sexta-feira, 5 de março de 2010

O império de Napoleão


O império de Napoleão
Durante 15 anos, o general francês tentou controlar todos os países vizinhos
por Reinaldo José Lopes; Tiago Cordeiro
Perguntaram certa vez ao duque de Wellington quem era o melhor general de sua época. A resposta? "Nesta era, em eras passadas, em qualquer era, Napoleão". Vinda do britânico que coordenou a destruição definitiva do exército napoleônico na batalha de Waterloo, o elogio não poderia ser maior. De fato, poucos líderes militares venceram tantas batalhas quanto o oficial baixinho que nasceu na ilha italiana da Córsega e se transformou no imperador da França.

Os triunfos de Bonaparte foram provocados, em parte, pela Revolução Francesa de 1789. Ao contrário dos exércitos aristocráticos do passado, os soldados da nova França eram recrutados do povo às centenas de milhares. Napoleão conseguiu transformar esses soldados em eficientes máquinas de guerra, realizando manobras rápidas e usando armas leves e letais. O resultado foi uma onda de conquistas que só acabou com o fracasso da invasão da Rússia, no inverno de 1812.

A Europa sou eu

1. Primeiras vitórias

Anos: 1796-1797

Conquista: Com 28 anos, Bonaparte liderou as forças de invasão da Itália, dominada principalmente pelos austríacos. Conseguiu uma série impressionante de vitórias, que forçaram a Áustria a ceder suas terras nos Países Baixos. E o norte da Itália se dividiu em repúblicas pró-França.

2. Temporada no egito

Anos: 1798-1801

Conquista: A fim de reagir à ameaça dos britânicos, Napoleão resolveu ocupar o Egito para reforçar seu poderio naval. Partiu para Alexandria, onde venceu as forças otomanas. Mas o bloqueio marítimo inglês no Mediterrâneo inviabilizou a ocupação, e os franceses abandonaran o país.

3. Itália dominada

Anos: 1800-1802

Conquista: Ao saber da situação política instável em Paris, o general foi do Egito à França e tomou o poder. Logo depois, voltou a atacar a Itália. No caminho, venceu a Áustria na Batalha de Marengo. Com isso, na prática, anexou os reinos do norte da península. Nos anos seguintes, ele controlaria toda a Itália.

4. A Alemanha se dobra

Ano: 1806

Conquista: Depois da derrota por mar para os ingleses em Trafalgar e da vitória em Austerlitz, Napoleão volta ao ataque por terra. Derrota duas coalizões de monarquias europeias e traz para seu lado uma série de territórios da atual Alemanha.

5. No topo do mundo

Anos: 1812

Conquistas: Dominadas a Itália e a Alemanha, tudo fica muito rápido. O imperador austríaco cede a mão de sua filha a Napoleão. Espanha e Portugal são conquistados em batalhas históricas, como a de La Coruña. Partes da atual Polônia ficam sob controle francês e Dinamarca e Noruega viram estados vassalos.

6. A queda

Anos: 1813-1815

Conquistas: O poder francês nunca mais seria o mesmo após a invasão desastrada da Rússia. Exilado em 1814, Napoleão ainda retomaria o poder antes da derrota final, em Waterloo, em 1815. Ao fim de sua carreira, o território francês era menor que o de 1789.

Nepotismo imperial
O imperador deu vários cargos para familiares

Você conquistou meia Europa e precisa garantir a segurança de seus territórios. O que faz? Dá cargos para parentes, é claro. Nessa política, Napoleão daria inveja a muito político brasileiro. Bonapartes ocuparam vários tronos no começo do século 19. Para ficar entre os irmãos: Luís virou rei da Holanda; José reinou sobre Nápoles e a Espanha; Jerônimo ocupou o trono de Vestfália (hoje parte da Alemanha) e Elisa tornou-se Grã-Duquesa da Toscana (na Itália).

Multidão em armas
Batalhas napoleônicas envolviam milhares

Enquanto Napoleão dominou a Europa, as mortes ligadas a guerras dispararam. Calcula-se que o total de falecidos nos conflitos napoleônicos, entre civis e militares, fique entre 3,5 milhões e 6,5 milhões. Esses números têm relação direta com os exércitos gigantescos do francês. Só para invadir a Rússia, ele reuniu 650 mil homens - um terço dessa força lutou em Borodino. Na maior vitória e na maior derrota, respectivamente em Austerlitz e em Waterloo, eram cerca de 70 mil homens reunidos.

Revista Aventuras na História

Nenhum comentário: