segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pequena história da música

Podemos dizer que a “Música” é a arte de combinar os sons e o silêncio. Se pararmos para perceber os sons que estão a nossa volta, concluiremos que a música é parte integrante da nossa vida, ela é nossa criação quando cantamos, batucamos ou ligamos um rádio ou TV. Hoje a música se faz presente em todas as mídias, pois ela é uma linguagem de comunicação universal, é utilizada como forma de “sensibilizar” o outro para uma causa de terceiro, porém esta causa vai variar de acordo com a intenção de quem a pretende, seja ela para vender um produto, ajudar o próximo, para fins religiosos, para protestar, intensificar noticiário, etc.
A música existe e sempre existiu como produção cultural, pois de acordo com estudos científicos, desde que o ser humano começou a se organizar em tribos primitivas pela África, a música era parte integrante do cotidiano dessas pessoas. Acredita-se que a música tenha surgido a 50.000 anos, onde as primeiras manifestações tenham sido feitas no continente africano, expandindo-se pelo mundo com o dispersar da raça humana pelo planeta. A música, ao ser produzida e/ou reproduzida, é influenciada diretamente pela organização sociocultural e econômica local, contando ainda com as características climáticas e o acesso tecnológico que envolvem toda a relação com a linguagem musical. A música possui a capacidade estética de traduzir os sentimentos, atitudes e valores culturais de um povo ou nação. A música é uma linguagem local e global.

Medieval e Renascimento
Período extenso e marcado pela diversidade. No século 7, surge a monodia( uma única linha melódica) do canto gregoriano – monodia que, sob uma forma profana, também será usada pelos trovadores.No século 12, com a Escola de Notre Dame(Paris) aparecem formas polifônicas(entrelaçamento de mais de uma melodia) nas quais Pérotin foi mestre.
O aperfeiçoamento dos instrumentos, as exigências litúrgicas e o surgimento de um “mercado ” formado pela nobreza feudal e pela burguesia mercantil das cidades determinaram a expansão da polifonia, com importantes contribuições de Machaut, Du Fay e Palestrina.
Barroco
Nenhuma escola musical possui analogias tão nítidas com as artes plásticas como o barroco: há o culto do ornamento, do arabesco – notas que ” enfeitam”a melodia. De Monteverdi a Johann Sebastian Bach, a música descobre a profusão dos sons simultâneos como meio de alcançar o belo. Como pano de fundo dos instrumentos que se revezam na narração melódica, surge o baixo contínuo (em geral o cravo). A linguagem tonal se firma como sustentáculo da polifonia. Emergem novos gêneros musicais: oratório, cantata, concertos, sonata para teclado.
Rococó
Na transição entre o barroco e o classicismo, entre 1740 e 1770, a música rococó ou galante é representada sobretudo pelas obras de Carl Philip Emanuel Bach.
Favorecida pelo ambiente da corte de Luís XV, seu ideal é a expressão artística da graça, frivolidade e elegância. O resultado, cuja artificialidade foi criticada posteriormente, captava as atitudes hedonistas e discretamente sentimentais da época.
Clássico
O classicismo surge em meados do século 18.Haydn passa a usar formas mais econômicas de expressão. Carl Philip Emanuel Bach (filho de Johann Sebastian) depura a sinfonia do maneirismo. Gluck impõe o primado da música orquestral sobre as improvisações vocais da ópera napolitana. Essas inovações serviram de base ao mais genial compositor do período, Mozart.Coube a ele levar a nova linguagem ao extremo. A exemplo de Bach com o barroco, Mozart foi ao mesmo tempo, para o classicismo, o mais representativo e o grande coveiro: para não repeti-lo, era preciso inventar outra coisa. Beethoven foi um dos que entenderam o recado.
Romântico
As regras clássicas de composição eram rígidas, e o compositor deveria obedecer a elas. Os compositores românticos abandonaram essas fórmulas pois queriam transportar para a música suas paixões e aflições, mas também seu nacionalismo e suas aspirações políticas. O romantismo criou uma profusão de novas formas de expressão: o moderno sinfonismo que começa com Beethoven, o lied (canção) que se consolida com Schubert. A música torna-se uma mercadoria. No lugar dos pequenos conjuntos a serviço de igrejas ou aristocratas, surgem as orquestras e as companhias de ópera financiadas com a venda de ingressos ao público.
O compositor polonês Chopin inspirou-se em danças populares, despertando, com sua música, o amor patriótico e o sentimentalismo. Uma das preocupações do músico alemão Beethoven.foi tentar aproximar sua música do gosto popular, já que o seu público se ampliava.
Outros nomes importantes da música romântica são Liszt e Wagner. Este último destacou-se sobretudo pelas óperas que compôs. Algumas de suas obras expressam um estranho fascínio pela morte. É dele a frase: “…mesmo quando a vida nos sorri, estamos a ponto de morrer”.
Nacionalismo, sentimentalismo e pessimismo são, pois, características do Romantismo na música.

