Mais de 2 mil anos depois, os cristãos naturais da terra que foi o berço de sua fé estão desaparecendo
Em observação ao Cristo crucificado enquanto esperam o milagre da ressurreição, fiéis na Igreja Católica do Santo Salvador participam das santas missas de sábado na Cidade Velha de Jerusalém.Foto de Ed Kashi
A cristã Lama Salfity, 19 anos, veste-se de modo conservador para assistir a aulas na Faculdade Comunitária de Ciência Aplicada e Tecnologia em Gaza City. Esta faculdade faz parte da Universidade Islâmica de Gaza, onde o traje exigido faz com que as mulheres usem lenço na cabeça e abaya [túnica que cobre as roupas]. Os cristãos somam só um punhado entre os 20,6 mil alunos matriculados. Israel bombardeou esta universidade aliada do Hamasem dezembro de 2008.
Foto de Ed Kashi
Fugir ou lutar? Para muitos cristãos iraquianos ameaçados de morte ou sequestro pelos jihadistas, a saída foi fugir para a Síria ou o Líbano, onde Faraj Hermez, de Kirkuk, refugiou-se com a mulher e os dez filhos.
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No leste de Beirute, Milad Assaf é um orgulhoso combatente das Forças Libanesas, um partido político cristão maronita defendido por voluntários bem armados.
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Muçulmanos prestam homenagem diante da tumba de São João Batista, em Damasco - um lembrete de que o Islã reverencia Jesus, Maria e profetas bíblicos. Na Síria, as fés misturam-se desde o século 7, quando árabes conquistaram terras cristãs do Império Bizantino - próceres da Igreja até confundiram o islamismo com uma forma de cristianismo.
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O padre eremita Yuhanna Kwawand abre suas portas a visitantes durante parte do ano. Horas sociáveis fazem pressão sobre sua agenda apertada, que inclui a transcrição de volumes de hinos antigos em aramaico para o árabe moderno. Aposentado de suas funções de professor do Antigo Testamento da Bíblia na Universidade do Espírito Santo de Kaslik, no Líbano, o padre Yuhanna ainda conduz missas de louvor diárias, oferece 10 mil preces por dia e dorme apenas algumas horas a cada noite, em meio a seus livros. "As pessoas ficam me trazendo coisas em que trabalhar", ele suspira. "Acham que os eremitas não tem nada para fazer!"
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Nas cavernas do vale de Qadicha, os pioneiros cristãos sonharam com o futuro de sua religião. Monges já usaram o lugar para acorrentar doentes mentais, em busca de cura. Hoje, os cristãos árabes vão ali procurar alento para sua fé.
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No deserto ao norte de Damasco, o mosteiro de Deir Mar Musa foi erguido, no século 6, quando igrejas e mosteiros ocupavam a região. Hoje seus monges se dizem “testemunhas da paz”, promovendo o diálogo entre muçulmanos e cristãos.
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Na Cisjordânia, agricultores cristãos perderam seus olivais quando Israel cercou um assentamento.
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A única comunidade na Faixa de Gaza que permanece totalmente cristã é a At Tayyibah, e três igrejas atendem a sua 1.300 almas. As ruínas de El Khader, uma igreja em forma de cruz construída em algum momento entre os séculos 4 e 7, e reconstruída pelos cruzados do século 12, ainda se ergue nos arredores da cidade. Durante quase um milênio depois de Cristo, vilarejos cristãos como este dominavam os topos das colinas rochosas da Palestina, declaradas como terra santa pelo imperador Constantino depois de sua conversão ao cristianismo em 312.
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De alto-astral no bairro cristão, fiéis soltam a voz na Páscoa.
Foto de Ed Kashi
http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/edicao-111/fotos/cristaos-arabes-473578.shtml?foto=16p
Revista National Geographic
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