Aline Fernandes de Sousa
Aluna do curso de Graduação em História da Universidade Federal Fluminense.
O Egito Antigo sempre despertou grande interesse, não só do meio acadêmico como também do público em geral. Tal atração pode ser em parte explicada pela forma peculiar na qual foi organizado o poder nesta sociedade e pelos mitos que o cercavam. A monarquia divina fazia com que, após ascender ao poder, o faraó mais do que simples sustentáculo de uma civilização se tornasse o pilar cósmico que impedia que o caos voltasse ao mundo organizado, já que a idéia de que era descendente do demiurgo criador fazia dele um deus, um Hórus vivo1. A figura divina e poderosa do governante, caracteristicamente masculina, deveria ser visível e entendida por toda sociedade. A arte, desta maneira, era utilizada como um dos instrumentos de manipulação e divulgação do poder e da ligação real com os deuses. A chamada arte canônica ou oficial, instituição do Estado egípcio e submetida a regras rígidas, baseava-se fortemente na ideologia da monarquia divina. As imagens dos soberanos eram sempre idealizadas, já que representações de velhice, deformidade e movimento violento, eram praticamente inexistentes. O faraó como homem era sempre representado no apogeu de sua vida e como um deus era retratado com perfeição e vigor.
Por volta do século XV a.C., um acontecimento pouco comum criou um desafio para os artífices: a ascensão de uma mulher como faraó. Como representar esse ser, meio humano e meio divino, que ocupava um papel essencialmente masculino, mas que era antes de tudo uma mulher?
A rainha Hatshepsut, sexta governante da XVIIIª dinastia2, mais do que comandar uma terra, se fez representar como um autêntico faraó no auge do seu poder. Assim, a arte teve um forte papel na sua tentativa de legitimação do seu reinado. Sua imagem exigiu da arte oficial adaptações que dessem conta do novo quadro que se apresentava.
Este artigo, parte de uma pesquisa monográfica em andamento, pretende analisar algumas representações de Hatshepsut pensando como os gêneros feminino e o masculino foram trabalhados nessas obras e seu impacto nas diretrizes artísticas provenientes da monarquia divina. Faz-se necessário explicitar que, em virtude dos limites do presente artigo, não conseguiremos abarcar a totalidade das imagens da soberana, apenas nos concentraremos nas representações mais relevantes para o desenvolvimento do tema.
A transformação da rainha em faraó
Hatshepsut3 vai aparecer pela primeira vez nas fontes em uma estela de Thutmes II4 como sua principal esposa e sob o título de “Esposa do deus”5. Como única filha da esposa real Ahmose e do faraó Thutmes I, casou-se com o meio-irmão, filho de uma esposa secundária, para que este pudesse ascender ao trono. Com a morte deste faraó apenas alguns anos depois e tendo a rainha, assim como sua mãe, apenas uma filha – Neferura -, mais uma vez foi necessário escolher o descendente de uma esposa secundária para suceder o soberano. Por ter o herdeiro de Thutmes II – Thutmes III - pouca idade, com sua coroação Hatshepsut acabou assumindo o poder do país como regente, o que não era incomum para uma rainha.
Mesmo com o início do reinado de Thutmes III, a regente Hatshepsut continuou a usar a insígnia de esposa principal do rei e, principalmente, de “Esposa do deus”. Ainda no período de regência ela mandou construir dois obeliscos, em uma ação caracteristicamente real. Como regente, Hatshepsut reforçou sua autoridade através de imagens, títulos e ações.
Pesquisas indicam que por volta do sétimo ano de regência do reinado de Thutmes III, Hatshepsut abandonou os títulos referentes à rainha e utilizou insígnias de rei, chegando inclusive a adotar um nome de trono - Maatkare. Para suportar sua legitimidade como governante, Hatshepsut desenvolveu textos que a mostravam sendo escolhida por seu pai (Thutmes I) como sua sucessora e sendo apresentada aos deuses como tal. O desenvolvimento do mito do nascimento divino, na qual ela teria sido gerada através da união do deus Amon com sua mãe Ahmosé, também foi utilizado para reforçar sua legitimação.
Hatshepsut, como mulher, não podia tomar parte nas campanhas militares, com isto, preferiu não estabelecer nenhuma operação de guerra como fizeram seus antecessores. Ela adotou uma política de fortalecimento das defesas egípcias e promoveu a economia através de expedições comerciais em terras estrangeiras, como a realizada na terra de Punt6. Como faraó, também priorizou a construção de monumentos e edificações. Entre as grandes construções do período está a de seu templo em Deir el-Bahri.
Ao se tornar rei, Hatshepsut transferiu o ofício de “Esposa do deus” para a sua filha Neferura, cuja figura ganha proeminência no reinado da mãe. Autores como Gay Robins acreditam que a emergência da figura de Neferura se deu pela necessidade do faraó Hatshepsut ter seu contraponto “feminino” em alguns rituais que exigiam a presença da “mãe do rei” ou da “esposa do rei” (ROBINS, 1993, p. 49).
Não se sabe como Hatshepsut morreu, nem como ela deixou o trono. O único dado concreto que temos é que no ano 22 de reinado, Thutmes III aparece governando sozinho. As fontes demonstram que, nos últimos anos de reinado, este faraó procurou apagar a memória de Hatshepsut, provavelmente pelo fato de que, após a estabilidade conseguida em seu governo solitário, ter sido antecedido por uma mulher não corresponderia a maat7. Porém, não há consenso quanto a isso.
Quando analisamos essa exceção, ou seja, a possibilidade de uma mulher exercer o poder como faraó e na ambigüidade de sua figura, devemos ter em mente o importante conceito de gênero. Este deve ser relacionado a “papéis socialmente construídos” (SOIHET, 1997). Isso significa que o gênero não necessariamente está ligado aos sexos biológicos, sendo estes, portanto, papéis intercambiáveis. Assim, o faraó, tendo um forte aspecto masculino, pôde perfeitamente ser uma mulher, como no caso de Hatshepsut, mesmo que para isto em muitas representações seus aspectos femininos tivessem que ser suprimidos como veremos mais adiante.
A construção da imagem de Hatshepsut: o choque e o encontro do masculino com o feminino.
Para os egípcios o mundo era uma totalidade coerente e a explicação da realidade era construída através de mitos. Nesta forma de pensamento eram empregadas inúmeras oposições que se complementavam e conduziam a uma síntese. No imaginário egípcio, a união desses opostos promoveria a criação. Dentro dessa perspectiva, o masculino e o feminino eram encarados como complementares e seu contraste era visto como o principal exemplo do que é dinâmico. Mesmo pertencendo a um princípio único, a cada um caberia uma esfera de ação. Às mulheres caberiam as funções de gerar, curar e manter o equilíbrio e aos homens as funções de julgar, guerrear e conduzir (SOUZA, 2003 , p.64.). Por ser o faraó considerado um Hórus vivo, a ocupação do trono do Egito por uma mulher era uma transgressão à ordem. Assim, a ascensão de Hatshesput necessitava de uma legitimação, ou seja, de obras e ações que explicassem e justificassem seu lugar no trono do Egito. Suas representações deveriam resolver o problema estético que se apresentava, trabalhando o aspecto feminino proveniente da sua condição de mulher e com o aspecto masculino oriundo de sua posição como faraó. Ao longo da trajetória desta personagem inúmeras soluções foram encontradas e estas variaram de acordo com a posição ocupada por Hatshesput na política egípcia.
Ainda como esposa de Thutmes II, Hatshepsut é retratada tradicionalmente como uma consorte real, com paramentos e insígnias referentes a sua posição como o adorno de cabeça em formato de abutre típico das rainhas, por exemplo. Com a morte do faraó e a chegada ao trono de Thutmes III, Hatshepsut começa a atuar como regente. Sabemos que ao longo desse período Thutmes III foi representado menos freqüentemente que Hatshepsut, e quando eles eram retratados em uma mesma cena, a rainha era indubitavelmente o “parceiro” dominante. Observamos a partir daí modificações em sua imagem. A produção desse período pode ser interpretada como obras de transição, já que começam a aparecer algumas características próprias dos faraós nas representações de Hatshepsut. A figura 1 é um exemplo desse momento, onde percebemos a mescla de alguns atributos. Esta escultura encontrada na cidade de Tebas e atualmente exposta no museu Metropolitan em Nova York, mostra Hatshepsut em trajes femininos, mas usando o turbante nemes, peça reservada ao faraó. O texto localizado ao lado de suas pernas reforça tal análise ao mostrar mais uma junção de características8. Nesta inscrição, ela já adota o nome de trono Maatkare, porém, os títulos e epítetos ainda são femininos. Uma cena não visível nesta imagem, na parte posterior, do trono é ainda mais impressionante. Nela temos a representação da deusa em forma de hipopótamo – Ipi - protetora de mulheres grávidas e crianças; sendo desta maneira, associada às rainhas. Todas essas características indicam, portanto, que essa obra é oriunda do período em que a rainha fazia a transição de regente para soberana.
FIGURA 1 - Estátua da rainha Hatshepsut em trajes femininos usando o turbante nemes, atributo reservado ao faraó no poder. À direita: detalhe da inscrição contida na parte frontal da peça
Referência: http//www.metmuseum.org/works_of_art - 22 fev. 2007
Com sua ascensão ao trono do Egito como faraó, as representações de Hatshepsut sofreram significativas modificações. Com sua transformação em autêntico soberano, tornou-se clara a necessidade de produzir um conjunto de imagens equivalentes ao novo papel desempenhado pela governante. Assim, nada seria mais natural do que o surgimento de obras que retratassem Hatshepsut como um autêntico faraó, com a conseqüente supressão de seus traços femininos. Entretanto, para além do óbvio aparecimento de imagens masculinizadas, o que observamos é uma pluralidade na forma como sua figura foi trabalhada.
