Renata de Figueiredo Summa
“Não há dúvida de que esse crime foi preparado e realizado por motivos políticos. Era momento oportuno para fazer desaparecer do país uma raça que se havia rebelado contra os atos bárbaros cometidos pelos turcos e cujas aspirações de liberdade podiam ir em prejuízo da Turquia (...) Os partidários do panturquismo pensavam que embora caísse Constantinopla e a Turquia perdesse, a aniquilação dos armênios representaria uma vantagem permanente para o futuro da raça turca”.
Winston Churchill, em “The World Crises”, Tomo V, Londres, p. 405, 1929
Cronologia do Genocídio Armênio
1914
21/02: O Comitê União e Progresso (Ittihad) ordena o boicote ao comércio e indústria dos armênios no Império Otomano.
20/11: É publicada uma ordem de expulsão de todos os funcionários de origem armênia da administração pública otomana.
26/11: O Ministério da Guerra inicia a repartição de armas e munições entre os membros da “Teshkilat Mahsusa”, organização especial militarizada integrada por criminosos liberados ilegalmente das prisões turcas.
1915
12/02: Começam a desarmar os soldados armênios do Exército turco.
12/03: São feitas detenções em massa de armênios em Dortyol, sobre os quais dizia-se que iriam trabalhar na construção de estradas nas proximidades de Alepo. Nunca mais foram vistos.
20/04: A deportação dos 25.000 armênios de Zeitun foi concluída. No mesmo dia começam as detenções massivas em Diarbekir.
24/04: Na véspera da Páscoa, ao meio-dia, cumprindo ordens ilegais, com listas preparadas de forma detalhada, o governo dos Jovens Turcos prende e, no dia 25, deporta os líderes máximos religiosos, políticos e intelectuais da comunidade armênia em Istambul. Eles passam uma noite encarcerados em Mehder-Hané e depois são divididos em dois grupos. Cada um segue para cidades distintas, onde são esperados para ser assassinados depois de falsos julgamentos. Durante todo o mês de abril, as detenções continuam: 196 escritores, 168 pintores, 575 músicos, compositores, intérpretes e bailarinas, 336 médicos, farmacêuticos e odontologistas, 176 docentes e professores, 160 advogados, 62 arquitetos, 64 atores etc.
27/05: O Marechal alemão Otto Liman Von Sanders informa a Berlim que as deportações foram planejadas pelo governo, com a aprovação de todos os ministérios, e a execução fica a cargo dos governadores e da polícia.
28/07: Sabit, governador de Kharput, informa ao Ministério do Interior que as estradas estão cheias de cadáveres de mulheres e crianças e que não tem tempo para enterrá-los.
26/09: O ministro do Interior, Talaat, emite um regulamento com onze artigos, ratificado depois pelo Senado otomano, que legaliza o saque dos bens dos armênios organizado pelo Estado.
01/10: São “turquificados” 600 órfãos armênios em Herek.
07/10: Estima-se que tenham sobrevivido cerca de 360.000 armênios e que tenham sido assassinados 800.000. O resto da população Armênia está nas caravanas.
18/11: Talaat ordena que o governador de Alepo seja cuidadoso no envio dos armênios ao deserto. Ele recomenda que os massacres sejam realizados em lugares muito
ocultos.
11/12: Talaat ordena a prisão de jornalistas que preparavam informes sobre o genocídio e tiravam fotos dos acontecimentos.
10/03: O governo de Alepo envia um informe ao Ministério do Interior, em Constantinopla, dizendo que 75% dos armênios tinham sido assassinados.
17/03: Realizam-se grandes matanças nos campos de concentração de Rãs-iul-ain (50 mil) e Der-el-Zor (200 mil)
14/08: Informa-se que, por acumulação dos cadáveres de 200 mil armênios, houve um desvio do curso do rio Eufrates nas proximidades de Der-el-Zor.
04/10: O embaixador interino Radowitz informa ao chanceler Theobald Von Bethman Hollweg que dois milhões de armênios foram deportados e que somente 325 mil sobreviveram.
12/02: Começam a desarmar os soldados armênios do Exército turco.
12/03: São feitas detenções em massa de armênios em Dortyol, sobre os quais dizia-se que iriam trabalhar na construção de estradas nas proximidades de Alepo. Nunca mais foram vistos.
20/04: A deportação dos 25.000 armênios de Zeitun foi concluída. No mesmo dia começam as detenções massivas em Diarbekir.
24/04: Na véspera da Páscoa, ao meio-dia, cumprindo ordens ilegais, com listas preparadas de forma detalhada, o governo dos Jovens Turcos prende e, no dia 25, deporta os líderes máximos religiosos, políticos e intelectuais da comunidade armênia em Istambul. Eles passam uma noite encarcerados em Mehder-Hané e depois são divididos em dois grupos. Cada um segue para cidades distintas, onde são esperados para ser assassinados depois de falsos julgamentos. Durante todo o mês de abril, as detenções continuam: 196 escritores, 168 pintores, 575 músicos, compositores, intérpretes e bailarinas, 336 médicos, farmacêuticos e odontologistas, 176 docentes e professores, 160 advogados, 62 arquitetos, 64 atores etc.
