O Rio de Janeiro que poucos conhecem
Texto: Sérgio Adeodato
“O homem com sua sapiência
Transformou tudo em ciência
Reciclando a minha natureza
Mexeu com lixo,
Domou os ventos,
Usou o átomo sem consciência
Causou tristeza, degradação
Coloca em risco toda a civilização
E assim num grande gesto de amor
Já tem gente a refletir
E por mim vive a lutar ...
Um fio de esperança a reluzir...
Produzir sem maltratar
Sou a mãe Terra
Só o seu amor vai me salvar ...
Pra natureza sorrir, o homem tem que mudar
E aprender a preservar”
Samba-enredo 2005 do Império Serrano
Todos os anos, em fevereiro, a rua Marques de Sapucaí, no Rio de Janeiro, reúne sonhos e desejos de uma multidão de foliões – celebridades, sambistas anônimos dos morros cariocas ou turistas que chegam de longe para forçar os quadris a entrar no compasso do samba. Mas nem tudo é frenesi nesta metrópole no mês do carnaval. Enquanto o sambódromo pulula na explosão de energia das escolas de samba, bem perto dali, dentro ou nos arredores da capital, recantos de natureza pouco explorados, emoldurados por montanhas de mata atlântica e enseadas com praias quase intocáveis, reservam aventuras especiais para quem prefere a tranqüilidade.
Percorremos a rota das praias cariocas inacreditavelmente desertas (ou quase), reduto de visitantes descolados e adeptos do turismo de aventura, dispostos a enfrentar caminhadas em trilhas e viagens em barco de pescadores para chegar a privilegiados pontos do litoral desprovidos de estradas – e do burburinho da folia. Que nos desculpem os mestres-salas e as porta-bandeiras! Decidimos, no final das contas, colocar em prática a mensagem do samba-enredo do Império Serrano, uma das escolas de samba do primeiro time do carnaval carioca, que exalta em 2005 o amor à mãe-natureza. E partimos para as novas experiências.
Na primeira etapa da viagem, saindo do bairro de Copacabana, o carro percorre 280 quilômetros pelas curvas da Rio-Santos até a entrada de um condomínio de luxo, Laranjeiras, um pouco depois de Paraty – e ali fica estacionado. Desse ponto em diante, uma trilha de 50 minutos de subidas e descidas em meio a remanescentes de mata atlântica leva à praia do Sono – um lugar estrategicamente cercado de montanhas, como o Pico do Cairuçu, que escondem por mais tempo o sol ao amanhecer e o cobrem mais rápido ao entardecer – ou seja, o dia nasce mais tarde e escurece mais cedo, um convite para um sono mais prolongado.
Mas pesadelos rondam a tranqüilidade dos nativos. Um deles é o dilema que enfrentam, depois que a captura predatória de peixes pelas redes de arrasto dos grandes barcos pesqueiros começou a eliminar o principal meio de sustento da comunidade. Hospedar visitantes passou a ser uma alternativa econômica, mas também um precedente que pode abalar a tranqüilidade de uma praia quase virgem, onde só se chega caminhando ou em barcos, quando as condições do mar permitem.
Expulso a tapa
De olho nos benefícios do turismo, discute-se na comunidade o projeto de se abrir uma estrada. “Isso seria catastrófico, sem cuidados especiais para evitar a degradação de uma vila que não tem saneamento básico”, adverte a professora Emily Brown, 26 anos, mineira radicada na Inglaterra que conheceu a praia em 2001, se apaixonou por um pescador e ali ficou. “Aqui não temos energia elétrica ou acesso à Internet e, com o ritmo mais lento que na cidade grande, sentimos a vida pulsar, seja na forma das flores, seja no canto dos passarinhos”, conta Emily.
Hoje, a professora ensina inglês para 60 crianças na escola do lugarejo, com apoio de uma entidade americana, a Six Friends Brasil. Muitos alunos chegam aos 12 anos falando inglês fluentemente. No lugar onde os adultos mal sabem falar o português e muitos são analfabetos, expressões como excuse me e I am sorry são comuns. “Os jovens estão se preparando para trabalhar com visitantes estrangeiros aqui ou em restaurantes e pousadas de outras cidades, como Paraty”, explica Emily. Ela admite ter enfrentado oposição dos moradores mais velhos – uma desconfiança logo resolvida.
