quarta-feira, 9 de março de 2011

CARNAVAL RJ – As Escolas de Samba


Nas primeiras décadas do século XX, o quadro de manifestações do carnaval de rua do Rio de Janeiro estava formado.

As grandes sociedades desfilavam seus enredos de crítica social e política apresentadas ao som de óperas, ornamentadas por luxuosas fantasias em cima de enfeitados carros alegóricos.

Os ranchos passaram ao som de sua marcha característica e os blocos carnavalescos servindo como diversão às camadas mais pobres da sociedade, que habitavam os morros e subúrbios cariocas formaram os ingredientes necessários para a formação das escolas.

O surgimento das escolas de samba veio desorganizar essas distinções.

Através de uma rápida ascensão na vida cultural da cidade, que culminou, em parte, com a decadência e o gradual desaparecimento do carnaval de rua carioca, as escolas de samba tornaram-se o destaque maior dos dias de reinado de Momo, interligando diferentes camadas sociais em seus dias de desfile.

As escolas sambas, nascidas nos morros e subúrbios cariocas, ocupam hoje com o seu desfile o lugar de “maior espetáculo” (do carnaval do Rio de Janeiro e do Brasil).

As escolas de samba surgiram por volta de 1920, período histórico no qual cada camada social tinha uma forma particular de brincar o carnaval.

O núcleo social de formação das escolas de samba foram os blocos: eles tinham a função de representar de forma positiva, em diferentes áreas da cidade, o grupo social que os compunham.

Uma maior ampliação do espaço social desses moradores dos morros e subúrbios cariocas era pretendida, então, por detrás da formação das escolas.

A primeira disputa entre escolas de samba aconteceu em 7 de fevereiro de 1932, na Praça Onze, no Rio de Janeiro e foi organizada pelo jornalista Mário Filho.

Preocupado com a falta de assunto para o seu jornal, O Mundo Sportivo, entre os meses de dezembro e março, criou o primeiro concurso de escolas de samba.

A promoção teve grande repercussão na imprensa e no carnaval seguinte, em 1933, o jornal O Globo assumiu o desfile.

Dois anos depois a Prefeitura do Rio passou a subvencionar o evento, oficializando-o como parte do carnaval carioca.

Em 1942, surge a Avenida Presidente Vargas, com a demolição da Praça Onze.

Surge assim o novo local de desfiles, que perduraria por muitos anos.

As escolas começam a ganhar espaço dos ranchos e das grandes sociedades na disputa pela hegemonia do carnaval.

Em 1946, surge o samba-enredo, com o governo municipal proibindo que as escolas cantem versos improvisados, levando para o local da apresentação uma música pronta.

O desfile das escolas de samba não parava de crescer e na metade da década de 50 a classe média passa a freqüentar os ensaios das escolas.

Em 1957, o desfile foi realizado na avenida Rio Branco. A alta sociedade se rende à popularização crescente e passa a assistir o desfile.



As Escolas de Samba campeãs de todos os Carnavais

1932 Estação Primeira de Mangueira

1933 Estação Primeira de Mangueira

1934 Mangueira/Recreio de Ramos

1935 Portela

1936 Unidos da Tijuca

1937 Vizinha Faladeira

1938 Não houve concurso

1939 Portela

1940 Estação Primeira de Mangueira

1941 Portela

1942 Portela

1943 Portela

1944 Portela

1945 Portela

1946 Portela

1947 Portela

1948 Império Serrano

1949 Império Serrano/Mangueira

1950 Império Serrano/Mangueira

1951 Império Serrano/Portela

1952 Houve desfile mas a apuração não foi realizada



1953 Portela

1954 Estação Primeira de Mangueira

1955 Império Serrano

1956 Império Serrano

1957 Portela

1958 Portela

1959 Portela

1960 Portela, Salgueiro, Mangueira, Império Serrano e Unidos da Capela

1961 Estação Primeira de Mangueira

1962 Portela

1963 Acadêmicos do Salgueiro

1964 Portela

1965 Acadêmicos do Salgueiro

1966 Portela

1967 Estação Primeira de Mangueira

1968 Estação Primeira de Mangueira

1969 Acadêmicos do Salgueiro

1970 Portela

1971 Acadêmicos do Salgueiro

1972 Império Serrano

1973 Estação Primeira de Mangueira

1974 Acadêmicos do Salgueiro

1975 Acadêmicos do Salgueiro

1976 Beija-Flor de Ninópolis

1977 Beija-Flor de Ninópolis

1978 Beija-Flor de Ninópolis

1979 Mocidade Independente

1980 Portela, Imperatriz e Beija-flor

1981 Imperatriz Leopoldinense

1982 Império Serrano



1983 Beija-Flor de Ninópolis

1984 Portela/Mangueira

1985 Mocidade Independente

1986 Estação Primeira de Mangueira

1987 Estação Primeira de Mangueira

1988 Unidos de Vila Isabel

1989 Imperatriz Leopoldinense

1990 Mocidade Independente

1991 Mocidade Independente

1992 Estácio de Sá

1993 Acadêmicos do Salgueiro

1994 Imperatriz Leopoldinense

1995 Imperatriz Leopoldinense

1996 Mocidade Independente

1997 Unidos do Viradouro

1998 Mangueira e Beija-flor

1999 Imperatriz Leopoldinense

2000 Imperatriz Leopoldinense

2001 Imperatriz Leopoldinense

2002 Estação Primeira de Mangueira

2003 Beija-Flor de Ninópolis

2004 Beija-Flor de Ninópolis

2005 Beija-Flor de Nilópolis

2006 Unidos de Vila Isabel

2007 Beija-Flor de Nilópolis

2008 Beija-Flor de Nilópolis

2009 Acadêmicos do Salgueiro

2010 Unidos da Tijuca

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