quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A relação entre Deus e o homem na visão dos cronistas medievais



Susani Silveira Lemos França é Mestre em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e Doutoranda em Cultura Portuguesa na Universidade de Lisboa.

A crença em que todas as coisas do mundo traziam vestígios da divindade, ou seja, em que tudo procedia de Deus e que, por essa razão, em tudo ele participava, encontra-se bastante presente na produção escrita portuguesa do final da Idade Média. Para os autores de então, nomeadamente os filósofos moralistas e os historiadores, as criaturas mantinham uma relação fundamental com o criador, relação em que todas elas, estando dEle impregnadas, estavam inquestionavelmente submetidas ao seu governo. O homem encontrava-se sob o constante olhar de Deus e acreditava que o seu saber era demasiado imperfeito para não se submeter à vontade divina. Como afirma D. Duarte no Leal Conselheiro,

...conhecendo que o saber dos hom~ees pera qual quer feito val nada se per special mercee do senhor deos nom for sempre aderençado ao que el sabe que he mylhor, e lhe mais praz que se faça [1],
os homens deveriam ter sempre em conta a vontade divina e encomendar-se ao Supremo em todas as suas ações. Era isso que, segundo o escritor, fazia com que ele e seus irmãos merecessem os rótulos de virtuosos.

Também o infante D. Pedro, no Livro da Virtuosa Benfeitoria, disserta sobre essa dependência fundamental da criatura em relação ao criador. Diz ele que o homem tem para com Deus uma infindável obrigação [2], obrigação fundada no fato de que o criador, sendo a fonte de todas as outras fontes, aquela de onde provinham os bens naturais, os bens da Fortuna e os bens da graça, outorgou ao homem todas as suas faculdades, inclusive a faculdade de agradecer-Lhe pela concessão de bens de tamanha grandeza. Assim, até mesmo o desejo e a capacidade do homem de retribuir a Deus os seus favores dependia do ser mesmo de Deus, pois aquele não podia oferecer-Lhe o que já em essência não fosse dEle.

O infante vai ainda mais longe quando tenta explicar a dependência fundamental em relação ao criador. Citando S. Tomás de Aquino, afirma que toda obra se torna naturalmente aa causa de que primeyramente proçede [3]. No referente à causa primeira, essa máxima era especialmente verdadeira: Deus, enquanto causa, era também o fim de tudo. Os feitos do homem, nesse sentido, só quando voltados para o serviço do criador se faziam legítimos. Assim, os louvores e o serviço constante eram, embora incomparáveis com as maravilhas que Deus fez, as únicas formas de retribuir os bens recebidos.
Essa mesma linha de pensamento é seguida pelos cronistas coetâneos. Os relatos desses historiadores, ao porem em cena os feitos notáveis dos reis e dos nobres, põem igualmente em cena os princípios norteadores da relação desses homens com Deus, revelando a importância da religiosidade nas suas vidas.

Debrucemo-nos um pouco sobre esses relatos e vejamos mais de perto essa relação.

As crônicas portuguesas produzidas nos séculos XIV, XV e limiar do XVI estão permeadas de exaltações à devoção dos reis e senhores portugueses, bem como de alguns estrangeiros cujo exemplo merecia ser lembrado. A religiosidade, embora mais diluída, não estava menos entranhada na cronística do que estava em qualquer outro texto de caráter mais diretamente religioso (hagiografias, livros de horas, tratados morais, etc.). A grandeza de Deus e a sua liberalidade, provas incontestáveis da perfeição divina, justificavam que tudo fosse movido pela e para a fé, pois, ao colocar-se como fim último, o criador não visava o seu próprio bem, visava sim acrescentar ao homem um pouco da sua própria perfeição. É isso que reconhece, segundo Pina, um grande senhor africano vindo a Portugal acompanhando o rei do Congo, seu sobrinho:

