quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As Leis Raciais de Nuremberg

Exemplo das Leis Raciais de Nuremberg (a Lei de Cidadania do Reich e a Lei de Proteção do Sangue e da Honra Alemães). Alemanha, 15 de setembro de 1935.

— National Archives and Records Administration, College Park, Md.

Em 1935, no comício anual do Partido Nazista realizado na cidade de Nuremberg, foram anunciadas as novas leis que legalizavam muitas das teorias raciais errôneas que compunham a ideologia nazista. Aquelas leis tiraram a cidadania alemã dos judeus [judeus alemães, com antepassados nascidos e criados naquele país], e os proibiram de se casar ou manter relações sexuais com pessoas de "sangue alemão ou seus descendentes". Outras leis complementares os privaram da maioria de seus direitos políticos.

As Leis de Nuremberg, como ficaram conhecidas, não definiam um/a "judeu/judia" como alguém que possuísse uma crença religiosa específica. Pelo contrário, qualquer cristão que tivesse três ou quatro avós judeus era identificado como judeu, independentemente do fato daquela pessoa se considerar judia ou pertencer à comunidade religiosa judaica. Muitos alemães que jamais seguiram ou praticaram o judaísmo tornaram-se vítimas do terror nazista. Mesmo aqueles que haviam se convertido ao cristianismo, bem como seus filhos e netos, nascidos e criados como cristãos, eram definidos como judeus pelos nazistas.
Por um breve período, após o decreto das Leis de Nuremberg, nas semanas antecedentes e durante os Jogos Olímpicos realizados em Berlim, em 1936, o regime nazista diminuiu seus ataques antissemitas e até removeu de locais públicos alguns dos cartazes que diziam "Judeus não são bem-vindos aqui". Hitler não queria que críticas internacionais sobre seu governo discriminatório pudessem resultar na transferência dos Jogos para outro país pois tal perda seria um grande desastre para o prestígio alemão.

Após os Jogos Olímpicos, nos quais os atletas judeus foram proibidos pelo governo alemão de participar, os nazistas retomaram a perseguição aos judeus alemães. Em 1937 e 1938, o governo decidiu empobrecer os judeus, exigindo que registrassem suas propriedades e, em seguida, “arianizando” [colocando-as sob propriedade e administração de não judeus] os estabelecimentos judeus. Isto significou a demissão de milhares de gerentes, trabalhadores, funcionários e fornecedores judeus. A posse da maioria dos estabelecimentos judaicos foi transferida para alemães não-judeus que os compraram a preços baixíssimos, fixados pelos nazistas. Os médicos judeus foram proibidos de tratar os não-judeus, e os advogados também foram impedidos de exercerem sua profissão.

Como todos os alemães, os judeus eram obrigados a carregar carteiras de identidade, porém, o governo adicionou símbolos especiais a elas: a letra “J” era carimbada em vermelho no seu documento de identificação, e aqueles judeus cujos primeiros nomes não podiam ser facilmente reconhecido como “judeus” tiveram um segundo nome adicionado pelo governo em seus documentos de identificação: “Israel” para homens e “Sara” para mulheres. Desta forma, a polícia podia identificá-los mais facilmente.

Museu do Holocausto

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