terça-feira, 26 de abril de 2011

Pindorama não é Pandora


Apesar de terem muito em comum, as duas maiores nações da América vivem mais de estranhamentos que de afinidades
Lorenzo Aldé

“Permita-me dizer isso da forma mais clara possível: os Estados Unidos não têm absolutamente nenhum interesse em invadir a Amazônia”. Essa declaração oficial do então embaixador americano no Brasil, Anthony S. Harrington, em junho de 2000, tentava desmentir um boato que se disseminara a partir da Internet e causava mal-estar até mesmo entre os militares: em um livro de Geografia adotado por escolas públicas americanas, as crianças estariam aprendendo que a floresta amazônica era uma “reserva internacional”, sob a responsabilidade das Nações Unidas.

O esforço diplomático pode ter ajudado a comprovar que a notícia era falsa, mas foi insuficiente para arrefecer o temor generalizado de que algum dia os Estados Unidos atropelem nossa soberania nacional em nome de interesses econômicos ou militares.

Nada menos que 72,7% dos brasileiros civis consideram que a Amazônia corre o risco de ser invadida ou internacionalizada, como revelou uma pesquisa encomendada em 2008 pela revista Veja ao instituto CNT/Sensus. Entre os militares, então, o sentimento de desconfiança quanto aos “irmãos” do Norte é quase um pré-requisito profissional. Em documento confidencial vazado há poucos meses pelo site WikiLeaks, o embaixador americano Clifford Sobel qualificou de “tradicional paranoia brasileira” a preocupação de nossas Forças Armadas com a defesa da região contra possíveis ameaças externas.(...)

Leia a matéria completa na edição de Março, nas bancas.

Revista de História da Biblioteca Nacional

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