sábado, 25 de agosto de 2012

Mundo atual, segundo Barack Obama



(24 de julho de 2008)
Povos  do  mundo:  olhai  para  Berlim  [...].  Quando  o  povo  alemão  derrubou  o  muro  [...], começaram  a  ruir  os  muros  em  todo  o  mundo.  [...]  Também  os  mercados  se  abriram,  e  a difusão da informação e da tecnologia reduziu as barreiras às oportunidades e à prosperidade.  Enquanto o século XX nos ensinou que partilhamos um destino comum, o século XXI revelou  um mundo mais interligado do que em qualquer outra época da história humana.
A queda do Muro de Berlim trouxe uma nova esperança. Mas essa nova proximidade deu origem a novos perigos – que não podem ser contidos nas fronteiras de um país, nem pela distância de um oceano. Os terroristas do 11 de Setembro conspiraram em Hamburgo e treinaram em Kandahar e em Carachi antes de matarem milhares de pessoas de todo o globo em solo americano.
 Neste  preciso  momento,  os  carros  em  Boston  e  as  fábricas  de  Pequim  estão  a  fazer derreter  as  calotes  de  gelo  no  Ártico,  a  fazer  recuar  as  linhas  costeiras  do  Atlântico  [...].
Materiais nucleares mal guardados na antiga União Soviética ou os segredos de um cientista do Paquistão podem ajudar a construir uma bomba que vá detonar em Paris. As papoilas do Afeganistão  transformam-se  na  heroína  consumida  em  Berlim.  A  pobreza  e  a  violência  na  Somália semeiam o terror de amanhã. [...]
Neste mundo novo, estas correntes perigosas tornaram-se mais fortes do que os nossos esforços  para  contê-las.  É  por  isso  que  não  podemos  dar-nos  ao  luxo  de  nos  mantermos divididos.  Nenhuma  nação,  por  maior  ou  mais  poderosa  que  seja,  pode  enfrentar  sozinha esses desaios. [...] O maior de todos os perigos será o de permitirmos que novos muros nos  venham separar. Os muros entre velhos aliados de ambos os lados do Atlântico não podem continuar de pé. Os muros entre países com mais e países com menos não podem continuar de pé. Os muros entre raças e tribos, entre nativos e imigrantes, entre cristãos, muçulmanos e judeus não podem continuar de pé. [...]
Este é o momento em que temos de derrotar o terrorismo e secar o poço de extremismo   que o alimenta. [...]
Vamos estender as nossas mãos aos povos dos locais esquecidos deste mundo que anseiam por vidas marcadas pela dignidade e pela oportunidade, pela segurança e pela justiça? Vamos tirar da pobreza as crianças no Bangladeche, proteger os refugiados do Chade e erradicar, no nosso tempo, o lagelo da SIDA?
Vamos erguer-nos pelos direitos humanos do dissidente da Birmânia, do blogger do Irão ou do eleitor do Zimbabué? Vamos dar sentido às palavras «nunca mais» no Darfur? [...] Iremos acolher  os  imigrantes  de  diferentes  origens  e  evitar  a  discriminação  daqueles  que  não  se parecem conosco nem rezam da mesma forma que nós, e cumprir a promessa de igualdade e oportunidade para todos?

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