A descoberta da praia por forasteiros causa arrepios à Maria Joana Alvarenga dos Santos, dona Baíca, 61 anos, nativa que não quer passar de novo pelos conflitos de posse de terra que marcaram a história do lugar. “Um grande fazendeiro espalhou búfalos perto da vila para espantar os moradores, forçando-os a vender as terras a preço de banana”, recorda dona Baíca. Desfecho da pendenga: “O fazendeiro foi expulso a tapa”.
Da Praia do Sono, percorremos uma trilha cheia de mirantes espetaculares de onde avistamos florestas beijando enseadas de mar azul, cercadas pela Reserva Ecológica de Joatinga e pela Área de Proteção Ambiental de Cairuçu. Após 40 minutos de caminhada, chegamos à Praia de Antigos, um lugar totalmente desabitado. Poucos metros à frente, alcançamos a Praia de Antiguinhos e, depois, Galheiras, habitada por um morador solitário – o caiçara Luziano Costa, 52 anos. Ele trocou a pesca pelo trabalho de caseiro. “Não queremos estradas, porque elas costumam trazer favelas e bandidos, e preferimos continuar como no tempo de nossos avós”, afirma Luziano. “Mas precisamos encontrar uma saída, pois a pesca está fraca e os homens da lei proíbem cortar árvore para plantar.”
Dos piratas à cadeia
“A presença de áreas de proteção ambiental está ajudando a manter algumas praias quase intocáveis”, afirma Gabriel Werneck, dono da RioHiking, operadora de turismo de aventuras no Rio, especializada em descobrir refúgios ainda preservados, destinos para visitantes, principalmente estrangeiros, que buscam sossego e contato com a natureza. Rodando pela Rio-Santos, estacionamos o carro em Magaratiba, a 130 quilômetros de Paraty, e de lá zarpamos para a Ilha Grande, antigo esconderijo de piratas que pilhavam barcos carregados de ouro após deixar os portos brasileiros com destino a Portugal, durante o período colonial. O fundo do mar, naquela região, é um cemitério de navios naufragados. Um detalhe faz toda a diferença: nos 36 quilômetros de extensão da ilha, florestas e restingas preservadas por lei, nas quais é proibido desmatar e construir, mantêm para as futuras gerações uma vasta coleção de praias desertas. Além disso, o presídio da Ilha Grande, famoso cárcere de presos políticos na ditadura, manteve restrito o acesso dos visitantes, até ser desativado e implodido em 1994.
Após essa data, a população local multiplicou-se e a região passou a receber um número crescente de visitantes em busca de lugares tranqüilos perto da metrópole carioca. No tempo do presídio, existiam somente duas pousadas na ilha; hoje, são 185 cadastradas, sem contar as clandestinas e os campings. Os porões da cadeia, atualmente em ruínas, passaram a ser atração para quem se aventura a caminhar 13 quilômetros até chegar à Praia dos Dois Rios, partindo da Vila do Abraão, principal povoado da ilha. A Universidade do Estado do Rio de Janeiro, hoje responsável pelo que restou do presídio, mantém no local uma base de campo e, em 2005, começará a recuperar uma parte dos escombros, para a instalação do Museu do Cárcere e de um centro de visitantes. A rotina pacata do vilarejo, onde moram as famílias de ex-guardas e de ex-presidiários, ficará mais agitada.
Navios naufragados
Rodeado pelos inseparáveis cachorros, encontramos um senhor de barbas brancas e longas – Júlio de Almeida, 74 anos, um ex-detento que chegou ao presídio em 1957 e está em liberdade condicional até o fim da pena, em 2014. Se o passado de condenações o marcou como um jovem perigoso, hoje Júlio é um boa-praça, sempre procurado pelos visitantes. Não é para menos. O anfitrião representa a história da cadeia intransponível devido ao isolamento. Entre os personagens que viveram ali, estavam Leonel Brizola, Castor de Andrade e Madame Satã, o travesti matador do Largo da Carioca, famoso também por fazer shows para os presidiários.
