Na sua origem, o coronelismo
consistia em um sistema de poder político que centralizava grande domínio nas
mãos de uma única pessoa - geralmente um proeminente homem local, na figura de
grandes proprietários de terras, industriais ou comerciantes. Prevaleceu no
Brasil no período da República Velha (1889-1930).
Personagem influente no
imaginário nacional por suas façanhas e malvadezas contadas na literatura e
cantadas em música, presença cativa no folclore político brasileiro, o
"coronel" também é sinônimo de um Brasil arcaico que ainda hoje
sobrevive em várias regiões brasileiras.
A patente de "coronel"
surgiu da participação na Guarda Nacional (criada em 1831 com a deposição de
D.Pedro I), que assegurou a ordem interna no País durante o Império. Como
apenas os mais abastados tinham condições de arcar com os custos da compra de
uniformes e armas para pertencer à Guarda Nacional, o governo da Regência
(1831-1840) colocou os postos militares da Guarda Nacional à venda: só não
havia o posto de general porque este era prerrogativa do Exército. Com o tempo,
o "coronel" passou a ser visto pela população como homem poderoso, de
quem os demais eram dependentes. O "coronel" não era uma pessoa
qualquer, era "o dono do lugar". Proclamada a República, a Guarda
Nacional foi extinta, mas os coronéis de patentes compradas permaneceram na
posse do título, do poder e das vantagens do posto.
A evolução do termo e do
personagem aponta algumas identificações regionais, como o "coronel
caudilho" no Sul, o "coronel de barranco" nos rios amazônicos da
região Norte, o "coronel donatário" nos sertões do Nordeste e o "coronel
empresário" na região Sudeste. Ainda que as características variem, a
estrutura de poder permanece a mesma.
Os estudiosos costumam identificar três tipos de
coronelismo: o tribal, patriarca de um clã, cujo poder se espalha por vários
municípios e deriva dele pertencer a uma família tradicionalmente poderosa; o
personalista, que deve tudo ao seu carisma pessoal, tem atributos que são
próprios e particulares, impossíveis de serem transmitidos por herança e que
geralmente desaparecem com a sua morte; e o colegiado, formado por aqueles mais
estáveis, que dirigem os negócios políticos em comum acordo com outros
coronéis, sem grandes desentendimentos no grupo.
Um comentário:
Não podemos permitir que o velho coronelismo interfira na política e nas eleições desse ano.
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