por Roberto Navarro
Basicamente, o país precisou se tornar uma potência econômica e militar. Foi um longo processo que se estendeu por pelo menos 300 anos. Primeiro, os caras "arrumaram a casa", resolvendo conflitos internos políticos e econômicos, unificando a sociedade americana e expandindo seu território. Ao mesmo tempo, diversos setores da sociedade engajaram-se para tornar o país um ambiente favorável ao capitalismo. A receita básica era incentivar a iniciativa privada (ajudando empresários que queriam abrir o próprio negócio, por exemplo) e garantir que o governo se metesse pouco na economia (o mercado, pela lei da oferta e da procura, regularia o sobe-e-desce econômico). Uma terceira mudança rolou no campo dos costumes: para "dominar" o mundo, a sociedade americana precisou superar seu histórico isolacionismo - a tendência de não se envolver em conflitos armados internacionais. Lá pelo final do século 19, o tripé do crescimento ianque estava armado. A expansão econômica exigia a busca de novos mercados, o que levou os Estados Unidos a guerrear com a Espanha, em 1898, o primeiro de muitos conflitos internacionais do Tio Sam. "Guerra e crescimento econômico são quase que indissociáveis na aventura imperialista dos Estados Unidos", afirma José Otávio Nogueira Guimarães, historiador da Universidade de Brasília. Como você confere na linha do tempo ao lado, a fórmula "sangue + dinheiro" se repetiu muitas vezes, tornando-se decisiva para consolidar e manter os americanos no topo do mundo.
Grana e granada
Pujança econômica e vitórias militares colocaram o Tio Sam no comando do planeta
A partir de 1946
Empresas americanas são impulsionadas com o repasse de tecnologias militares e com a abertura do mercado europeu na reconstrução do continente. A partir daí, a maioria dos historiadores não tem dúvidas em dizer que os Estados Unidos são a única superpotência mundial
1941
Em um momento decisivo do conflito, os americanos entram na Segunda Guerra. O apoio é vital para o triunfo aliado e a conversão da indústria americana para a guerra resulta em importantes avanços tecnológicos e econômicos
1917
Os Estados Unidos abandonam a neutralidade na Primeira Guerra e entram no conflito. Nos campos de batalha da Europa, divisões americanas desempenham papel importante para a vitória, consolidando o prestígio militar do país
Início do século 20
Uma gigantesca onda de imigração leva aos Estados Unidos mais de 35 milhões de europeus. A força de trabalho farta e barata contribui para a aceleração do vigor econômico
Virada do século 20
A industrialização espalha-se rapidamente pelo país. Agora é a produção das fábricas que cresce vertiginosamente. Os Estados Unidos já são a maior potência econômica do mundo, mas com reduzida importância militar
1898
Os Estados Unidos apóiam a independência de Cuba e entram em guerra com os espanhóis. Com uma poderosa frota de navios de guerra, os americanos vencem e conquistam antigas colônias espanholas, como Porto Rico e Filipinas
1776
A história do domínio americano começa na independência do país. Colonos europeus em fuga chegam ao leste do que viria a ser o território dos Estados Unidos, colocando em prática a "ética do trabalho" de um vigoroso capitalismo
1865
A Guerra de Secessão (1861-1865) destrói os estados do sul do país, escravocratas e agrários. Mas os estados do norte, vencedores, readmitem os sulistas na união dos estados americanos e investem pesado para recuperar a economia
1876
Última grande guerra do Exército americano contra nações indígenas que se opunham à colonização de suas terras. A derrota dos índios estimula a expansão populacional rumo ao oeste, com novos territórios abertos à agropecuária
Final do século 19
A criação de uma ampla malha ferroviária e a remoção de índios para reservas levam ao drástico aumento da área de terras cultivadas. Amparada pela mecanização, a produtividade das colheitas explode
Revista Mundo Estranho
