Morto há 90 anos,
Oswaldo Cruz foi reconhecidointernacionalmente como
um dos maiores sanitaristasda história do País
O médico sanitarista Oswaldo Cruz, apesar de ter marcado um período histórico no Rio de Janeiro, nasceu no Estado de São Paulo. Para ser mais preciso, no dia 5 de agosto de 1872, na cidade de São Luís de Paraitinga. Quando tinha 5 anos, seu pai, médico, decidiu mudar-se com a família para o Rio de Janeiro, na época a capital federal. Foi lá que o menino cresceu, estudou e ingressou, aos 15 anos, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde iniciou uma brilhante carreira.
Microbiologia era a sua paixão. Antes mesmo de concluir o curso, Cruz publicara dois artigos dedicados a esse tema na revista Brasil Médico. Em 1892 diplomou-se, defendendo a tese “Veiculação Microbiana pelas Águas”. Montou um pequeno laboratório no porão de sua própria casa, para desenvolver ainda mais suas pesquisas. A morte do pai, no mesmo ano de sua formatura, impediu temporariamente o aprofundamento de seus estudos. Mas, em 1896, ele realizou seu sonho: seguiu para o Instituto Pasteur, em Paris – na época, um dos mais consagradosredutos de cientistas do mundo. Foi especializar-se em bacteriologia.
Ao voltar da Europa, Oswaldo Cruz logo deparou com a dura realidade sanitária de seu País. O porto de Santos era assolado por uma violenta epidemia de peste bubônica – que ele sabia poder enfrentar com seus conhecimentos. Rapidamente engajou-se nesse combate. Foi admitido como diretor técnico do Instituto Soroterápico Federal, instalado na antiga fazenda de Manguinhos, criado especialmente para fabricar o soro antipestoso, em maio de 1900. Seu diretor era o barão de Pedro Afonso.
Polêmica febrilO sucesso das ações no combate à peste bubônica logo levaram o jovem bacteriologista a assumir a direção do Instituto, que havia ampliado bastante suas atividades; não se restringia mais à fabricação de soro antipestoso, mas também se dedicava à pesquisa básica aplicada e à formação de recursos humanos.
Mais uma vez, Cruz se destacava, e em 1903 foi nomeado diretor-geral de Saúde Pública – cargo correspondente ao atual posto de ministro da Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico, ele deflagrou memoráveis campanhas de saneamento. Com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam peste bubônica, a incidência da doença foi drasticamente reduzida em poucos meses.
Ao combater a febre amarela, na mesma época, o sanitarista começou a envolver-se em polêmicas. Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença era transmitida pelo contato com roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No entanto, Oswaldo Cruz se apoiava em uma nova teoria: a de que o transmissor da febre amarela seria um mosquito. Assim, suspendeu os métodos tradicionais de combate à moléstia e implantou medidas sanitárias mais modernas: brigadas para eliminar focos do inseto em casas, jardins, quintais e ruas, procurando impedir o acúmulo de água parada, em que se desenvolviam as larvas dos mosquitos. Essa atuação gerou violenta reação popular.
Antes tarde...Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram imediatamente uma campanha contra a medida. O Congresso também protestou, e foi organizada a Liga contra a Vacinação Obrigatória. No dia 13 de novembro estourou a rebelião popular conhecida como revolta da vacina. No dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha foi a campo, para sufocar a rebelião. Conseguiu contê-la, mas o Governo não pôde mais manter a obrigatoriedade da vacinação.
Mas Oswaldo Cruz começou a colher os bons resultados de sua política sanitária, que inclui também a reforma do Código Sanitário e a reestruturação de todos os órgãos de Saúde e Higiene do País. Em 1907, a febre amarela estava erradicada no Rio de Janeiro. No mundo científico internacional, seu prestígio era já grande. Naquele mesmo ano, ele recebeu a medalha de ouro no 14º Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, pelo trabalho de saneamento da capital brasileira.
Em 1908, uma epidemia de varíola levou a população, finalmente,aos postos de vacinação. O Brasil finalmente reconhecia o valor do sanitarista. No mesmo ano, o Instituto Soroterápico Federal foi rebatizado com o nome de Instituto Oswaldo Cruz.
No ano seguinte, Cruz deixou a diretoria-geral de Saúde Pública, passando a dedicar-se exclusivamente ao Instituto, onde lançou importantes expedições científicas que possibilitaram a ocupação do interior do País. Na região da Amazônia, por exemplo, ele realizou uma campanha sanitária e erradicou a febre amarela, possibilitando assim a continuidade da construção da estrada de ferro Madeira–Mamoré, que havia sido interrompida devido à epidemia.
O amplo reconhecimento ainda valeu uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, já nosúltimos anos de vida. Em 1915, por motivos de saúde, abandonou a direção do Instituto Oswaldo Cruz e mudou-se para Petrópolis. Como prefeito dessa cidade, traçou um vasto plano de urbanização que não pôde ver executado, pois morreu em 1917. Há 90 anos, o ainda jovem Oswaldo Cruz faleceu por insuficiência renal, deixando um grande legado científico para o Brasil.
