quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Uma revolução não só industrial


Uma revolução não só industrial
por Rodrigo Gallo
O planeta nunca mais foi o mesmo depois do século 18. Com velocidade estonteante, as fábricas tomaram o lugar do artesanato e as cidades cresceram. Em dois séculos, mecanizamos a agricultura e construímos veículos a vapor. Seguindo o vagão das novidades tecnológicas, vieram as invenções para agilizar a comunicação, em especial o telefone. Há controvérsias sobre a data exata em que a Revolução Industrial começou. Mas é certo que, na virada do século 17 para o 18, o cenário econômico europeu já apontava que muitas mudanças iriam acontecer. Mas não se tratava apenas de inovações econômicas e tecnológicas. A historiadora Vanessa da Silva, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, lembra que tão importantes quanto elas foram as alterações políticas e sociais. “Foi no fim do século 17 que fazendeiros europeus começaram a arrendar terras para usar na criação de ovelhas, e isso forçou as pessoas a migrarem para os centros urbanos”, ela afirma. “Em conseqüência, surgiram os operários e as metrópoles".

VAPOR E PROTESTOS
Uma seqüência de grandes inovações tecnológicas e mudanças sociais

1698 - MOTOR A VAPOR
O ferreiro inglês Thomas Newcomen (1663-1729) desenvolve um equipamento para drenar água de minas de carvão. Em 1768, o escocês James Watt (1736-1819) melhoraria o sistema ao inventar a máquina a vapor.

1708 - SEMEADOR MECÂNICO
O agricultor inglês Jethro Tull (1674-1741) cria uma engenhoca que muda o trabalho no campo. Seu equipamento, uma espécie de semeador automático, torna possível a mecanização da agricultura.

1733 - TEAR MANUAL
O inglês John Kay (1704-1780) apresenta a lançadeira volante, que agiliza a produção de tecidos. Passados 34 anos, o britânico James Hargreaves (1720-1778) construiria uma fiandeira de pedal para suceder a máquina de Kay.

1740 - AÇO EM LARGA ESCALA
O industrial inglês Benjamin Huntman (1704-1776) inventa uma técnica de fabricação de aço em larga escala. Cem anos depois, surge o processo de Bessemer, mais eficaz na remoção de impurezas.

1780 - TEAR MECÂNICO
Patenteado pelo britânico Edmund Cartwright (1743-1823), o aparelho dá início à revolução do carvão e do ferro, que duraria até 1850. O mecanismo possibilita a ampliação das indústrias, que passam a empregar milhares de pessoas.

1807 - NAVIO A VAPOR
É criado pelo engenheiro norte-americano Robert Fulton (1765-1815), que queria dar mais agilidade ao comércio por mar. No mesmo ano, outra novidade: a rua Pall Mall, em Londres, ganha postes com iluminação a gás.

1811 - PROTESTOS OPERÁRIOS
O operário inglês Ned Ludd lidera os trabalhadores em manifestações de protesto. Em grupos, os funcionários invadem as fábricas e quebram o maquinário, que, de acordo com eles, estava substituindo a mão-de-obra humana.

1814 - LOCOMOTIVA
Com seu invento, o engenheiro britânico George Stephenson (1781-1848) acelera os deslocamentos terrestres. Quinze anos depois, ele venceria uma corrida com a locomotiva Rocket, no percurso entre Liverpool e Manchester.

1876 - TELEFONE
Nove anos após a instalação do primeiro cabo telegráfico ligando a Grã-Bretanha aos Estados Unidos, o inventor americano Alexander Graham Bell (1847-1922) patenteia o aparelho que permite a transmissão de sons.

1885 - MOTOR A EXPLOSÃO
Impulsionado por combustão a gasolina, o equipamento do engenheiro alemão Gottlieb Wilhelm Daimler (1834-1900) permite a criação do automóvel. Daimler também constrói a primeira motocicleta da história.

1911 - GERENCIAMENTO CIENTÍFICO
O engenheiro americano Frederick Taylor (1856-1915) apresenta, no livro Princípios da Administração Científica, sua teoria da gerência do trabalho nas fábricas. Muitas empresas adotam o chamado taylorismo.

Revista Aventuras na História

Um comentário:

Unknown disse...

Eduardo!

Essa revolução industrial, pode até ter seu valor e importância histórica. Mas o desemprego e a desvalorização do homem deve ter gerado tantos conflitos, quanto os que houve no final da era escravista,
onde libertos , e sem empregos, muitos escravos se perderam no mundo em valor humano.

É certo que a evolução seria necessária, assim como a libertação, mas o "depois" não foi idealizado.

Atalmente, quem viveria sem PC? Como seria o contato com o mundo?
Mas para isto, o preço é alto. Perdemos nossa privacidade, o maior e mais precioso bem ao meu ver.

Adoro seu espaço!

Aqui posso ser tola à vontade!

Um abraço!

Mirze