quarta-feira, 8 de abril de 2009

Primeira parada: Portugal


É engano pensar que o ouro brasileiro ficou todo na metrópole. O grosso de nossas moedas foi parar na Inglaterra como pagamento de dívidas
Leonor Freire Costa, Maria Manuela Rocha e Rita Martins de Sousa

A boa nova correu com a rapidez que merecia: num território do Império português foi encontrado ouro, e em abundância! Estava dada a largada para a exploração da riqueza natural, e era preciso garantir que ela revertesse no maior benefício possível para a Coroa.

As remessas de ouro para Lisboa contaram com frotas em comboio até 1765. Uma vez extinto este regime de navegação, abriram-se duas possibilidade de transporte: ou em fragatas especialmente armadas para isso ou a bordo de navios mercantes, mediante a declaração de ouro embarcado. Passaram então a sair do porto de Lisboa para o Rio de Janeiro duas fragatas de guerra por ano, uma em abril e outra em outubro. A primeira ficava um mês no Rio, seguindo depois para a Bahia, onde permanecia por quinze dias. A segunda fragata demorava-se um mês no Rio, regressando diretamente a Lisboa. Deste modo seguiram os envios pertencentes à Fazenda Real. Quanto às remessas de agentes privados, os navios mercantes poderiam navegar com a escolta daquelas fragatas armadas.

Fiscalizar bem a entrada de ouro era tão importante quanto registrar os pormenores de sua produção na Colônia e de seu transporte até Portugal. Por lei de 2 de fevereiro de 1720, o registro de chegada de remessas ao Reino serviu de informação para o pagamento de um novo tributo, designado por “1% do ouro do Brasil”. Consistia, precisamente, na aplicação dessa porcentagem sobre o total do valor do ouro transportado, e era cobrado no ato de recepção e entrega das remessas na Casa da Moeda de Lisboa. Para garantir mais eficiência à operação, assim que o imposto foi criado a Casa da Moeda deslocou-se para as proximidades das margens do Tejo, instalando-se no edifício da extinta Junta do Comércio do Brasil. (...)

Revista de Historia da Biblioteca Nacional

2 comentários:

angel disse...

Mas o fato é que o ouro do Brasil foi-se para além mar.
Eita "quinta dos infernos"!
Brasil de berço esplêndido!
Tão explorado! Tão devastado!
Agora nosso maior tesouro, a floresta amazônica com suas espécies também estão sendo "levadas". será que mais uma vez os brasileiros ficarão a "ver navios?"

Abraço e ótima Páscoa!
Angel

angel disse...

O símbolo da Páscoa é a pomba voando livre com o vento em suas asas ...
Desejo que também seus sonhos voem livres e que a vida se renove sempre, e que cada amanhecer seja a esperança de um dia melhor que o anterior.
Feliz Páscoa!
Abraços
Angel