domingo, 27 de maio de 2012

O poder de persuasão do coronelismo


Na sua origem, o coronelismo consistia em um sistema de poder político que centralizava grande domínio nas mãos de uma única pessoa - geralmente um proeminente homem local, na figura de grandes proprietários de terras, industriais ou comerciantes. Prevaleceu no Brasil no período da República Velha (1889-1930).
Personagem influente no imaginário nacional por suas façanhas e malvadezas contadas na literatura e cantadas em música, presença cativa no folclore político brasileiro, o "coronel" também é sinônimo de um Brasil arcaico que ainda hoje sobrevive em várias regiões brasileiras.

A patente de "coronel" surgiu da participação na Guarda Nacional (criada em 1831 com a deposição de D.Pedro I), que assegurou a ordem interna no País durante o Império. Como apenas os mais abastados tinham condições de arcar com os custos da compra de uniformes e armas para pertencer à Guarda Nacional, o governo da Regência (1831-1840) colocou os postos militares da Guarda Nacional à venda: só não havia o posto de general porque este era prerrogativa do Exército. Com o tempo, o "coronel" passou a ser visto pela população como homem poderoso, de quem os demais eram dependentes. O "coronel" não era uma pessoa qualquer, era "o dono do lugar". Proclamada a República, a Guarda Nacional foi extinta, mas os coronéis de patentes compradas permaneceram na posse do título, do poder e das vantagens do posto.
A evolução do termo e do personagem aponta algumas identificações regionais, como o "coronel caudilho" no Sul, o "coronel de barranco" nos rios amazônicos da região Norte, o "coronel donatário" nos sertões do Nordeste e o "coronel empresário" na região Sudeste. Ainda que as características variem, a estrutura de poder permanece a mesma.
Os estudiosos costumam identificar três tipos de coronelismo: o tribal, patriarca de um clã, cujo poder se espalha por vários municípios e deriva dele pertencer a uma família tradicionalmente poderosa; o personalista, que deve tudo ao seu carisma pessoal, tem atributos que são próprios e particulares, impossíveis de serem transmitidos por herança e que geralmente desaparecem com a sua morte; e o colegiado, formado por aqueles mais estáveis, que dirigem os negócios políticos em comum acordo com outros coronéis, sem grandes desentendimentos no grupo.

Um comentário:

Professor Josimar Tais disse...

Não podemos permitir que o velho coronelismo interfira na política e nas eleições desse ano.