“As pessoas de fora representam um grande empurrão para melhorar a nossa vida”, destaca Júlio. É preciso, contudo, tomar cuidado. Várias ameaças rondam o Parque Estadual da Ilha Grande, de 40,8 km². “O desmatamento para instalação de campings, a caça e a coleta de bromélias e orquídeas são as principais”, revela Ibá dos Santos, administrador do parque. Além de um plano com normas para evitar a ocupação desordenada, as autoridades discutem como restringir o número exagerado de visitantes, evitando problemas de excesso de lixo e esgoto. Por enquanto, praias quase desertas como Lopes Mendes, Aventureiro e Feiticeira e as piscinas naturais dos lagos Verde e Azul – só alcançadas por barcos ou trilhas de longo percurso – são um cenário incomum para um balneário situado entre as duas maiores metrópoles do país. No total, são 106 praias – ou 114, se contarmos aquelas que se formam no recuo da maré.
Terra de ex-escravos
Santa tranqüilidade! Não é preciso ir tão longe para explorar paisagens que se mantém como nos tempos em que Estácio de Sá fundou a cidade do Rio de Janeiro, em 1565, na luta contra os corsários franceses atraídos pelo rendoso comércio do pau-brasil.
Com autorização da Marinha, responsável pela área, embarcamos no cais de Itacuruçá, a 94 quilômetros da capital carioca, rumo à Ilha da Marambaia, no extremo da restinga. Cruzamos a Baía de Sepetiba, numa viagem de 50 minutos, na qual é possível avistar várias de suas 365 ilhas e também golfinhos. A Marambaia, nosso destino final, é habitada por cerca de 400 ilhéus, descendentes dos escravos que trabalhavam nas antigas fazendas de café do proprietário Joaquim Breves.
No local, funcionava um entreposto de comércio de escravos, no qual os negros recém-chegados da África eram submetidos a regime de engorda antes de serem vendidos. A ilha chegou a abrigar 3 mil escravos, no auge do ciclo cafeeiro. Com a abolição, muitos ficaram na região, vivendo principalmente da pesca, atividade mantida até hoje.
Além de reivindicar energia elétrica, escolas de nível médio e posto médico, os atuais moradores, classificados como descendentes de quilombolas, lutam pela posse de suas terras. “Não troco esse lugar por nenhum outro”, afirma Dionato de Lima Eugênio, 63 anos, ou “seu” Naná, bisneto de escravos e presidente da associação dos moradores civis da ilha.
A comunidade preserva tradições negreiras, como a prática da capoeira. No cardápio das festas, em vez de peixes, a feijoada é a atração principal, degustada como no tempo dos escravos, quando a casa-grande destinava as piores partes do porco para a senzala.
Civil não entra
O Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia (Cadim), da Marinha, ocupa as terras da antiga fazenda. A senzala foi adaptada como hotel para militares e suas famílias e amigos, além de pesquisadores autorizados a estudar a rica biodiversidade da restinga. Alguns animais só existem ali, como a rã Leptodactylus marambaeae. Os lagartos-de-praia, já extintos no continente, continuam vivendo naquele litoral preservado.
Jacarés habitam a Lagoa Vermelha, onde se chega após três horas de uma dura caminhada. Tartarugas sobem à tona a qualquer hora, inclusive em pontos de maior movimentação de barcos, como o cais da Marambaia. “Ainda bem que até hoje não conseguiram tirar as Forças Armadas para instalar resorts nesse lugar paradisíaco em plena capital”, observa o biólogo Roberto Xerez, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
As praias se estendem a perder de vista. Na praia do Sino, encontramos o casal de remadores Alexandre Fitaroni e Fernanda Cabral, que retornava de uma viagem de caiaque de 300 km, entre o Rio de Janeiro e a Ilha Grande, e foram atraídos pela paisagem virgem daquele recanto. Apesar dos avisos indicando área militar, a dupla desembarcou na praia para descansar e secar toda a tralha levada nos apertados caiaques – duas pranchas, barraca, panelas, fogareiro e roupas, entre outros apetrechos.