Revista desvendando a história
Oswaldo Cruz foi reconhecidointernacionalmente como
um dos maiores sanitaristasda história do País
O médico sanitarista Oswaldo Cruz, apesar de ter marcado um período histórico no Rio de Janeiro, nasceu no Estado de São Paulo. Para ser mais preciso, no dia 5 de agosto de 1872, na cidade de São Luís de Paraitinga. Quando tinha 5 anos, seu pai, médico, decidiu mudar-se com a família para o Rio de Janeiro, na época a capital federal. Foi lá que o menino cresceu, estudou e ingressou, aos 15 anos, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde iniciou uma brilhante carreira.
Microbiologia era a sua paixão. Antes mesmo de concluir o curso, Cruz publicara dois artigos dedicados a esse tema na revista Brasil Médico. Em 1892 diplomou-se, defendendo a tese “Veiculação Microbiana pelas Águas”. Montou um pequeno laboratório no porão de sua própria casa, para desenvolver ainda mais suas pesquisas. A morte do pai, no mesmo ano de sua formatura, impediu temporariamente o aprofundamento de seus estudos. Mas, em 1896, ele realizou seu sonho: seguiu para o Instituto Pasteur, em Paris – na época, um dos mais consagradosredutos de cientistas do mundo. Foi especializar-se em bacteriologia.
Ao voltar da Europa, Oswaldo Cruz logo deparou com a dura realidade sanitária de seu País. O porto de Santos era assolado por uma violenta epidemia de peste bubônica – que ele sabia poder enfrentar com seus conhecimentos. Rapidamente engajou-se nesse combate. Foi admitido como diretor técnico do Instituto Soroterápico Federal, instalado na antiga fazenda de Manguinhos, criado especialmente para fabricar o soro antipestoso, em maio de 1900. Seu diretor era o barão de Pedro Afonso.
Polêmica febrilO sucesso das ações no combate à peste bubônica logo levaram o jovem bacteriologista a assumir a direção do Instituto, que havia ampliado bastante suas atividades; não se restringia mais à fabricação de soro antipestoso, mas também se dedicava à pesquisa básica aplicada e à formação de recursos humanos.
Mais uma vez, Cruz se destacava, e em 1903 foi nomeado diretor-geral de Saúde Pública – cargo correspondente ao atual posto de ministro da Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico, ele deflagrou memoráveis campanhas de saneamento. Com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam peste bubônica, a incidência da doença foi drasticamente reduzida em poucos meses.
Ao combater a febre amarela, na mesma época, o sanitarista começou a envolver-se em polêmicas. Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença era transmitida pelo contato com roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No entanto, Oswaldo Cruz se apoiava em uma nova teoria: a de que o transmissor da febre amarela seria um mosquito. Assim, suspendeu os métodos tradicionais de combate à moléstia e implantou medidas sanitárias mais modernas: brigadas para eliminar focos do inseto em casas, jardins, quintais e ruas, procurando impedir o acúmulo de água parada, em que se desenvolviam as larvas dos mosquitos. Essa atuação gerou violenta reação popular.
Antes tarde...Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram imediatamente uma campanha contra a medida. O Congresso também protestou, e foi organizada a Liga contra a Vacinação Obrigatória. No dia 13 de novembro estourou a rebelião popular conhecida como revolta da vacina. No dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha foi a campo, para sufocar a rebelião. Conseguiu contê-la, mas o Governo não pôde mais manter a obrigatoriedade da vacinação.
Mas Oswaldo Cruz começou a colher os bons resultados de sua política sanitária, que inclui também a reforma do Código Sanitário e a reestruturação de todos os órgãos de Saúde e Higiene do País. Em 1907, a febre amarela estava erradicada no Rio de Janeiro. No mundo científico internacional, seu prestígio era já grande. Naquele mesmo ano, ele recebeu a medalha de ouro no 14º Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, pelo trabalho de saneamento da capital brasileira.
Em 1908, uma epidemia de varíola levou a população, finalmente,aos postos de vacinação. O Brasil finalmente reconhecia o valor do sanitarista. No mesmo ano, o Instituto Soroterápico Federal foi rebatizado com o nome de Instituto Oswaldo Cruz.
No ano seguinte, Cruz deixou a diretoria-geral de Saúde Pública, passando a dedicar-se exclusivamente ao Instituto, onde lançou importantes expedições científicas que possibilitaram a ocupação do interior do País. Na região da Amazônia, por exemplo, ele realizou uma campanha sanitária e erradicou a febre amarela, possibilitando assim a continuidade da construção da estrada de ferro Madeira–Mamoré, que havia sido interrompida devido à epidemia.
O amplo reconhecimento ainda valeu uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, já nosúltimos anos de vida. Em 1915, por motivos de saúde, abandonou a direção do Instituto Oswaldo Cruz e mudou-se para Petrópolis. Como prefeito dessa cidade, traçou um vasto plano de urbanização que não pôde ver executado, pois morreu em 1917. Há 90 anos, o ainda jovem Oswaldo Cruz faleceu por insuficiência renal, deixando um grande legado científico para o Brasil.
Revista desvendando a história
Um comentário:
Olá Eduardo. Pesquisando sobre blogs de história, já que tenho um, cheguei até você. São addos importantes de algusn temas que já abordei e algusn que pretendo abordar. De acordo com a popularidade de certos posts, pretendo desenvolver tais temas. Meu blog trata da história de forma bem irreverente. pego um tema, disserto sobre ele, polemitizando através de críticas aos governos atuais,aos desvaneios da sociedade e a alguns outros personagens da história... Esateri sempre por aqui. Sucesso.Tô querendo te linkar...
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