669-630 a.C. BIBLIOTECA DE NÍNIVE As primeiras bibliotecas surgiram na Mesopotâmia e as obras eram feitas em argila. A biblioteca de Nínive chegou a possuir 25 mil placas de argila no reinado de Assurbanipal 2º 300 a.C.
Séc. 6 d.C. 1444
Todo o conhecimento do mundo Embora pitoresca, a história não parece real. O mais provável é que a biblioteca tenha sido destruída em grande parte durante a guerra com Zenóbia, rainha de Palmira, no século 3. O fato é que não restou nenhum vestígio das obras e nem se sabe onde ela ficava exatamente. De fato, nenhuma biblioteca da Antiguidade - Pérgamo, Rodes e todas as bibliotecas públicas de Roma - sobreviveu. A reunião das obras em grande número ajudava, na verdade, mais a destruição que a preservação, e a maior parte das que sobreviveram pertenciam a pequenas coleções particulares. Organização Já em 1550, um escritor italiano se queixava de que havia tantos livros que mal conseguia ler todos os títulos. Os homens letrados reclamavam da confusão que a "enxurrada" de novas edições estava trazendo. Até a Idade Média, era raro uma biblioteca elaborar um catálogo das obras que possuía. A cópia era o trabalho principal e gastar tempo e papel fazendo listas não era lógico. Os poucos catálogos eram abreviados e relacionavam os volumes existentes, e não obras e autores. A Universidade de Sorbonne elaborou seu primeiro catálogo de obras em 1290, quando ultrapassou o marco de pouco mais de mil livros. As soluções variavam de local para local. Na mesma Sorbonne, experimentou-se usar a ordem alfabética. Em Oxford, os livros foram ordenados com os números arábicos, ainda pouco usados na Europa. A Biblioteca do Vaticano usou a divisão medieval entre livros sagrados e seculares. Esses sistemas não resistiram conforme as coleções cresciam e foram surgindo sistemas de classificação. O mais bem-sucedido foi o de Francis Bacon, que dividiu o conhecimento em três áreas, História, Poesia e Filosofia. Esse foi o primeiro sistema adotado pela Biblioteca do Congresso de Washington e serviu de base para a Enciclopédia organizada por Diderot. A revolução industrial e a mecanização das gráficas foi mais um golpe nesse mundo conturbado: os livros multiplicaram-se em proporções ainda maiores. A solução veio apenas com a invenção do sistema de Classificação Decimal de Dewey, em 1876. O sistema dividia todo o conhecimento humano em dez categorias e depois em subcategorias, dividindo cada área várias vezes. A grande vantagem é que ele classificava não apenas os livros existentes, mas qualquer um que viesse a existir. A obsessão de Dewey pela organização e eficiência não se limitou à organização das bibliotecas. Ele também fundou uma empresa que projetava e vendia móveis e instrumentos para bibliotecas, pensando na sua praticidade. Ele organizou também o primeiro curso de biblioteconomia e desde o início permitiu o acesso às mulheres. Isso não tinha nada a ver com a defesa dos direitos femininos. Dewey acreditava que a função do bibliotecário era apenas classificar os livros e não devia se intrometer em discussões teóricas. Ele preferia mulheres justamente porque elas não tinham acesso ao estudo. A Classificação Decimal de Dewey e algumas variantes se espalharam pelo mundo e hoje estão praticamente em todas as bibliotecas do planeta. A eficiência absoluta do método virou padrão global. Até que surgiu a internet. A internet reinventou o caos, arduamente debatido e combatido por gerações de homens letrados e bibliotecários. A informação, enfim organizada nas estantes, se dispersou novamente pelo mundo virtual sem ordem e lógica aparente. E promete alcançar um volume ainda maior que o do passado. Nos últimos anos, a atividade mais lucrativa surgida no mundo da internet foi justamente o desenvolvimento de ferramentas de busca, que auxiliam o internauta a encontrar o que deseja. O Google saiu na frente e hoje pesquisa quase 8 bilhões de páginas na rede. Uma pesquisa recente calcula que, mesmo assim, o site de busca não lê nem 1% de todas as páginas existentes. A nova biblioteca ainda não encontrou seu bibliotecário. Para ler • "A Biblioteca Desaparecida - Histórias da Biblioteca de Alexandria". Luciano Canfora. Cia. das Letras • "A Conturbada História das Bibliotecas", Matthew Battles. Ed. Planeta • "História Social do Conhecimento", Peter Burke. Jorge Zahar Editor Uma nova maneira de ler Daniel Tremel O crescimento do volume de informação na Idade Moderna moldou duas formas de organização das bibliotecas: a indexação e a classificação. A indexação funciona como um "dicionário especializado", em que os principais termos de um texto são retirados e se tornam "chaves" para que ele seja encontrado depois. A classificação divide o saber em classes e subclasses e cria um catálogo de referência. Os números nas lombadas dos livros nas bibliotecas são essa divisão. Os dois sistemas foram adaptados da Filosofia. Descobrir a essência do mundo sempre foi um problema filosófico, mas foi Aristóteles quem se preocupou em criar um modelo para formular conceitos. Sua idéia era simples: qualquer termo poderia ser definido pela atribuição de uma diferença específica à sua substância. A definição para "ser humano", assim, seria "animal racional". No meio virtual esse sistema filosófico já não é preciso. A novidade é que é possível "ler" não só um texto, mas toda uma biblioteca em um tempo curtíssimo. É como se o leitor tivesse a capacidade de passar os olhos por toda a biblioteca para encontrar o que quer. O homem ainda não consegue ler todos os livros do mundo, mas já inventou uma máquina que consegue. http://revistagalileu.globo.com |
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Uma breve história das bibliotecas do passado
Daniel Tremel
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