quarta-feira, 25 de julho de 2012

A História e a escrita


Por convenção a História inicia-se com o advento da escrita que surge, primeiramente, no Oriente Próximo a cerca de 3.000 a.C. (antes de Cristo).

Esse processo, porém, não ocorre de forma concomitante (ao mesmo tempo) em todo o mundo. Segundo os dados atuais, a escrita teria sido inventada de forma independente em três regiões. Ela surge pela primeira vez entre os sumérios, a cerca de 3.000 a.C. (5.000 ap.) na Mesopotâmia. Posteriormente, em torno de 1.500 a.C., há o surgimento da escrita na China e a cerca de 300 a.C. na Mesoamérica.
A escrita não surge, de repente, do nada. Ela é o resultado do conhecimento acumulado ao longo de milhares de anos pelas sociedades sendo exercitada através, de desenhos e sinais gravados ou pintados nas pedras. Estes símbolos, porém, ainda não se constituíam em um sistema de escrita.

O que se sabe, hoje, é que entre os Sumérios a escrita vai surgir a partir da necessidade de se registrar os bens materiais e as transações comerciais dos templos administrados pelos sacerdotes. A escrita era essencial para a contabilidade do templo. Deveriam ser registrados, por exemplo, quantas ovelhas foram fornecidas a um pastor ou quantos jarros de sementes haviam sido entregues. Esta contabilidade era feita em tabuinhas de argila onde eram traçados caracteres (figuras ou sinais como um jarro, uma cabeça de touro, triângulos) e números.
No início, o desenho de um jarro significava um jarro, porém, estas figuras (ou pictogramas) vão sofrendo alterações ao longo do tempo e se transformam. Os sinais vão sendo simplificados e abreviados e já não podem mais ser reconhecidos como a imagem de um objeto específico. A figura que representa um jarro, por exemplo, já não tem mais semelhança com o desenho de um jarro. Os sinais vão adquirindo significados mais amplos, transformando-se em ideogramas e sendo usados para representar sons (fonogramas), idéias e coisas.
Essas tabuinhas com inscrições são encontradas em diferentes localidades como em Erech, na Suméria e em Jemdet Nasr, em Acade, reforçando a idéia de padronização dos sinais e sugerindo o intercâmbio de conhecimentos.
A escrita deixa de ser apenas uma convenção restrita a um grupo de sacerdotes ela tem que ser ensinada e aprendida, tornando-se um sistema aceito pela sociedade sumeriana como um todo. Surgem então pessoas que têm como função, fazer esse trabalho de anotação e que têm que conhecer o sistema de escrita, são conhecidos como escribas (podemos dizer que são os primeiros funcionários públicos, exercendo funções burocráticas).
Assim, a escrita pictográfica sumeriana do período Uruk, foi reduzida a formas angulares mais conveniente para imprimir nas tabuinhas de argila úmida com o auxílio de um pequeno junco. A escrita cuneiforme, como denominada, foi desenvolvida originariamente para escrever a língua suméria, sendo porém adotada por outros povos como os Acadianos, Eblaitas, Elamitas, Hititas, etc.
Há regiões em que a escrita é introduzida por outros povos e em períodos muito mais recentes como no Brasil em 1.500 A.D. (depois de Cristo) ou na Austrália por volta de 1.788 A.D. Este período em que povos com escrita escrevem sobre povos sem escrita é conhecido como proto-história. São os dominantes, contando a História dos dominados.
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