Amigos, eu tenho por certo, que nom ha outros homens bem aventurados, nem mais sabedores no Mundo que os brancos, e na perfeiçãm de suas cousas o verees: e tudo isto teem, porque como creem no Deos verdadeiro, assi lhes da elle suas cousas perfeitas, e de verdade (...) [4].
Por terem claro esse privilégio, os cronistas retratam personagens ocupadas em servir a Deus e convictas de que as recompensas desse serviço eram garantidas. No combate ao inimigo religioso em defesa da fé cristã, por exemplo, freqüentemente o capitão apela para o argumento de que tanto o sucesso quanto o insucesso, ou melhor, fosse o resultado a vida ou a morte, a recompensa era sempre vantajosa. É esse argumento que serve ao príncipe D. Afonso, futuro D. Afonso Henriques, para convencer o seu exército a enfrentar o exército mais numeroso dos mouros:

Matamdo, ganharemos terra e homrra temporall, morrendo, guanhamos o çeeo e gloria eterna. Matamdo tolhemos a uida a nossos jmijgos, morremdo damola a nos pera sempre [5].
Deus era um benfeitor incontestável, assim como era incontestável a sua onipotência e onipresença, motivos mais que suficientes para conduzir os homens a se posicionarem como seus leais servidores e subordinados satisfeitos. Entendiam os cronistas que não havia coisa que a Deus escapasse, pois Ele detinha o controle de todos os acontecimentos, os passados, os presentes e os vindouros, e a orientação que lhes dava era sempre a melhor:

E Deos que o a esto chamou, emcaminhara seus feitos de bem em melhor, e o tragera em sua guarda, e aa fim que ell deseja (...) [6].

Tudo estava em Deus, a vitória ou a derrota, a alegria ou a tristeza. Jamais os cristãos se viam desamparados, porque ao seu Deus nem as mínimas coisas escapavam. Os muitos obstáculos com os quais o homem se defrontava não eram vistos como uma ausência de Deus ou como um abandono voluntário de sua parte. Deus não era causador dos males. Os males vividos pelo homem eram sempre atribuídos a ele próprio, ou melhor, podiam até vir de Deus, mas eram sempre por responsabilidade da criatura. Assim, se a fortuna se mostrasse ingrata ou se as dificuldades se fizessem muitas, não se julgava que fosse por uma falta ou impotência divina, antes deveria ser por algum erro ou pecado humano. Cabia, portanto, ao homem, com a ajuda dos conselheiros espirituais - que em casos extremos poderia ser o próprio papa -, rever os seus atos para tentar compreender e evitar a ira divina. Conta o cronista de 1419 que o papa Celestino III, tendo sabido acerca das adversidades que afetavam Portugal nos tempos de D. Sancho I,

...cuidou que era por azo daquelle casam~eto que fora feito sem dispenssasaõ entre dous diuidos tam chegados como elrej D. Affonso de Leão era sobrinho delrej D. Sancho seu sogro fº de sua jrmaã (...) [7].

O desamparo de Deus, quando não interpretado como castigo pelos pecados cometidos, podia ser considerado ausência de merecimento: ...que eu daquy nom sairey, senon por mjlagre muy grande, o qual eu nom mereço que Deus faça por my [8]. Esse desamparo e os sucessivos padecimentos daí decorrentes podiam ser ainda tomados como atestação do poder e autoridade do criador, uma espécie de alerta para a sua soberania:

Ell poem sua esperamça em multidõ de muita gemte, pera nos destroir s~e por que, e nos esperemos em hu~u soo Deos que nos livrara de suas maãos; o quall nos leixou padeçer tamtas pressas e tribullaçoões como vistes, por teermos rrazom de o mais amar quamdo nos dellas livrasse [9].

