Chan Santa Cruz - 1850
Três longos anos de guerra índia em Iucatán. Mais de 150 mil mortos, 100 mil refugiados. A população se reduziu à metade.
Um dos capitães da rebelião, o mestiço José Maria Barrera, conduz os índiosaté uma gruta no mais remoto da selva. Ali o manancial oferece água fresca, à sombra de uma altíssima caioba. Da caioba nasceu uma pequena cruz que fala.
Diz a cruz em língua maia:
- Chegou o tempo de Iucatán se levantar. Eu a cada hora estou caindo, estão me machadando, estão me dando punhaladas, estão me dando pauladas. Eu ando por Iucatán para redimir meus índios amados....
A cruz tem o tamanho de um dedo. Os índios a vestem. Põem nela huipil e saia; a enfeitam com fios coloridos. Ela juntará os dispersos.
Reed, Nelson. La Guerra de Castas de Yucatán. México, Era, 1971.
Memórias do Fogo - Eduardo Galeano
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