A análise das fontes oriundas do que podemos chamar de período “faraônico” de Hatshepsut permitem uma divisão das imagens em dois grupos principais:
1. Hatshepsut totalmente masculinizada.
2. Hatshepsut em representações que podemos chamar de andróginas, onde o corpo, posição e paramentos masculinos são suavizados por traços delicados.
Em imagens onde Hatshepsut aparece masculinizada, como a da figura 2, a supressão total de seus atributos femininos faz com que a produção artística siga as diretrizes tradicionais de representação de um faraó. Especificamente nesse exemplo, vemos Hatshesput fazendo oferenda de ungüentos ao deus Hórus trajando uma indumentária própria dos faraós, como a barba real. Se olharmos para figuras como essa sem termos idéia de quem se trata, fica praticamente impossível saber que a imagem retratada é de uma mulher. O mesmo acontece na figura 3 onde Hatshepsut, usando o turbante afnet, a barba real e vestindo o saiote shemdyt é retratada em posição de oferenda. Nessa escultura vemos que foi dada ênfase aos seus traços em detrimento ao corpo, porém, estes, apesar de harmoniosos, não remetem a uma grande feminilidade como ocorre com um número significativo das suas imagens.
O segundo grupo de imagens é muito interessante e contém algumas das representações mais graciosas da governante. A figura 4 é talvez uma das imagens mais famosas da soberana e nela é facilmente percebida a junção dos atributos femininos e masculinos. A cabeça de Hatshepsut é representada com a barba real e o fragmento do turbante em sua cabeça indica que usava a coroa dupla. A cor avermelhada de sua pele é uma característica das imagens masculinas, sendo também própria das do faraó. É interessante notar que este fragmento de estátua é composto por traços delicados. O nariz retilíneo dá um aspecto suave ao rosto, os lábios grossos estão em forma de um leve sorriso e ficam evidentes para o observador as linhas femininas do rosto, mesmo com as insígnias e símbolos estando relacionados ao seu papel como faraó.
FIGURA 2 - Relevo em pedra calcária representando Hatshepsut fazendo oferenda de ungüentos ao deus Hórus (1473 a 1458 a.C.)
Referência: HAGEN, Rainer. Egipto: pessoas, deuses e faraós. Taschen, 2005, p. 200.
FIGURA 3 - Estátua de granito vermelho do faraó Hatshepsut em posição de oferenda (1473 a 1458 a.C.)
Referência: HAGEN, Rainer. Egipto: pessoas, deuses e faraós. Taschen, 2005, p. 122
A ambigüidade também é percebida nas representações da rainha sob a forma de esfinge (figura 5), pois, no entendimento egípcio, esta figura era basicamente masculina. Nas inúmeras esfinges encontradas em seu templo em Deir el-Bahri, vemos que o rosto da rainha sobressai da juba com a mesma expressão graciosa de suas estátuas antropomorfas. Na imagem disponível vemos a sua representação em pose clássica de esfinge e utilizando, mais uma vez, a barba real, onde os lábios finos, juntamente com os olhos e sobrancelhas pequenas conferem a escultura traços femininos e delicados.
Com relação às representações oriundas do período faraônico, mais especificamente a maneira pela qual a ambigüidade foi utilizada e em que momento foram desenvolvidas três hipóteses relativas às representações imagéticas desta rainha a serem comprovadas. Antes de expô-las faz-se importante atentar para um dos aspectos evidenciados pela pesquisa: a fusão entre os gêneros feminino e masculino é mais evidente na estatuária, o que é previsível em virtude da maior riqueza de detalhes que a técnica de escultura permite.
Referência: DIETRICH, Wildung. A décima Oitava Dinastia. In: TIRADRITTI, Francesco (Ed.). Tesouros do Egito do Museu do Cairo. São Paulo: Manole, 1998, p. 163
FIGURA 5 - Esfinge de Hatshepsut em pedra calcária pintada (1470 a.C.). À direita: Esfinge de Ammenemes II em granito vermelho/ 1900 a.C. Imagem que demonstra a diferença entre a suavidade e a feminilidade emergente dos traços da esfinge de Hatshepsut das feições destacadas pela esfinge de Ammenemes II.