As demonstrações do poder divino, entretanto, não se faziam sentir apenas de forma negativa, ao contrário, as maiores provas do controle de Deus sobre o devir mostravam-se nas situações em que ele auxiliava os fiéis. Na Crónica de D. João I, por exemplo, Fernão Lopes toma como dado que,

...amtre todallas cousas em que o devinall poderio veemos que mais rresplamdeçe, assi he naquellas que de todo pomto som desesperadas (...) [10].
Não é, pois, por acaso que o apelo do homem a Deus e a esperança na sua intervenção surgem como lugares comuns nas crônicas. Enquanto geeral causador e postumeyra fim [11], Deus, como vimos, era aquele que dominava o desenrolar das coisas, até mesmo das coisas mais banais:

...mas Deus, cuja he toda nobreza e senhorio e alteza quis quebrantar a sua presumpçõ (...) [12];
E estãdo asy prestes a batalha pera seer prouue a Deos que a desuiou (...) [13];
...e sem duvjda desta guisa fora, se Deos per outro modo mais apressa nom deram a esta guerra (...) [14].

Por crer nessa sua onipotência, as personagens retratadas pelos cronistas aguardam sempre de Deus, princípio de quaisquer feitos, que seja boõ meo e fim delles [15].

Tamanha esperança faz com que, no mundo construído nas crônicas, as evocações do nome de Deus sejam numerosas, freqüentes e diversificadas. Fosse simplesmente para louvá-lo ou agradecer-lhe, fosse para implorar piedade, para solicitar ajuda e salvação, para pedir conselhos ou até mesmo para pedir sinais daquilo que haveria de vir, o nome de Deus não seria poupado. Os próprios cronistas, logo no prefácio, não se esquecem de lembrar que também a sua tarefa depende da ajuda do todo poderoso:

...recebo fauor e tanta ousança [do Rei] para hir adiante com minha obra, nom cesando dela nem tornando atras, ataa seer acabada com ajuda de todo poderoso Deus, que aos seus prometeu de dar boca e lingoa, a que seus aduersarios nom podessem contradizer [16].
E também não se esquecem de, no final, agradecer por terem conseguido levar a cabo a obra. O exemplo de Zurara é significativo. Ao concluir a "Crónica de Guiné", o cronista, retornando àquilo que foi seu estímulo inicial, dá graças a Deus por lhe ter proporcionado um fim melhor do que ele esperava e aproveita também para agradecer ao Persoal Ternario: Pai, Filho e Espírito Santo [17] - sobre o qual se encontra a Unidade essencial - a arte, a persistência e a inspiração que lhe deram.

Deus era ainda o único que podia agraciar o cronista com o bem que ele mais desejava alcançar, escrever verdade: E sse o Senhor Deos a nos outorgasse o que a allgu~us escrevemdo nom negou, convem a saber, em suas obras clara certidom da verdade(...) [18]. Nesse excerto, portanto, Fernão Lopes deixa claro que, no seu entender, também a verdade, objetivo por excelência da sua história, resulta da revelação divina.

Mas não foi somente pelo benefício da escrita que Deus mereceu louvores. Um dos grandes confortos dos cristãos, contam-nos os cronistas, era depositar toda a sua esperança em Deus, o qual tornaria possível o alcance dos fins desejados: E Deus, que sabe todas estas cousas e todo o mal que el contra nos cuida, el sera nosso capitam em aquel dia e nos dara delle vemçimento (...) [19]. Movidos pela fé, os devotos tinham pouco a temer, pois estavam certos de que o melhor de todos os cavaleiros lutava ao seu lado, dando-lhes força e coragem para combater os mais numerosos exércitos:

Tanto que ho Ifante foi dentro de seu arrayal, carregárom logo sobr'elle infindos Mouros, que, de todalas partes e com grande ousadía, começárom de ho cercar e combater; pero Nosso Senhor deu tanto esforço e acordo aos Christaaõs, que com mortes e feridas assi os escaramentárom, que lhes convêo afastar-se, maravilhados de tam grande resistencia e tamanha força em tam pouca gente (...) [20].
Se, porém, para as personagens das crônicas e para os próprios autores, o mundo era controlado, nos seus mínimos movimentos, pela Providência, a responsabilidade do homem sobre o seu próprio destino também não era insignificante. Não menos forte do que a esperança em Deus estava a convicção de que, nessa vontade soberana, a conduta quotidiana de cada um interferia de forma decisiva. Em harmonia com o pensamento dos filósofos cristãos, os cronistas acreditavam que, como as demais criaturas, também o homem era governado pela Providência, mas, diferentemente delas, era dotado de razão. Tal traço distintivo conferia-lhe a capacidade de participar no seu destino, isto é, ele não era apenas governado pelo supremo, mas também se governava a si mesmo [21]. Em outras palavras, e para abordar um outro aspecto da questão, se o destino estava nas mãos de Deus, isso não significava que o homem devesse estar passivo à espera da intervenção divina. As qualidades do criador de provedor, encaminhador e revelador eram inegáveis, todavia, para merecer o gallardom do nosso Senhor Deos [22], o homem não podia deixar de fazer uso daquilo de que foi dotado: de razão. Ter, portanto, esperança no criador e fazer uso da própria faculdade de julgar e avaliar eram duas virtudes irmãs; esquecer-se da segunda podia pôr em causa a primeira, pois seria esperar muito, tendo feito pouco. Desse modo, a esperança em Deus não dispensava que o homem usasse de sabedoria e de prudência. Esperar apenas da Providência podia ser visto como um insulto a Deus, um abuso da sua boa vontade:

...e [Nuno Álvarez] seguio o emcalço hu~ua gramde legoa ataa que per noite foi forçado de sse tornar, dizemdolhe algu~us dos seus, que aquelle era temtar Deos, nom sse comtentar da merçee que lhe Deos fezera (...) [23].
Por ter sido dotado dessa capacidade de julgar, o homem, embora controlado por Deus em última instância, podia agir de forma imprevisível. Ele era, entre as criaturas, o único que possuía a singularidade de estar no mundo por si mesmo e não somente pela sua espécie. A razoabilidade conferia-lhe o direito de fazer escolhas pessoais, de decidir livremente. Entretanto, se isso era um privilégio, por um lado, era um encargo, por outro. A ele estava reservada a responsabilidade de conduzir espiritual e moralmente a sua vida, servindo a Deus e cultivando as virtudes na relação com os seus semelhantes [24].

Cientes de que os homens compartilhavam com Deus essa responsabilidade sobre o seu próprio destino, os cronistas destacam como virtuosas aquelas personagens que não esperam apenas Dele as soluções para as suas vidas, mas que se empenham nos deveres de bom cristão. É assim que, nas crônicas, vemos freqüentemente a defesa da fé católica ou a devoção serem usadas como justificativa ou estímulo para ações mundanas como vencer uma batalha arriscada, recuperar ânimo após uma peleja perdida, alcançar adeptos e apoio para empreendimentos de risco, explicar as perdas humanas do campo adversário ou do próprio campo. Os esforços dos filhos de D. João I para convencê-lo da viabilidade da tomada de Ceuta são um bom exemplo. O rei D. João só autoriza o empreendimento quando se certifica da excelência do seu objetivo:

Ca vos digo em verdade que ajnda que entendesse de cobrar todo o mundo por meu. como eu sentisse que em algu~ua parte nam era seruiço de Deus. eu o nam teria por vitoria nem o faria por nenhu~ua guisa [25].
A evocação do nome de Deus e a crença na sublimidade das tarefas a realizar serviam igualmente, como adiantamos, de encorajamento ante as diversas dificuldades, especialmente as de caráter guerreiro. São muitos os casos em que, após algumas palavras de esforço, ora reafirmando o valor por si só do serviço a Deus, ora recordando que para os que sobrevivessem estaria reservada a honra e para os que morressem, a salvação da alma, os capitães ou o próprio rei conseguiam inverter uma derrota ou encorajar as suas gentes, em desvantagem numérica, para os mais arriscados combates:

...e tamto mais dauamtagem de nossos jmijgos deue seer nosso coraçam e esforço, quamto teemos mais justas causas e rrezam da pelleia. Nos pelleiamos por Deus, polla ffe, pella verdade. Estes arrenegados que ueedes, pelleiam comtra Deus, pella falssidade [26].
Mesmo nesses casos em que o homem assume um papel mais ativo no desenrolar dos acontecimentos, a fé continua a ser o sustentáculo de tudo, pois crê-se que o sentido das coisas está em Deus e que um desígnio especial foi deixado aos homens.
Foi a partir dessa convicção de que o que realmente importava era o fim ao qual os homens foram destinados, ou melhor, de que havia um significado que transcendia os acontecimentos mundanos, que os cronistas procuraram organizar as suas narrativas. Assim sendo, as circunstâncias a que as personagens estão sujeitas nas crônicas, bem como todos os seus feitos, encontram a sua explicação no supremo saber do Senhor Deus, por cuja prouidemçia se nam faz nada neste mumdo (...) [27].


