
"Você é o primeiro jovem nessa idade que conseguiu sobreviver." E
então, eles me levaram e me esconderam, secretamente dentro dos alojamentos
deles. Não era para eu estar lá, eu
me tornei um herói para eles. Ali estavam pais que
disseram que se eu havia conseguido sobreviver, quem sabe seus filhos também
conseguiriam. E eles... já que não recebia nenhuma ração, porque eu
estava [escondido]... A ração era como se fosse uma fatia de pão, o suficiente para mantê-los
vivos até eles serem realmente... levados
para o crematório. E cada um que recebia um pedaço de pão,
pegava, partia um pedaço e me dava até que ficasse uma fatia, para que eu
conseguisse sobreviver. Eles disseram: "David, você precisa sobreviver e fazer com que o
mundo saiba o que aconteceu."
Velikiye-Bychkov, Tchecoslováquia, 1931
Os alemães ocuparam a cidade onde vivia David, a qual anteriormente havia sido anexada pela Hungria, em 1944. David foi deportado para Auschwitz, e junto com seu pai foi transportado para Plaszow. David foi enviado para o campo de Gross-Rosen e para Reichenbach (Langenbielau). Ele foi uma das 3 pessoas que sobreviveram entre as 150 que estavam sendo transportadas em um vagão de transporte de gado rumo a Dachau. Ele foi libertado após uma marcha da morte, que ia de Innsbruck em direção à linha de frente de combate entre as tropas norte-americanas e as alemãs.
— United States Holocaust Memorial Museum - Collections
Quando chegamos, eu estava desmaiado, eu era... um dos três
que sobreviveram entre as 150 pessoas que estavam no vagão. Eles estavam todos... o resto
simplesmente estava morto. O que eles fizeram foi me pegar
pelas mãos e outra pessoa pelas pernas e, então, me
jogaram em uma maca...preparando para me levar para
o crematório. Era para onde eles levavam... aquele lugar era o objetivo
deles. E eles, de alguma forma... alguém que me carregava percebeu um
movimento de minha mão, que eu ainda estava vivo. Então, arriscando a sua vida, ele
me levou para uma barraca. Na verdade, era como se fosse um banheiro. Eu
na época estava confuso, não tinha a menor idéia de nada. Eu pensei...
quando eu entrei na banheiro, foi que... eu acordei, e
pensei que estava morto. Era como se eu estivesse em outro mundo. "O que estas pessoas
estão fazendo aqui? Onde estou?" E eu pensei, estava
totalmente confuso. Não conseguia saber onde estava. Então,
alguém veio e me contou o que havia acontecido, e explicou que
eu estava, simplesmente, a poucos segundos de ser levado para o
crematório quando eles perceberam que eu estava vivo. Eles disseram,
"Você é o primeiro jovem nessa idade que conseguiu sobreviver." E
então, eles me levaram e me esconderam, secretamente dentro dos alojamentos
deles. Não era para eu estar lá, eu
me tornei um herói para eles. Ali estavam pais que
disseram que se eu havia conseguido sobreviver, quem sabe seus filhos também
conseguiriam. E eles... já que não recebia nenhuma ração, porque eu
estava [escondido]... A ração era como se fosse uma fatia de pão, o suficiente para mantê-los
vivos até eles serem realmente... levados
para o crematório. E cada um que recebia um pedaço de pão,
pegava, partia um pedaço e me dava até que ficasse uma fatia, para que eu
conseguisse sobreviver. Eles disseram: "David, você precisa sobreviver e fazer com que o
mundo saiba o que aconteceu."
Velikiye-Bychkov, Tchecoslováquia, 1931
Os alemães ocuparam a cidade onde vivia David, a qual anteriormente havia sido anexada pela Hungria, em 1944. David foi deportado para Auschwitz, e junto com seu pai foi transportado para Plaszow. David foi enviado para o campo de Gross-Rosen e para Reichenbach (Langenbielau). Ele foi uma das 3 pessoas que sobreviveram entre as 150 que estavam sendo transportadas em um vagão de transporte de gado rumo a Dachau. Ele foi libertado após uma marcha da morte, que ia de Innsbruck em direção à linha de frente de combate entre as tropas norte-americanas e as alemãs.
— United States Holocaust Memorial Museum - Collections
Museu do Holocausto
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