A alegria não durou muito, pois logo chegou um militar da Marinha ordenando que fossem embora. Eles já estavam acostumados. Na manhã anterior, em outra praia da restinga, foram acordados na barraca e expulsos por soldados do Exército.
Caiaque na baía
Mas a metrópole do Rio de Janeiro ainda reserva outras surpresas para quem está atrás de sossego e aventuras. A somente 40 minutos da movimentada Praia de Copacabana, perto da Barra de Guaratiba, zona oeste do Rio, tomamos uma trilha de uma hora e meia até alcançar enseadas de areia branca e água limpa incrustadas entre montanhas. Ali, nas praias Perigosa, Meio e Inferno, carro não entra. Sinais de civilização nessas paragens, só pegadas na areia – poucas, diga-se de passagem.
Mais surpreendente ainda é a aventura de navegar de caiaque pela Baía de Guanabara – com fama de poluição e tudo. Saindo da Praia da Urca, situada dentro da Fortaleza de São João, remamos 30 minutos até a Ilha da Laje, tendo, ao fundo, a paisagem de cartão-postal da enseada de Botafogo, Pão de Açúcar e Corcovado. A ilha é, na verdade, uma fortaleza de pedra, o Forte da Laje, que serviu para a proteção militar da entrada da baía, mas hoje está em ruínas.
Por meio de uma escada de corda, pendurados sobre o mar, conseguimos entrar na gigantesca estrutura – da plataforma de acesso, situada a cerca de 10 metros de altura, os mais afoitos arriscam um salto para o mergulho. No lugar, ainda existem os canhões e os corredores por onde as tropas se deslocavam. De lá, avista-se os arranha-céus da orla de Botafogo e a imensidão da baía, no exato local onde os colonizadores aportaram para fundar a cidade -- uma história de conflitos com invasores de diferentes origens.
Remar para atingir recantos inexplorados na orla carioca é a especialidade de Simone Miranda Duarte, 45 anos, atleta premiada em provas internacionais de canoagem. Além de oferecer cursos de caiaque nas águas da Baía de Guanabara, Simone é procurada por pessoas que querem fugir do burburinho das praias movimentadas e remar até ilhas situadas nas proximidades, como a de Cotunduba, onde se chega após 45 minutos.
Vale a pena o esforço: a transparência da água permite observar peixes de várias espécies. O mesmo se pode dizer de uma opção ainda mais distante – as inabitadas Ilhas Cagarras, que podem ser alcançadas após uma hora e meia de muito exercíco físico. E quem ainda acha pouco, pode atravessar a Baía de Guanabara e aportar na praia de Adão e Eva, em Niterói – sempre remando.
“É preciso enfrentar desafios para experimentar novos caminhos de convivência com a natureza marinha”, conclui Simone. Ou, como diz o samba-enredo da Império Serrano, citado no início dessa reportagem: “Pra natureza sorrir, o homem tem que mudar/E aprender a preservar”. E, para quem gosta de praia, mas não de carnaval, ficam aqui os versos de outro carioca famoso:
“As praias desertas continuam
Esperando por nós dois
E este encontro eu não devo faltar
O mar que brinca na areia
Está sempre a chamar
Agora eu sei que não posso faltar ...”
As Praias Desertas, Antônio Carlos Jobim
Privilégio de poucos
Quando ocupou o poder, nas décadas de 30 e 50, o presidente Getúlio Vargas tinha a Restinga da Marambaia como um refúgio de privacidade. Da mesma maneira, a primeira dama do governo Figueiredo, dona Dulce, na ditadura dos anos 70, mandava impedir o acesso de qualquer pessoa para que pudesse deliciar-se sozinha nas praias desertas. Mas foi depois que o presidente Fernando Henrique declarou ser aquela paisagem o seu paraíso de verão que o lugar ganhou projeção nacional.