Afinados com o ideário cristão, os cronistas estabeleceram para os seus heróis uma meta que ultrapassava o plano da experiência, o que explica a freqüência das passagens em que esses se debatem na tentativa de compreender o significado transcendente dos acontecimentos e das coisas. Em tudo, era preciso interpretar os sinais deixados por Deus. A vida na terra era vista como apenas uma etapa da história do homem, motivo pelo qual ele deveria conduzi-la tendo em conta o que se seguiria: a vida depois da morte.


As ações dos protagonistas das crônicas encontram-se, por isso, quase sempre respaldadas num fim que ultrapassa a vida mundana, só podendo ser alcançado depois dela, pois acreditava-se, ou dizia-se acreditar, que a glória conseguida nesse mundo não chegava aa gloria e louuor do premio, que no outro ante Deus se alcançava [28] .

Notas:

[1] D. Duarte, Leal Conselheiro, cap. XCVIII, p. 426.
[2] Infante D. Pedro, Livro da Virtuosa Bemfeitoria, Livro V, cap. VII, p. 713.
[3] Id., ibid., Livro V, cap. I, p. 702.
[4]Rui de Pina, Crónica de D. João II, cap. LVIII, p. 999.
[5]Duarte Galvão, Crónica de El-Rei D. Afonso Henriques, cap. XIV, p. 53.
[6]Fernão Lopes, Crónica de D. João I. Parte Primeira, cap. LXXV p. 128.
[7] Crónica de Cinco Reis de Portugal, p. 155.
[8]Frei João Álvares, Crónica do Infante Santo D. Fernando, p. 86.
[9]Fernão Lopes, Crónica de D. João I. Parte Primeira, cap. CLI, p. 280.
[10] Id., ibid., cap. CXLIX, p. 272.
[11] Infante D. Pedro, Op. cit., Livro VI, cap. XI, p. 761.
[12]Crónica Geral de Espanha de 1344, vol. IV, cap. DCCLIV, p. 311.
[13]Crónica do Condestável, p. 37.
[14]Fernão Lopes, Crónica de D. Fernando, cap. LXXX, p. 210.
[15]Id., Crónica de D. João I. Parte Primeira, cap. XLIV, p. 78.
[16]Frei João Álvarez, Op. cit., p. 2.
[17] G. E. de Zurara, Crónica de Guiné, p. 411.
[18]Fernão Lopes, Crónica de D. João I. Parte Primeira, prólogo, p. 2.
[19]Id., Crónica de D. João I. Parte Segunda, cap. XXXI, p. 65.
[20]Rui de Pina, Crónica de D. Duarte, cap. XXX, p. 550.
[21]Sobre a filosofia cristã medieval, veja-se Étienne Gilson, L' Esprit de la Philosophie Médiévale. No que se refere à condição especial do homem em relação às demais criaturas, veja-se especialmente p. 173.
[22] G. E. de Zurara, Crónica da Tomada de Ceuta, cap. XI, p. 37.
[23]Fernão Lopes, Crónica de D. João I. Parte Primeira, cap. XCV, p. 160.
[24]Infante D. Pedro, Op. cit., Livro III, cap. IV, p. 655.
[25] G. E. de Zurara, Crónica da Tomada de Ceuta, cap. X, p. 33.
[26]Duarte Galvão, Op. cit., cap. XIV, p. 52.
[27]Id., ibid., cap. XXII, p. 84.
[28]Id., ibid., cap. XXV, p. 127

Revista Brasil de Literatura

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