segunda-feira, 2 de agosto de 2010

História do Canadá e separativismo do Quebec


Os processos de colonização inglesa e francesa no norte da América tiveram início praticamente no mesmo momento, com a fundação da colônia inglesa de Virgínia (1607) e do pequeno núcleo de Quebec (1608). No entanto, a estrutura política e social dessas áreas coloniais era bem diferente.

Na parte inglesa, havia treze colônias, marcadas por profundas diferenças socioeconômicas. Os núcleos nortistas, muitos deles estabelecidos por dissidentes religiosos – Puritanos –, estavam pontilhados de indústrias e pequenas propriedades rurais familiares, e utilizavam basicamente mão de obra livre. Já as colônias sulistas dispunham de ricas plantações de fumo, algodão e outros produtos de exportação, cultivados com o braço escravo.

Na Nova França predominavam funcionários civis e militares e aventureiros, que habitavam a região onde hoje está a província canadense de Quebec e transitavam por uma tênue ligação, ao longo do Mississipi e de outros rios, com o grande porto francês de Nova Orleans, fundado no golfo do México em 1718. Não havia, na América francesa, nem a massa de escravos nem os núcleos de produtores livres que asseguravam o dinamismo econômico da parte inglesa. O resultado era uma enorme disparidade populacional: em 1753, enquanto as Treze Colônias contavam com 1,3 milhões de habitantes, a parcela francesa contava com apenas 50 mil indivíduos.

A relação entre franceses e britânicos era marcada por conflitos frequentes, que tinham como motivação tanto disputas ocorridas dentro da Europa quanto choques de interesses nas colônias. Um dos principais embates da época foi a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), que opôs os britânicos e seus aliados ao bloco austro-francês. Os combates se sucederam na Europa, na Ásia e na América.

No norte do continente americano, a guerra resultou no fim da soberania francesa no território de Quebec e Montreal, conquistados pelos ingleses em 1759 e 1760. Três anos depois, ao assinarem, em Paris, o tratado de paz, França e Inglaterra mantiveram a região sob comando inglês.

A partir desse momento, os canadenses de origem francesa intensificaram sua resistência cultural, como forma de manter vivos seus costumes e raízes. Para evitar novos conflitos, os britânicos se dispuseram a realizar uma série de concessões e aprovaram, em 1774, o Ato de Quebec – que reconhecia os direitos civis dos cidadãos de origem francesa e garantia liberdade religiosa e linguística.

Uma mudança importante viria em 1791, com a lei que dividiu o Canadá francês e formou as colônias do Canadá Superior e Inferior – atualmente as províncias de Ontário e Quebec. A independência canadense veio em 1867.

Fonte: Revista Nova Escola

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