Religião e magia na Idade Moderna no campo historiográfico
Luciano Bezerra Agra Filho
lucianoagra@isbt.com.br
Licenciado em História - UEPB
Dentre essa criação cultural o Iluminismo não era apreciado em certas regiões como na Alemanha e Espanha, visto que existia predominância francesa, concluindo-se que essas canções populares era inspirados em sentimentos nacionalistas.
Dentre de uma estratificação social e cultural, havia o contraste entre os habitantes das terras altas e terras baixas, por isso existiam as diferenças na cultura do pastor em particular era simbolizada por causas especiais como avental, eram pobres e isolados mas se deslocavam de um lugar para o outro pois eram livres e tinham o tempo para eles e se dedicavam ao seu próprios rebanhos, tocando flautas e gaitas.
Haviam os mineiros que tinham suas lendas e tinham seu orgulho de lidar com metais preciosos que eles próprios descobriram. Eles tinham seus próprios santos padroeiros, a sua dança, as suas canções. E como os pastores, desenvolveram sua própria cultura, por terem sido rejeitados pelo mundo que os dominavam, deixam uma rica cultura e teem sua vida retratada pelo clérigo luterano. Segundo João Ribeiro Júnior afirma que:
Dentre essa criação cultural o Iluminismo não era apreciado em certas regiões como na Alemanha e Espanha, visto que existia predominância francesa, concluindo-se que essas canções populares era inspirados em sentimentos nacionalistas.
Dentre de uma estratificação social e cultural, havia o contraste entre os habitantes das terras altas e terras baixas, por isso existiam as diferenças na cultura do pastor em particular era simbolizada por causas especiais como avental, eram pobres e isolados mas se deslocavam de um lugar para o outro pois eram livres e tinham o tempo para eles e se dedicavam ao seu próprios rebanhos, tocando flautas e gaitas.
Haviam os mineiros que tinham suas lendas e tinham seu orgulho de lidar com metais preciosos que eles próprios descobriram. Eles tinham seus próprios santos padroeiros, a sua dança, as suas canções. E como os pastores, desenvolveram sua própria cultura, por terem sido rejeitados pelo mundo que os dominavam, deixam uma rica cultura e teem sua vida retratada pelo clérigo luterano. Segundo João Ribeiro Júnior afirma que:
“ Aonde existir opressão, alienação, ignorância,
interesse em manter o povo marginalizado do
processo histórico, insatisfação, descrença em todos
os argumentos científicos ou desconhecimento
deles; onde existir o desejo de coisas novas e
diferentes que a sociedade de consumo insistir em
produzir, mas que cada vez mais se distancia da
grande massa aí estava a Magia Negra”( RIBEIRO,
1985, p. 35)
interesse em manter o povo marginalizado do
processo histórico, insatisfação, descrença em todos
os argumentos científicos ou desconhecimento
deles; onde existir o desejo de coisas novas e
diferentes que a sociedade de consumo insistir em
produzir, mas que cada vez mais se distancia da
grande massa aí estava a Magia Negra”( RIBEIRO,
1985, p. 35)
Para Ribeiro, como para os seus seguidores, se pode afirmar, quanto ao período moderno, as feitiçarias estão subordinadas à magia negra. E é neste sentido que esses elementos eram totalmente divergentes. Do que foi dito anteriormente encontramos-nos diante da idéia de que a feitiçaria ou de mago trabalha metodicamente, com o exato conhecimento do que está fazendo. Enquanto o bruxo trabalha de modo natural, e muitas vezes instintivamente.
Por outro lado, os bruxos e feiticeiros encontravam-se no Sabá, que representava o elo entre o velho rito pagão dos bruxos e o ritual anticristão, onde satanás era adorado como um Deus. Da mesma forma, a maior parte dessas assembléias praticava-se magia negra, orgias, sexuais, jogos, danças, canibalismo e assim sucessivamente. Podemos dizer que a maior parte dos Sabás, eram dispersos, isto é, não existia lugares nem dias específicos para poder realizá-los. Contudo, entende-se que a sua prática era proibida pela igreja e com ameaça de morte, por vir contra a ideologia cristã.
Apesar dessa noção, na verdade, o intuito de realização do Sabá era proporcionar a seus freqüentadores (homens e mulheres), uma fuga dos rigores de vida, principalmente por parte das mulheres. É evidente, que elas encontravam no Sabá, uma forma de sentir-se livre da repressão que lhes era imposta. Segundo João Ribeiro, afirma que:
“as orgias sexuais eram válvulas de escape para a
satisfação de desejos carnais frustrados ou
reprimidos por exagerados e severíssimos conceitos
religiosos da época, parte do aparato repressivo que
congregava o Estado Monárquico e a Igreja”(
RIBEIRO, 1985, p. 40).
satisfação de desejos carnais frustrados ou
reprimidos por exagerados e severíssimos conceitos
religiosos da época, parte do aparato repressivo que
congregava o Estado Monárquico e a Igreja”(
RIBEIRO, 1985, p. 40).
“Aliás, a liberdade de expressão sempre esteve vinculada à liberdade sexual. Onde se reprime a liberdade de expressão também se reprime a liberdade sexual.”( RIBEIRO, 1985, p. 40). Neste sentido, podemos enfatizar que a relação ao vôo no espaço e as fantasias eróticas, eram provocadas pelo uso de drogas. Com isso, as transformações animalescas, são mais invencionice das pessoas que foram forçadas a confessar no tribunal da Inquisição. Seja como for, é inegável que diria que as transformações animalescas são mitos e lendas folclóricas. Além disso, estes Sabás realizavam-se a Missa Negra que é a Missa Católica deturpada com o propósito de aviltar a imagem de Deus.
