Em 1310, o rei Felipe, o Belo (à esq.) observa um grupo de Templários a caminho da execução. Templários sendo conduzidos para execução sob olhar de Felipe IV, pergaminho, escola francesa, século XIV, Bibliothèque de l’Arsenal, Paris
Dois especialistas, Yvan Gobry e Georges Bordonove, apresentam duas versões diferentes para o fim dos Templários
por Janine Trotereau
Em 1310, o rei Felipe, o Belo (à esq.) observa um grupo de Templários a caminho da execução. Templários sendo conduzidos para execução sob olhar de Felipe IV, pergaminho, escola francesa, século XIV, Bibliothèque de l’Arsenal, Paris
Motivos pessoais
Yvan Gobry
A ambição do rei foi o principal motivo da prisão dos Templários. Felipe, o Belo foi o primeiro rei capetiano a utilizar exércitos mercenários. Precisava de dinheiro para pagá-los. Antes, os senhores armavam seus próprios cavaleiros e o rei não intervinha, financeiramente falando. Agora, o Grão-Mestre do Templo, Jacques de Molay, refugiado em Chipre, última terra cristã no Oriente, colocava à disposição um verdadeiro tesouro para financiar uma nova cruzada para reconquistar a Palestina. Quando voltou para a França, trouxe o tesouro e depositou-o na casa-mãe em Paris. Felipe, o Belo esperava colocar as mãos nessa excepcional fortuna e sobre os bens imobiliários da Ordem. Entretanto, estes últimos foram distribuídos pelo papa para a Ordem dos Hospitalários.
Enquanto estavam na Palestina, os Templários não representavam nenhum perigo para a Coroa. Mas quando, terminadas as cruzadas, voltaram para a Europa Ocidental, e particularmente para a França – quatro quintos da Ordem eram franceses - o rei se viu diante de uma tropa de 30 mil homens armados que conheciam perfeitamente as artes da guerra.
Os Templários poderiam facilmente ter derrubado o poder. Certamente eles não o fariam jamais, pois eram dedicados à Santa Sé, à Terra Santa e às virtudes religiosas.
Motivos políticos
Georges Bordonove
Em 1291, a queda de São João de Acre marcou o fim do reino de Jerusalém. Os Templários, mergulhados em seu quixotismo religioso, não pensaram de modo algum em procurar um local para se fixarem, como fizeram os cavaleiros Teutônicos na Prússia, ou os Hospitalários em Malta.
A França transformou-se de Estado feudal em um Estado moderno fortemente centralizado. Felipe, desejando controlá-lo, retirou, pouco a pouco, as atribuições dos grandes senhores feudais. Com os Templários, ele descobriu um verdadeiro Estado dentro do Estado, ainda mais temível do que qualquer principado feudal subsistente. O rei, não podendo aceitá-lo, tentou obter a fusão das duas ordens religiosas-militares, Templários e Hospitalários, com o objetivo de impor um de seus filhos como Grão-Mestre à frente dessa nova Ordem. Desse modo, esperava poder controlar essas forças militares que ele temia e dispor facilmente de suas riquezas. O projeto fracassou, em grande parte devido à falta de visão de Jacques de Molay, o Grão-Mestre então em função, que não compreendeu a que perigo, ele expôs a ordem da qual era responsável. Se ele tivesse aceitado a fusão, jamais teriam ocorrido os processos contra o Templo.
Revista História Viva
por Janine Trotereau
Em 1310, o rei Felipe, o Belo (à esq.) observa um grupo de Templários a caminho da execução. Templários sendo conduzidos para execução sob olhar de Felipe IV, pergaminho, escola francesa, século XIV, Bibliothèque de l’Arsenal, Paris
Motivos pessoais
Yvan Gobry
A ambição do rei foi o principal motivo da prisão dos Templários. Felipe, o Belo foi o primeiro rei capetiano a utilizar exércitos mercenários. Precisava de dinheiro para pagá-los. Antes, os senhores armavam seus próprios cavaleiros e o rei não intervinha, financeiramente falando. Agora, o Grão-Mestre do Templo, Jacques de Molay, refugiado em Chipre, última terra cristã no Oriente, colocava à disposição um verdadeiro tesouro para financiar uma nova cruzada para reconquistar a Palestina. Quando voltou para a França, trouxe o tesouro e depositou-o na casa-mãe em Paris. Felipe, o Belo esperava colocar as mãos nessa excepcional fortuna e sobre os bens imobiliários da Ordem. Entretanto, estes últimos foram distribuídos pelo papa para a Ordem dos Hospitalários.
Enquanto estavam na Palestina, os Templários não representavam nenhum perigo para a Coroa. Mas quando, terminadas as cruzadas, voltaram para a Europa Ocidental, e particularmente para a França – quatro quintos da Ordem eram franceses - o rei se viu diante de uma tropa de 30 mil homens armados que conheciam perfeitamente as artes da guerra.
Os Templários poderiam facilmente ter derrubado o poder. Certamente eles não o fariam jamais, pois eram dedicados à Santa Sé, à Terra Santa e às virtudes religiosas.
Motivos políticos
Georges Bordonove
Em 1291, a queda de São João de Acre marcou o fim do reino de Jerusalém. Os Templários, mergulhados em seu quixotismo religioso, não pensaram de modo algum em procurar um local para se fixarem, como fizeram os cavaleiros Teutônicos na Prússia, ou os Hospitalários em Malta.
A França transformou-se de Estado feudal em um Estado moderno fortemente centralizado. Felipe, desejando controlá-lo, retirou, pouco a pouco, as atribuições dos grandes senhores feudais. Com os Templários, ele descobriu um verdadeiro Estado dentro do Estado, ainda mais temível do que qualquer principado feudal subsistente. O rei, não podendo aceitá-lo, tentou obter a fusão das duas ordens religiosas-militares, Templários e Hospitalários, com o objetivo de impor um de seus filhos como Grão-Mestre à frente dessa nova Ordem. Desse modo, esperava poder controlar essas forças militares que ele temia e dispor facilmente de suas riquezas. O projeto fracassou, em grande parte devido à falta de visão de Jacques de Molay, o Grão-Mestre então em função, que não compreendeu a que perigo, ele expôs a ordem da qual era responsável. Se ele tivesse aceitado a fusão, jamais teriam ocorrido os processos contra o Templo.
Revista História Viva
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