Guardanapo
Pano para se limpar existia entre os romanos, mas ficou esquecido na Idade Média
por Giovana Sanchez
Se hoje parece impossível comer macarrão sem um guardanapo para se limpar, na Idade Média isso era normal. Aliás, naquela época, usar um pano durante a refeição podia ser motivo de chacota. Por anos, na Europa medieval, só a nobreza se limpava para comer. O processo era feito geralmente com jarras de água trazidas por empregados antes e depois da refeição. Enquanto isso, os padres, outros membros do clero e os mais pobres limpavam as mãos com pão. Ou simplesmente não limpavam.
Alguns historiadores atribuem a criação do guardanapo a Leonardo da Vinci (1452-1519). O principal motivo é o Codice Romanov, livro de culinária atribuído ao inventor, que traz uma referência ao guardanapo. Mas, muito antes de Da Vinci, na Roma antiga, por volta do século 1, limpar-se com um pano já era comum. Principalmente nos banquetes. Ao chegar à casa do anfitrião, os convidados recebiam toalhas para a refeição. Em seu livro Banquete, o historiador inglês Roy Strong explica que também era comum os convidados trazerem seus próprios guardanapos, “grandes o suficiente para levar para casa qualquer iguaria não consumida”, diz o autor.
Foi apenas no fim da Idade Média que o hábito de usar panos voltou à cena doméstica. E, mesmo assim, era raro. Somente os mais ricos tinham guardanapos e sua utilidade era decorativa. Os panos eram engomados e exibidos como uma forma de arte próxima à escultura de papel. Na descrição de um banquete dado em Roma, em 1513, em homenagem a Giuliano e Lorenzo de Médici, os guardanapos aparecem dobrados como uma gaiola. Quando a peça era aberta pelo convidado, um passarinho saía voando.
Durante o Renascimento, em geral, os homens usavam o guardanapo sobre o ombro esquerdo e as mulheres o deixavam no colo. Para a mestre em História Cultural pela Unicamp Eliane Abrahão, “entre os séculos 17 e 18, nas cortes européias, começou a haver preocupação com o comportamento”. Desde então, o guardanapo passou a ser amplamente usado. Nos anos 70, surgiu a versão descartável.
Revista Aventuras na Historia
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