Basicamente, o país precisou se tornar uma potência econômica e militar. Foi um longo processo que se estendeu por pelo menos 300 anos. Primeiro, os caras "arrumaram a casa", resolvendo conflitos internos políticos e econômicos, unificando a sociedade americana e expandindo seu território. Ao mesmo tempo, diversos setores da sociedade engajaram-se para tornar o país um ambiente favorável ao capitalismo. A receita básica era incentivar a iniciativa privada (ajudando empresários que queriam abrir o próprio negócio, por exemplo) e garantir que o governo se metesse pouco na economia (o mercado, pela lei da oferta e da procura, regularia o sobe-e-desce econômico). Uma terceira mudança rolou no campo dos costumes: para "dominar" o mundo, a sociedade americana precisou superar seu histórico isolacionismo - a tendência de não se envolver em conflitos armados internacionais. Lá pelo final do século 19, o tripé do crescimento ianque estava armado. A expansão econômica exigia a busca de novos mercados, o que levou os Estados Unidos a guerrear com a Espanha, em 1898, o primeiro de muitos conflitos internacionais do Tio Sam. "Guerra e crescimento econômico são quase que indissociáveis na aventura imperialista dos Estados Unidos", afirma José Otávio Nogueira Guimarães, historiador da Universidade de Brasília. Como você confere na linha do tempo ao lado, a fórmula "sangue + dinheiro" se repetiu muitas vezes, tornando-se decisiva para consolidar e manter os americanos no topo do mundo.
Grana e granada
Pujança econômica e vitórias militares colocaram o Tio Sam no comando do planeta
A partir de 1946
Empresas americanas são impulsionadas com o repasse de tecnologias militares e com a abertura do mercado europeu na reconstrução do continente. A partir daí, a maioria dos historiadores não tem dúvidas em dizer que os Estados Unidos são a única superpotência mundial
1941
Em um momento decisivo do conflito, os americanos entram na Segunda Guerra. O apoio é vital para o triunfo aliado e a conversão da indústria americana para a guerra resulta em importantes avanços tecnológicos e econômicos
1917
Os Estados Unidos abandonam a neutralidade na Primeira Guerra e entram no conflito. Nos campos de batalha da Europa, divisões americanas desempenham papel importante para a vitória, consolidando o prestígio militar do país
Início do século 20
Uma gigantesca onda de imigração leva aos Estados Unidos mais de 35 milhões de europeus. A força de trabalho farta e barata contribui para a aceleração do vigor econômico
Virada do século 20
A industrialização espalha-se rapidamente pelo país. Agora é a produção das fábricas que cresce vertiginosamente. Os Estados Unidos já são a maior potência econômica do mundo, mas com reduzida importância militar
1898
Os Estados Unidos apóiam a independência de Cuba e entram em guerra com os espanhóis. Com uma poderosa frota de navios de guerra, os americanos vencem e conquistam antigas colônias espanholas, como Porto Rico e Filipinas
1776
A história do domínio americano começa na independência do país. Colonos europeus em fuga chegam ao leste do que viria a ser o território dos Estados Unidos, colocando em prática a "ética do trabalho" de um vigoroso capitalismo
1865
A Guerra de Secessão (1861-1865) destrói os estados do sul do país, escravocratas e agrários. Mas os estados do norte, vencedores, readmitem os sulistas na união dos estados americanos e investem pesado para recuperar a economia
1876
Última grande guerra do Exército americano contra nações indígenas que se opunham à colonização de suas terras. A derrota dos índios estimula a expansão populacional rumo ao oeste, com novos territórios abertos à agropecuária
Final do século 19
A criação de uma ampla malha ferroviária e a remoção de índios para reservas levam ao drástico aumento da área de terras cultivadas. Amparada pela mecanização, a produtividade das colheitas explode
Revista Mundo Estranho
Um comentário:
Nobre colega, acredito que tenha faltado falar do destino manifesto e do corolário Roosevelt.
Grande abraço
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