Após a consolidação de sua Independência, os Estados Unidos viveram um próspero período marcado pelo crescimento de seus níveis econômicos e o alargamento de suas fronteiras. No entanto, os projetos de desenvolvimento que nortearam a nação norte-americana estabeleceram, paulatinamente, uma grave rixa entre os estados do Norte e do Sul. Os nortistas apoiavam a expansão da pequena propriedade, a utilização do trabalho livre e a diversificação econômica. Já os sulistas, defendiam o uso do latifúndio monocultor sustentado pelo uso da mão-de-obra escrava.
Durante o século XIX, essas oposições acabaram impedindo a consolidação dos interesses dos estados nortistas. De forma geral, desejavam o fim da escravidão, para que os mercados consumidores se expandissem, e a elevação das taxas alfandegárias, beneficiando diretamente o fortalecimento da indústria norte-americana. Essas medidas eram mal vistas pelos estados do sul, que tinham interesse na manutenção do escravismo e na prática de taxas menores que favorecessem as importações.
A polarização desses grupos políticos acabou sendo organizada com o surgimento do Partido Democrata, representante dos latifundiários sulistas; e o Partido Republicano, defensor das pretensões da nascente burguesia industrial do norte. Em 1860, o representante republicano Abraham Lincoln venceu as eleições presidenciais, para o descontentamento das lideranças do sul. Por isso, após as eleições, os sulistas anunciaram o seu desligamento da União e a criação dos Estados Confederados da América.
Os Confederados tinham o claro objetivo de preservar os seus interesses e, para isso, estavam dispostos a guerrear contra os nortistas. Com isso, as tropas do sul deram início à guerra civil com a invasão feita ao forte Sumter, em 1861. Observando as potencialidades de cada um dos lados do conflito, a capacidade bélica e militar dos nortistas era visivelmente superior. A grande maioria da população vivia nos estados do norte e a região tinha um número superior de indústrias bélicas voltadas para o conflito.
De fato, a grande diferença tecnológica entre os dois lados foi decisiva para que os “yankees” (norte) vencessem os “confederados” (sul). A inserção dos fuzis de repetição e o uso dos navios encouraçados foram cruciais nas derrotas e bloqueios militares sofridos pelas forças sulistas. Além disso, a tecnologia de informação, com o uso do telégrafo, permitia que o comando das tropas yankees pudesse reorganizar rapidamente as várias frentes de batalha.
No plano político, o governo do norte procurou utilizar de sua autoridade para interferir nos destinos tomados pela guerra. Dessa forma, o governo yankee aboliu a escravidão com o objetivo de desestabilizar os sulistas com o levante dos escravos e, ao mesmo tempo, atrair a simpatia das nações européias. Com esse conjunto de ações, os nortistas conseguiram vencer o conflito, assim o general Lee admitiu a derrota sulista ao assinar a rendição dos exércitos confederados, em 9 de abril de 1865.
Com o fim do conflito, que deixou cerca de 600 mil mortos, o projeto industrial e desenvolvimentista do norte conseguiu se sagrar com maior facilidade. Nos estados sulistas, vários políticos yankees se elegeram com o apoio dado pela população de ex-escravos. No entanto, a questão racial seria um problema mal resolvido, pois a população negra não foi efetivamente inserida na sociedade e sofreu com os grupos racistas do sul.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
Nenhum comentário:
Postar um comentário