sábado, 12 de dezembro de 2009

Escola Palatina

Carlos Magno foi coroado rei dos Francos em 768. Durante os 46 anos do seu reinado, unificou os reinos Bárbaros, formando um Império Cristão que se estendia do Báltico ao Mediterrãneo, tendo sido coroado pelo Papa Leão III, Imperador do Império Romano do Ocidente em 800.

Este busto relicário de Aix-la-Chapell, cravejado de pedras preciosas, foi feito cerca de 1350 para guardar uma parte do crânio do Imperador.

Durante o reinado de Carlos Magno (768-814), a Europa experimentou um notável desenvolvimento cultural que se tornou conhecido sob o nome de “Renascimento Carolíngio”.
Incrementando o número de escolas nos mosteiros, conventos e abadias, Carlos Magno criou uma quase obrigatoriedade de fornecer instrução aos leigos por parte de uma Igreja. Estas escolas deveriam ser presididas por um eclesiástico - scholasticus - dependente directamente do bispo, daí o nome de escolástica dado à doutrina e à prática de ensino assim veiculada.

Carlos Magno funda ainda, junto da sua corte e no seu próprio palácio, a assim chamada Escola Palatina que servirá de modelo a outras escolas que vão surgir, especialmente em França.

Para apoio do seu plano de desenvolvimento escolar, Carlos Magno chamou o monge inglês Alcuíno. É sob a sua inspiração que, a partir do ano 787, foram emanados os decretos capitulares para a organização das escolas o organizados os respectivos programas. Estes incluíam as sete artes liberais, repartidas no trivium e no quadrivium. O trivium abraçava as disciplinas formais: gramática, retórica, dialéctica, esta última desenvolvendo-se, mais tarde, na filosofia; o quadrivium abraçava as disciplinas reais: aritmética, geometria, astronomia, música, e, mais tarde, a medicina.

Para cada matéria existiam determinadas obras fundamentais: o estudo da gramática é feito pelos manuais de Donato e Prisciano; o da retórica, tinha por base fundamentalmente Cícero complementado pela leitura de alguns poetas antigos, como Virgílio ou Ovídio; Aristóteles é o autor fundamental para a lógica (através do que da sua obra havia sido traduzido por Boécio). O programa incluía ainda a leitura da Bíblia acompanhada dos comentários dos Padres, particularmente de Gregório Magno.

Além de Alcuíno, vão trabalhar na corte imperial, Paulo Diacre, um italiano que trabalhou na corte da Lombardia; Teodulfo que traz de Espanha a riqueza da cultura moçárabe, Scoto Eriúgena, o teólogo irlandês e por fim, o germano Eginardo. Freqüentavam esta escola o próprio imperador, os príncipes e os jovens da nobreza.

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Ao lado desta instrução e educação ministrada aos jovens da nobreza por eclesiásticos, a Idade Média oferece-lhes ainda uma educação militar e cortezã, educação à qual, desde cedo, a Igreja procurou também imprimir uma orientação religiosa e doutrinal.
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/modelos/palatinas.htm

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