Referência: ALDRED, Cyril. Egyptian art in the days of the pharaohs, 3100 – 320 BC. London: Thames and Hudson, 1985, p. 149 e 154
A primeira hipótese a ser comprovada é que em representações onde Hatshepsut é retratada sozinha, ou seus traços femininos são preponderantes ou sua figura ganha um aspecto andrógino, como nos exemplos apresentados. A segunda hipótese é que na maioria das representações onde Hatshepsut faz parte de cenas onde estão homens e deuses, como forma de auto-afirmação de seu poder, o aspecto masculino de sua condição de faraó é reforçado. Fica claro que, por serem mais comuns as representações de ação e de cenas com conjunto de figuras em relevos, as imagens da governante com aspectos exclusivamente masculinos são mais recorrentes nessas obras.
Finalmente, a terceira hipótese corresponde à idéia de que o forte impacto causado na arte canônica pela necessidade de se adaptar o aspecto feminino proveniente do sexo biológico de Hatshepsut a imagem de caráter masculino proveniente da sua posição como faraó, ocasionará, nos primeiros anos de reinado absoluto de Thutmes III, uma temporária suavização nas formas e o aparecimento de traços femininos em suas imagens, demonstrando uma profunda influência das representações feitas da mulher-faraó. Esta influência fica bastante explícita na estátua de Thutmes III em mármore branco (figura 6), onde o faraó aparece em posição de oferenda com dois vasos nu, usando o turbante nemes e o saiote shemdyt. A elegância juvenil do corpo, o perfil nobre do rosto, onde parece aflorar um sorriso fino e amável, encontram-se nesta estátua real. O interessante dessa representação é que a ênfase do retrato não está na aparência atlética e no físico, destacados na maioria das imagens posteriores desse faraó. Como reforço do que dissemos, podemos comparar as imagens da rainha Hatshepsut com a de Thutmes III. A figura 7 mostra a soberana retratada na mesma posição da estátua de Thutmes III apresentada anteriormente. É possível perceber uma grande semelhança entre as estátuas para além de sua posição; esta também ocorre nas feições e nas formas delicadas dos corpos representados.
Referência: DIETRICH, Wildung. A décima Oitava Dinastia. In: TIRADRITTI, Francesco (Ed.). Tesouros do Egito do Museu do Cairo. São Paulo: Manole, 1998.
FIGURA 7 - Estátua em granito de Hatshepsut utilizando a coroa branca e em posição de oferenda. Forte aspecto masculino em sua representação (1460 a.C.)
Referência: ALDRED, Cyril. Egyptian art in the days of the pharaohs, 3100 – 320 BC. London: Thames and Hudson, 1985, p. 155
Por fim, através dos exemplos apresentados, pode-se perceber que a solução estética utilizada para o problema de representação, oriundo da ambigüidade proveniente da figura da rainha-faraó Hatshepsut, foi bem sucedida. Graças ao prestígio da soberana e de suas obras, a aplicação de traços femininos em figuras tradicionalmente masculinas resultou em uma suavização do rosto nas representações régias que terminaram por influenciar a iconografia do início do reinado solitário do faraó Thutmes III, o mesmo que, após seu misterioso desaparecimento, foi responsável pela destruição dos ornamentos e das imagens da rainha que se tornou faraó.
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Notas
1 Segundo um dos mitos de criação do universo presente no Egito, Hórus seria filho do casal divino Osíris e Ísis, estes originados do primeiro casal - Nut e Geb – criado pela ação do demiurgo criador. Assim, ao ser coroado, cada faraó tornava-se a encarnação de Hórus e, consequentemente, descendente em linha direta do deus primordial, sendo, portanto, dono do mundo e de tudo que ele contivesse. 2 Esta dinastia corresponde a ascensão do faraó Ahmés I (1550-1525 a.C.) até o reinado do faraó Horemheb (1323-1295 a.C.).
3 Hatshepsut governou de 1473 a 1458 a.C.
4 Período atribuído ao seu reinado: 1492 a 1479 a.C.
5 O papel de “Esposa do deus” foi adotado pela primeira vez pela rainha Ahmés-Nefertari, esposa do faraó Ahmés (1550-1525 a.C.) e avó de Hatshepsut. Este título dava a mesma um poder não só religioso, já que estava relacionado ao nascimento divino do soberano onde acreditava-se que Amon-Rá manteria relações com a rainha com o intuito de gerar um novo rei, como também político, já que a adoção deste título tornava-a referência para a sucessão dinástica.
6 O país de Punt, desde que começou a ser mencionado nas inscrições egípcias, foi descrito como uma região cheia de maravilhas e de fabulosas riquezas. Entretanto, localização exata de Punt continua sendo assunto controverso, mas as opiniões variam entre a Somália, costa sudeste do Sudão ou a Eritréia, como zonas prováveis desse país.
7 Maat: deusa que personificava a ordem, equilíbrio e justiça.
8 A tradução da inscrição presente nesta peça foi retirada do site do Metropolitan Museum.
Revista GAIA - UFRJ
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