Ânfora da Campania em figura-vermelha
Cerca 330 a.C.
Descoberta em Cumes (Itália)
Produzida em Cápua (Campania)
Terracota
A. 48.5 cm
Diâm. 18.2 cm
Antiga colecção Campana, chegada ao Louvre em 1863
Nesta ânfora alongada, típica da produção da Campania (Magna Grécia), o Pintor de Ixion escolheu representar uma cena de “Medeia”, uma tragédia de Eurípides. A cena mostra o momento dramático em que a formidável feiticeira Medeia, filha do Rei Colchis, mata um de seus filhos. Nesta composição, usa um peplos (peça de vestuário segura aos ombros), um manto e uma túnica de mangas compridas que nos recorda das suas origens bárbaras. O seu cabelo está elegantemente puxado para trás num tufo seguro com uma tiara e usa também colar e brincos. Medeia segura rapaz pelos cabelos e apunhala-o com a sua adaga. Com sangue esguichando do seu flanco, a dor da criança é evidente na expressão do seu rosto, implorando a Apolo cuja efígie está sobre um pilar em fundo. Vários elementos arquitectónicos indicam que a cena tem lugar num santuário: a estátua sobre o pilar, as duas colunas e o altar. Este terrível acto de violência é a forma de Medeia apaziguar o seu desejo de vingança contra o pai das suas crianças, Jasão, que está prestes a desposar a filha do Rei Creonte.
Museu de Arte de Macau - Louvre
Um comentário:
Eduardo!
Linda a imagem, horrível o ato da Medéia. Não se pode discutir esses mitos e suas formas trágicas de vingança.
A não ser que as transportemos para a realidade atual, que não dista tanto assim!
Abraços
Mirze
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