A fome em ação
Desde 1877, as grandes secas levam multidões de cearenses a invadir e saquear cidades em busca de comida
Frederico de Castro Neves
São muitas as formas de luta e resistência das populações mais pobres para sobreviver com dignidade. No espaço conhecido como “semi-árido brasileiro”, que corresponde a uma boa parte dos estados da Região Nordeste, e especialmente no Ceará, grupos de camponeses manifestam coletivamente sua insatisfação e revolta em momentos de escassez absoluta de alimentos e trabalho devido à seca.
Desde a grande seca de 1877, essas multidões de retirantes invadem cidades, ameaçam populações e saqueiam mercados, armazéns, lojas de alimentos e instituições públicas em busca da superação da fome. Essas ações são o resultado da desigualdade que impera nas áreas rurais, onde os latifúndios contrastam com a pequena propriedade familiar e a agricultura de subsistência. A ira dos camponeses volta-se contra aqueles que se mostram indiferentes à sua penúria e ainda desenvolvem práticas comerciais abomináveis num contexto de escassez e fome – o monopólio, a venda por atacado para outras localidades e o livre aumento de preços, entre outras. (...)
Revista de Historia da Biblioteca Nacional
Um comentário:
Olá, Eduardo!
Pois é, vc tratou de um assunto muito importante: a fome. De outra maneira, postei algo a respeito também (http://sentidohumanitario.blogspot.com/2009/07/voce-tem-fome-de-que.html), pois padeceremos [a humanidade] desse mal. Foi-se o tempo em que a fome atingia flagelados, refugiados e esquecidos... Tudo indica que haverá falta de comida em breve. Como escrevi, não adiantará ter dinheiro; o problema será a falta de alimentos!
Bom para refletirmos...
Abraço!
Postar um comentário