sexta-feira, 9 de abril de 2010

Guerreiros deixaram milhões de descendentes


Guerreiros deixaram milhões de descendentes
por Reinaldo Lopes
Não foi só Gêngis Khan, o líder que unificou os mongóis, quem deixou um vasto rastro de descendentes. Estudos genéticos do cromossomo Y, a marca da masculinidade do DNA humano, mostram que outros grandes guerreiros do passado tiveram proporcionalmente muito mais descendentes que os homens comuns de sua época e são “pais” de milhões de pessoas vivas hoje. Isso porque eles eram conquistadores não apenas de territórios, mas também de mulheres – tinham como hábito cercar-se de concubinas quando chegavam ao poder.

O fato foi observado em 2003. A equipe do geneticista britânico Chris Tyler-Smith, da Universidade de Oxford, mostrou que 8% dos homens que vivem dentro das fronteiras do antigo Império Mongol carregam o mesmo tipo de cromossomo Y. Ao analisar diferenças sutis no DNA do cromossomo, que é passado de pai para filho do sexo masculino, os cientistas calcularam que esse Y muito comum surgiu no século 12, na mesma época em que Gêngis chegou ao poder, e na Mongólia. Por isso, ele foi batizado de “efeito Gêngis Khan”.

No ano passado, Tyler-Smith achou outra variante do cromossomo muito comum entre tribos do norte da China, que teria surgido há cerca de 500 anos. Para eles, esse Y pode ter pertencido a Giocangga, o fundador da dinastia Qing, na China. Além disso, pesquisadores do Trinity College, na Irlanda, acabam de mostrar que um quinto dos homens no noroeste do país e 2% dos nova-iorquinos carregam o mesmo Y. Eles propõem que o “papai” seja Niall dos Nove Reféns, rei do século 5 que fundou uma poderosa dinastia da região. Isso porque, entre as famílias que tradicionalmente se dizem descendentes de Niall, essa versão do cromossomo é muito mais comum.



Toma que o filho é teu
Quem são os maiores "pais" da humanidade
Conquistador - Gêngis Khan

Descendentes - 8 milhões

Conquistador - Niall dos Nove Reféns

Descendentes - 3 milhões

Conquistador - Giocangga

Descendentes - 1,5 milhão
Em compensação...

Otzi, o mais famoso homem do gelo, que viveu há 5,3 mil anos, provavelmente não podia ter filhos. Essa é a constatação de uma pesquisa do antropólogo italiano Franco Rollo, da Universidade de Camerino.

Para chegar a essa conclusão, o cientista examinou o DNA do homem do gelo e encontrou nele áreas que são normalmente associadas à infertilidade.

Embora isso seja apenas suposição, Rollo fez ligações entre a esterilidade de Otzi e sua morte violenta. O cientista afirma que é possível que a infertilidade esteja ligada algum tipo de fraqueza social – e uma briga decorrente disso pode ter sido a causa de seu assassinato.

Revista Aventuras na História

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