É bastante provável que as Bruxas e feiticeiros reuniam-se à noite, geralmente em lugares solitários, apareciam em garupas de animais ou então transformados eles próprios em bichos. Mesmo quando os que vinham pela primeira vez deviam renunciar a fé cristã, profanar os sacramentos e render homenagem ao diabo, presente sob forma humana ou como animal. De fato, seguiam-se banquetes, danças e orgias sexuais. Além disso, antes de volta para casa, bruxas e feiticeiros recebiam ungüentos maléficos, produzidos com gordura de crianças e outros ingredientes. É a partir daí que esses são os elementos fundamentais das descrições do Sabá.
Inclusive, observando-se esse momento dos processos por feitiçaria realizado entre o princípio do século XV e final do XVII na Europa, emerge uma imagem do Sabá em que a existência de uma verdadeira seita de bruxas e feiticeiros espalhados por toda parte, praticamente os mesmos ritos horrendos. O importante é que os juízes arrancavam dos acusados por meio de pressões físicas e psicológicas, as denúncias, daí se desencadeava uma verdadeira caçada as bruxas.
De certo modo, para alguns autores, essas confissões, continuam demasiadas extravagâncias tratando-se de elementos não reais. Afinal, para outros, as descrições do Sabá contidas nos processos de bruxaria não eram mentiras extorquidas pelos Juízes nem narrativas de experiências com caráter alucinatório, mas sim descrições precisas de ritos de fato ocorridos.
Dentro dessa vertente o Sabá emergiu por volta da metade do século XVI nos Alpes ocidentais, afloram também elementos folclóricos estranhos à imagem inquisitorial, difundidos numa área muito mais vasta. Deles emergem dois temas, as procissões dos mortos e as batalhas pela fertilidade os que dela participavam se autodefiniam BENADANTI, ou Andarilhos do bem. Carlos Ginzburg diz o seguinte: “ A esse núcleo místico ligam-se também temas folclóricos, como o vôo noturno e as metamorfoses animalescas, os Xamâs, (...) da fusão desses temas surge uma formação cultural de compromisso.(GINZBURG, 1991, p. 123)
Dando ênfase a isto, o fim da perseguição, o Sabá desapareceu, digo dissolveu, mas os mitos sobreviveram ao desaparecimento do Sabá, permanece como um dos centros ocultos de nossa cultura. Sendo o autor Carlo Ginzburg, é possível reconhecer uma formação cultural de compromisso, resultado de um conflito entre cultura folclórica e cultura erudita.
Ainda existem muitas contradições sobre a existência dos Sabás, Haining Peter relata aos algumas pessoas vêem o Sabá Negro como um fato ou inconvecionante de imaginações férteis.
Com a maioria dos depoimentos sobre o Sabá estão nos processos do Tribunal da Santa Inquisição, e muitos desses depoimentos eram feitos sob tortura, teme-se deformações, ocasionada pelas obsessões de inquisidores e Juízes, portanto, esses depoimentos deixam margem a desconfiança.
Carlo Ginzburg procura analisar as contradições da existência do Sabe, através de extrato antiqüíssimo de mitos e processos de exclusão social, ou seja, análise em cima da cultura popular, especialmente o folclore, devido ao vôo mágico e as metamorfoses animalescas, e sob o ponto de vista inquisitorial, considerava mais um complô de um grupo social. Mas enfatiza que não devemos persistir na unilateralidade dos fatos. Devemos unilos para estabelecer, conclusões gerais (HAINING, 1976, p. 21).
Já Peter Haining debruçados nos manuscritos secretos e livros negros, dia que os mesmos são fontes materiais que não deixam dúvidas de sua existência e informa aos praticantes não só os rituais como também “devoluções” e regras a observar.(GINZBURG, 1991, p. 125).
Vale lembrar que os livros negros eram proibidos pela Inquisição, devido a este fato muitos foram destruídos. Mesmo assim, eles existiam, mas era difícil acesso a esses livros, porque partes da sociedade daquela época não sabiam ler e nem escrever. Os que sabiam, procuravam repassar seus conhecimentos. Peter Haining em seus estudos, localizou em um Museu Britânico um desses livros, da era Elizabetana do século XVI – “O Livro de Devoções para Adoradores do Demônio da Era Elisabetana”, escrito por um feiticeiro de Edinburg.
Em Suma, fantasia e realidades se misturam nas práticas mágicas. A busca do conhecimento e a luta para se livrarem de uma estrutura opressiva que ameaçavam os seus costumes e tradições, levaram as camadas mais pobres, a produzirem práticas e devoções mágicas. Para estas pessoas e talvez para todo nós, a fantasia se transforma em realidade e a realidade em fantasia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• BURKE, Peter. Cultura Popular na Idade Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
• GINZBURG, Carlo. História Noturna: Decifrando o Sabá, São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
• HAINING, Peter. O Livro do Feiticeiro, Rio de Janeiro: Pallas, 1976.
• RIBEIRO, Júnior João. O que é magia, 29 ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.
• THOMAS, Keith. Religião e o Declínio da magia. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
http://www.historiaimagem.com.br
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