Pós-romântico
Não houve um pós-romantismo como há hoje um pós-modernismo.A designação engloba uma reação estética que procurou dar uma eloquência menos subjetivista à música, colocá-la num patamar superior de racionalidade, por meio de achados harmônicos mais ousados e de formas mais despojadas.Em lugar de Bruckner, a orquestra sinfônica fala a linguagem de Debussy e Ravel.A música perde em pretensão, mas ganha em simplicidade.
CLAUDE DEBUSSY (1862-1918)
Há quem considere Claude Debussy o mais importante autor de peças para piano desde Chopin. Não é pouca coisa. Nascido em Saint-Germain-en-Laye, ele foi símbolo da busca, no início do século 20, por uma música que rompesse com a tradição romântica do século 19. Isso, na prática, quer dizer que suas obras deixavam de lado a preocupação de retratar grandes emoções e dramas pessoais e, no lugar, preferiam a criação de sugestivas atmosferas sonoras, fazendo bastante uso de dissonâncias, como fica claro em ‘Quarteto Ysaye’. Esta técnica foi a base do movimento impressionista, do qual ele acabou se tornando símbolo.
MAURICE RAVEL (1875-1937)
Segundo a Sociedade de Autores, Compositores e Editores de Música da França, nenhum outro músico do país gera tantos royalties pelo uso de suas partituras quanto Ravel. Ele nasceu em uma cidade próxima a Biarritz, mas sua mãe viveu boa parte da juventude na Espanha. Daí, talvez, venha o interesse pela música espanhola, uma das principais marcas de sua carreira. Ele conheceu Debussy e, influenciado por seu trabalho, também fez parte do movimento impressionista. No entanto, manteve uma personalidade bastante individual ao longo da carreira, marcada pela sutileza e precisão com que criava suas melodias e pelo cuidado que tinha na obtenção de ricos efeitos sonoros da orquestra. Outro detalhe importante é a atenção especial dada a ele para a voz, em ciclos como ‘Trois poèmes de Stephane Mallarmè’.

Moderno
Há pelo menos três correntes que nascem com o século.De um lado, a Escola de Viena, que decreta o fim da linguagem tonal (o atonalismo de Shoenberg) e reivindica uma organização revolucionária dos sons.De outro, Bartok, Chostakovitch e Stravinski praticam uma amplificação das fronteiras do tonalismo e combinações instrumentais menos ortodoxas.Há, por fim, um neoclassicismo em que Prokofiev e Stravinski prenunciam modos de apropriação que se tornariam típicos na pós-modernidade.
Contemporâneo
Olivier Messiaen tornou-se em 1942 professor de harmonia do Conservatório de Paris.Ainda nos anos 40 teria como alunos Boulez,Stockhausen e Berio.O atonalismo, concluíram tinha se esgotado.Era preciso dar novos passos na lógica de organização dos sons.Surgiu uma vanguarda que forneceu à música um caráter permanentemente experimental.Chancelou a música eletroacústica e expandiu os limites da expressão.
Brasileiros
A música erudita brasileira nasceu nas igrejas, com o barroco mineiro e baiano. Prosseguiu como banda sinfônica e música de salão no século 19. Seu grande compositor do período, Carlos Gomes, foi em verdade um dos elos da evolução da ópera na Itália. Leopoldo Miguez tinha fortes vínculos com a estética wagneriana.O nacionalismo só se esboça com Alberto Nepomuceno e ganha força com Heitor Villa-Lobos, o mais representativo do modernismo.