Essa extensa faixa de restinga de 42,5 quilômetros, que avança mar adentro na Baía de Sepetiba, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, é uma área exclusiva das Forças Armadas. Exército, Marinha e Aeronáutica desenvolvem, em diferentes pontos da restinga, atividades de treinamento militar. Somente o presidente da República, os militares e suas famílias, salvo raras exceções, podem entrar na área. O presidente Lula ainda não visitou esse paraíso escondido. Motivos para tentação não faltam: a Marambaia, protegida pelos militares, tem um belo acervo de praias, matas, lagoas e manguezais em ótimas condições de preservação.
Rio de Janeiro: Para quando você for
O litoral do Rio de Janeiro é marcado pela presença de restingas, lagunas e baixadas. Na capital, a paisagem reúne amostras dessa beleza cênica: montanhas de floresta e rochedos à beira-mar, lagoas e zonas planas, no passado ocupadas por pântanos ou pelo mar. O Pão de Açúcar e o Corcovado são exemplos representativos desse relevo que emoldura famosas praias urbanas, como Botafogo, Copacabana e Ipanema, e outras situadas na cidade, mas pouco freqüentadas devido à dificuldade de acesso. Na chamada Costa Verde, um dos cenários mais bonitos da costa brasileira, situada entre a Baixada Fluminense e Paraty, as montanhas de floresta beiram o mar, formando baías de águas calmas e cristalinas. Nesta região, existem cerca de 2 mil praias, muitas delas desertas, de acesso exclusivo pelo mar, e mais de 500 ilhas protegidas das intempéries do mar aberto pela Restinga de Marambaia.
Região Metropolitana
As praias mais badaladas do Rio, todo mundo conhece. Aproveite para visitar pontos mais tranqüilos do litoral, de enseadas praticamente desertas, e também situadas na Região Metropolitana. Os passeios duram no máximo um dia, com saída pela manhã e retorno à tarde. Veja mais informações no Centro de Informações Turísticas (Riotur), tel: 0800-70-71808.
Atrações
Praias Perigoso, Canto e Funda.
Trata-se de um conjunto de praias desertas, situadas na zona oeste da cidade. Recomenda-se fazer o percurso com apoio de guias. O acesso é através de uma trilha de uma hora e meia, que sai das proximidades da estrada que liga a praia de Grumari à Barra de Guaratiba. Uma das atrações do caminho é a Pedra da Tartaruga, onde é comum a prática de rappel.
Ilhas do Laje, Cotunduba e Cagarras.
A aventura é chegar a essas ilhas remando em caiaques, cruzando a Baía de Guanabara. Para chegar na Ilha do Laje, onde existe uma fortaleza de pedra em ruínas, a viagem dura 30 minutos e o ponto de partida é a Praia da Urca, situada no domínio da Fortaleza de São João. Ali existe uma escola de caiaque. Para atingir a Ilha de Cotunduba, as remadas só de ida demoram 45 minutos. O local é propício ao mergulho com snorkel. No caso das ilhas Cagarras, o passeio deve ser feito somente por aventureiros de melhor preparo físico, pois a viagem de ida dura uma hora e meia.
Praia de Itacoatiara.
Situa-se no município de Niterói, no outro lado da Baía de Guanabara. A partir da ponte Rio-Niterói, seguir as placas na direção da região oceânica. Quando chegar no Saco do São Francisco, seguir indicação para a praia de Itaipu. Após vinte minutos aproximadamente, há uma placa indicando a entrada para Itacoatiara. A orla da praia, cercada por montanhas, é ocupada por um condomínio residencial de casas. O local é freqüentado por jovens do Rio de Janeiro que buscam recantos alternativos longe dos pontos mais movimentados da capital. É parte do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Uma trilha de 30 minutos leva até o Olho do Elefante, uma pedra de onde se avista todo o conjunto de praias oceânicas de Niterói. Outra trilha, após um trecho de mata, acaba numa enorme rampa de pedra, conhecida como Costão. Após meia hora de caminhada íngreme se chega ao cume.