27/05: O Marechal alemão Otto Liman Von Sanders informa a Berlim que as deportações foram planejadas pelo governo, com a aprovação de todos os ministérios, e a execução fica a cargo dos governadores e da polícia.
28/07: Sabit, governador de Kharput, informa ao Ministério do Interior que as estradas estão cheias de cadáveres de mulheres e crianças e que não tem tempo para enterrá-los.
26/09: O ministro do Interior, Talaat, emite um regulamento com onze artigos, ratificado depois pelo Senado otomano, que legaliza o saque dos bens dos armênios organizado pelo Estado.
01/10: São “turquificados” 600 órfãos armênios em Herek.
07/10: Estima-se que tenham sobrevivido cerca de 360.000 armênios e que tenham sido assassinados 800.000. O resto da população Armênia está nas caravanas.
18/11: Talaat ordena que o governador de Alepo seja cuidadoso no envio dos armênios ao deserto. Ele recomenda que os massacres sejam realizados em lugares muito
ocultos.
11/12: Talaat ordena a prisão de jornalistas que preparavam informes sobre o genocídio e tiravam fotos dos acontecimentos.
10/03: O governo de Alepo envia um informe ao Ministério do Interior, em Constantinopla, dizendo que 75% dos armênios tinham sido assassinados.
17/03: Realizam-se grandes matanças nos campos de concentração de Rãs-iul-ain (50 mil) e Der-el-Zor (200 mil)
14/08: Informa-se que, por acumulação dos cadáveres de 200 mil armênios, houve um desvio do curso do rio Eufrates nas proximidades de Der-el-Zor.
04/10: O embaixador interino Radowitz informa ao chanceler Theobald Von Bethman Hollweg que dois milhões de armênios foram deportados e que somente 325 mil sobreviveram.
1918
28/05: A Armênia proclama sua independência após vencer as batalhas de Sardarabad, Bach-Abaran e Karakiliná contra os turcos.
11/10: Quatro dias depois da queda de Talaat Paxá, o governo turco autoriza o retorno dos armênios a suas cidades.
04/11: O Parlamento do Império Otomano decide submeter a julgamento marcial os responsáveis do Comitê União e Progresso pelo genocídio
28/05: A Armênia proclama sua independência após vencer as batalhas de Sardarabad, Bach-Abaran e Karakiliná contra os turcos.
11/10: Quatro dias depois da queda de Talaat Paxá, o governo turco autoriza o retorno dos armênios a suas cidades.
04/11: O Parlamento do Império Otomano decide submeter a julgamento marcial os responsáveis do Comitê União e Progresso pelo genocídio
1919
05/07: Em Constantinopla, o Tribunal Marcial condena à morte Talaat Paxá, que estava foragido na Alemanha.
05/07: Em Constantinopla, o Tribunal Marcial condena à morte Talaat Paxá, que estava foragido na Alemanha.
1920
24/08: Firma-se, em Moscou, um tratado de amizade e cooperação bolcheviquekemalista que dá aos turcos liberdade de ação com respeito à Armênia. A Rússia não interviria a favor dos armênios.
10/09: Os turcos kemalistas ordenam novas deportações de armênios que haviam retornado às cidades de Keotahia, Tavshan, Cesárea, entre outras.
23/09: A Turquia ataca a República da Armênia sem declaração de guerra prévia.
24/08: Firma-se, em Moscou, um tratado de amizade e cooperação bolcheviquekemalista que dá aos turcos liberdade de ação com respeito à Armênia. A Rússia não interviria a favor dos armênios.
10/09: Os turcos kemalistas ordenam novas deportações de armênios que haviam retornado às cidades de Keotahia, Tavshan, Cesárea, entre outras.
23/09: A Turquia ataca a República da Armênia sem declaração de guerra prévia.
1921
15/03: O estudante armênio Soghomón Tehlirian mata Tallat Paxá, que estava foragido em Berlim.
27/06: Os turcos iniciam uma ofensiva final contra Zeitun e matam todos os sobreviventes
15/03: O estudante armênio Soghomón Tehlirian mata Tallat Paxá, que estava foragido em Berlim.
27/06: Os turcos iniciam uma ofensiva final contra Zeitun e matam todos os sobreviventes
1922
09/09: Os kemalistas invadem a cidade de Ismirna. Saqueiam e cometem assassinatos e incendeiam o bairro armênio (Hainotz).
09/09: Os kemalistas invadem a cidade de Ismirna. Saqueiam e cometem assassinatos e incendeiam o bairro armênio (Hainotz).
1923
31/03: Pela Lei N° 319 da República Turca, todos os turcos que foram condenados como criminosos de guerra por algum Tribunal Militar foram declarados inocentes.
24/09: Publica-se uma Lei que proíbe para sempre o retorno dos armênios aos territórios da Turquia. O patrimônio cultural segue sendo saqueado.
Revista Ética e Filosofia Política - UFJF
31/03: Pela Lei N° 319 da República Turca, todos os turcos que foram condenados como criminosos de guerra por algum Tribunal Militar foram declarados inocentes.
24/09: Publica-se uma Lei que proíbe para sempre o retorno dos armênios aos territórios da Turquia. O patrimônio cultural segue sendo saqueado.
Revista Ética e Filosofia Política - UFJF
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