Para seu conhecimento:
A música é feita de sons, tradicionalmente descritos segundo quatro parâmetros:ALTURA – frequência definida de um som. É o que diferencia um som de um ruído. Não confundir com volume (intensidade).
Ritmo – distribuição inteligível dos sons (e silêncio) no tempo.
Intensidade – a força relativa de um som em relação a outros.
Timbre – qualidade dos sons. Diferencia a mesma altura tocada em dois instrumentos diferentes.
Conjuntos Musicais
Conjuntos de Câmara: pequenos grupos musicais (duo, trios, quartetos e assim por diante ) até as orquestras de câmara que podem chegar a 30 ou 40 músicos.
Tudo o que se conhece como música “antiga”(anterior ao século 18) poderia ser enquadrado como música de câmara; na linguagem cotidiana, porém, o nome fica mais restrito à música dos períodos clássicos, romântico e moderno.
Orquestra: grandes conjuntos de instrumentos, abrangendo cordas, madeiras, metais e percussão.O número de instrumentistas numa orquestra varia de aproximadamente 70 até 120 músicos ou mais.
A orquestra tem sua origem nos conjuntos instrumentais que acompanhavam espetáculos de ópera e balé no século 17.Pouco a pouco, esses conjuntos foram ganhando mais instrumentos. A evolução das formas composicionais no século 18 leva ao desenvolvimento e consolidação da orquestra moderna, que é um conjunto especialmente apto para a execução de sinfonias e concertos.
Gêneros Musicais
Cantata – Originariamente uma peça cantada, na qual uma pessoa recitava um drama em verso acompanhada por um único instrumento.No século 18, as cantatas passaram a ser escritas para coros com diversos solistas.
Concerto – qualquer perfomance pública de musica.- peça musical, de grande escala, que opõe um ou mais instrumentos solistas à orquestra. A idéia moderna do concerto deriva, em boa parcela, das árias e cenas operística, com papel dramático e musical do cantor assumido pelo instrumento solista.
Oratório – genêro musical dramático, de tema religiosos, com coro e orquestra.
Prelúdio – No barroco, era a peça instrumental que antecedia uma “fuga”; depois, tornou-se uma peça de estilo livre.
Fuga- forma complexa de composição polifônica com base em um tema, que é apresentado sob várias formas.
Rapsódia – composição musical sobre temas de melodias folclóricas.
Réquiem – música sacra destinada às missas pelas almas dos mortos.
Sinfonia – a palavra vem do grego e significa “reunião de vozes”.A sinfonia clássica é um gênero público, por oposição à música de câmara , privada.
Sonata – a sua forma é mais propriamente uma forma de pensar a composição do que um molde específico onde a maneira como as possibilidades narrativas e dramáticas da tonalidade são desencadeadas.
Suíte – na Renascença, uma seqüência de danças executadas por conjuntos musicais, todos no mesmo tom. Progressivamente se tornaram menos dançáveis.
Tocata – designação antiga de composição musical, em forma livre, para instrumentos de teclado.
O que tem dentro da canção?
A canção não é um simples SOM. É uma das forma mais antigas e populares da MÚSICA, criada por um COMPOSITOR para ser cantada por um INTÉRPRETE. Por isso ela não é só MELODIA. Tem também muita poesia. LETRA e melodia andam juntinhas na canção, respeitando a HARMONIA, para não sair do TOM. Canção pode ser tocada na festa, no show, na rádio, no computador, no MP3. Pode ser triste, engraçada ou romântica. Se o RITMO for mais balançado, olha lá a gente dançando! Se for um pouco mais paradinho, dá uma vontade de ficar quietinho… Tem canção pra relaxar, divertir, ninar, curtir, rezar. Dá pra imaginar a vida sem canção? O mundo da canção é uma fábrica movida pelo combustível dos nossos sonhos!
SOM: é o resultado da vibração de qualquer fonte sonora que não precisa ser a voz humana ou um instrumento musical. Quase tudo no mundo emite um som: um passarinho, um carro, uma panela de pressão… Além da voz, todo nosso corpo produz sons, como no processo de respiração e nas batidas do coração.
MÚSICA: é um conjunto de sons e silêncios combinados, ou até mesmo de barulhos e ruídos organizados no tempo por uma pessoa. A música pode ser produzida por instrumentos musicais ou por vozes. Nem toda música é feita para agradar, entreter ou emocionar quem a ouve. O que agrada uma pessoa pode muito bem incomodar outra.
COMPOSITOR: é quem cria a música e/ou a letra original da canção. Ele também é um artista.
INTÉRPRETE: é o artista que canta a canção. Pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas, como no caso de um coral. Ele pode fazer seu show sozinho ou acompanhado de uma banda ou conjunto, que pode ter diferentes formações.
MELODIA: é uma seqüência de notas musicais num espaço determinado de tempo, formando a linha musical da canção. A melodia é, geralmente, a seqüência de notas que a gente assovia substituindo a letra da canção.
LETRA: é o texto cantado na canção. Pode ter rima e métrica, como a poesia. É um texto que expressa sentimentos, como alegria, tristeza, saudade, amor…
HARMONIA: é uma combinação de sons que ouvimos quando duas ou mais notas musicais soam juntas como, por exemplo, quando emitidas pelas teclas de um piano, pelas cordas de um violão, ou tudo ao mesmo tempo.
TOM: na música, a palavra tom tem vários significados. Um deles se refere à nota musical escolhida para ser a referência de todas as outras dentro da harmonia. Se uma nota sair do tom, a canção será desafinada.
RITMO: é uma batida ou a pulsação da música dentro de uma tétrica no tempo. O ritmo caracteriza se a música é um samba, um rock ou um baião, por exemplo.

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