
Este busto relicário de Aix-la-Chapell, cravejado de pedras preciosas, foi feito cerca de 1350 para guardar uma parte do crânio do Imperador.
Durante o reinado de Carlos Magno (768-814), a Europa experimentou um notável desenvolvimento cultural que se tornou conhecido sob o nome de “Renascimento Carolíngio”.
Incrementando o número de escolas nos mosteiros, conventos e abadias, Carlos Magno criou uma quase obrigatoriedade de fornecer instrução aos leigos por parte de uma Igreja. Estas escolas deveriam ser presididas por um eclesiástico - scholasticus - dependente directamente do bispo, daí o nome de escolástica dado à doutrina e à prática de ensino assim veiculada.
Carlos Magno funda ainda, junto da sua corte e no seu próprio palácio, a assim chamada Escola Palatina que servirá de modelo a outras escolas que vão surgir, especialmente em França.
Para apoio do seu plano de desenvolvimento escolar, Carlos Magno chamou o monge inglês Alcuíno. É sob a sua inspiração que, a partir do ano 787, foram emanados os decretos capitulares para a organização das escolas o organizados os respectivos programas. Estes incluíam as sete artes liberais, repartidas no trivium e no quadrivium. O trivium abraçava as disciplinas formais: gramática, retórica, dialéctica, esta última desenvolvendo-se, mais tarde, na filosofia; o quadrivium abraçava as disciplinas reais: aritmética, geometria, astronomia, música, e, mais tarde, a medicina.
Para cada matéria existiam determinadas obras fundamentais: o estudo da gramática é feito pelos manuais de Donato e Prisciano; o da retórica, tinha por base fundamentalmente Cícero complementado pela leitura de alguns poetas antigos, como Virgílio ou Ovídio; Aristóteles é o autor fundamental para a lógica (através do que da sua obra havia sido traduzido por Boécio). O programa incluía ainda a leitura da Bíblia acompanhada dos comentários dos Padres, particularmente de Gregório Magno.
Além de Alcuíno, vão trabalhar na corte imperial, Paulo Diacre, um italiano que trabalhou na corte da Lombardia; Teodulfo que traz de Espanha a riqueza da cultura moçárabe, Scoto Eriúgena, o teólogo irlandês e por fim, o germano Eginardo. Freqüentavam esta escola o próprio imperador, os príncipes e os jovens da nobreza.
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Ao lado desta instrução e educação ministrada aos jovens da nobreza por eclesiásticos, a Idade Média oferece-lhes ainda uma educação militar e cortezã, educação à qual, desde cedo, a Igreja procurou também imprimir uma orientação religiosa e doutrinal.
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/modelos/palatinas.htm
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