Paraty
Como chegar
A base para chegar a Paraty é o Rio de Janeiro (261 km), pela Rio-Santos. De São Paulo (330 km), indo até São José dos Campos pela rodovia Presidente Dutra e descendo até Caraguatatuba pela rodovia dos Tamoios, segue-se pela BR-101 até Paraty.
Antigo porto exportador de ouro no Império, Paraty é patrimônio histórico nacional, preservando igrejas e casarios coloniais. Do cais, situado no Centro Histórico, partem traineiras de pescadores e veleiros que fazem passeios nas ilhas e praias da região.
Onde ficar
Paraty oferece uma grande variedade de opções de hospedagem, desde as simples até as luxuosas, dentro e fora do Centro Histórico, inclusive no alto da Serra do Mar, que circunda a cidade. Informações: Secretaria Municipal de Turismo, tel. 24-3371-1222, (www.paraty.com.br).
Atrações
Praias do Sono, Antigos, Antiguinhos, Galhetas e Ponta Negra.
É possível chegar ao condomínio de Laranjeiras, a 17 km do centro da cidade, por meio de ônibus ou vans que saem de Paraty. Mas o ideal e mais seguro é ir de carro e na companhia de guias treinados. De Laranjeiras, a caminhada até a Praia do Sono demora 50 minutos. A trilha na Mata Atlântica proporciona vistas exuberantes daquele litoral. A Praia do Sono é uma vila de pescadores que começa a se abrir aos visitantes. Há três restaurantes instalados em palhoças e é possível alugar quartos na casa dos nativos. Antigos (30 minutos após a Praia do Sono) e Antiguinhos (50 minutos) são praias desertas. Galhetas (1h) tem uma única pousada. Ponta Negra é uma vila de pescadores com cerca de 120 pessoas, de onde se pode tomar barcos para conhecer outras praias ainda mais distantes.
Ilha Grande
Como chegar
Saindo do Rio, o indicado é chegar de carro ou ônibus a Mangaratiba (120 km), pela Rio-Santos, de onde partem as barcas para a Ilha Grande diariamente às 8hs. Nas sextas-feiras, há uma barca extra, às 22hs. A travessia demora 1h30. De São Paulo, o melhor percurso é via Angra dos Reis (385 km), de onde saem barcas diárias, às 15h30. A travessia também é de 1h30.
Onde ficar
Existem mais de 150 pousadas de várias categorias na Ilha Grande, a maioria na Vila do Abraão, o principal ponto de entrada da ilha. Há também campings e quartos para alugar em casas dos moradores.
Atrações
Na Vila do Abraão há várias agências de escunas que oferecem diferentes roteiros para conhecer as praias e cachoeiras. Outra possibilidade é alugar uma traineira, combinando preço e o percurso do passeio direto com o pescador. Para visitar praias mais bonitas e desertas, além e usar barco, é necessário caminhar em trilhas. É recomendável substituir chinelos por tênis, pois em alguns pontos se caminha sobre pedras. Ao todo, são mais de 100 praias. As mais visitadas são Lopes Mendes, Lago Azul, Lago Verde e Feiticeira. Para chegar à praia dos Dois Rios, onde ficam as ruínas do presídio, é necessário caminhar 26 km (ida e volta). É também possível alugar barco, mas a viagem dependerá das condições do mar. Recomendamos conhecer as praias situadas no lado oceânico da ilha, como a do Aventureiro, onde fica uma reserva biológica (campings ali são proibidos).
Posto de Informações Turísticas: tel (24) 3361-5508. (www.ilhagrande.com)
Informações
Passeios para praias desertas no Rio, Niterói, Paraty e Ilha Grande e todos os roteiros citados nesta reportagem são oferecidos pela RioHiking Caminhadas e Esportes de Aventura, tel. (21) 2507-4417 ou 9721-0594. (www.riohiking.com.br)
Revista Horizonte Geográfico
Nenhum comentário:
Postar um comentário