terça-feira, 20 de maio de 2014

Império Romano


Carlos Eduardo Matos
Jornalista e editor de livros didáticos e paradidáticos.
A formação do Império Romano se deu em consequência de muitas ações militares. Foi o militarismo que edificou o império e que também possibilitou muito desse intercâmbio cultural.

Os soldados lutavam em falanges (eles se organizavam em uma formação retangular, em fileiras, e lutavam com longas lanças). Já no século IV a.C., foi adotado um modelo mais flexível, chamado legião manipular. Neste modelo, os soldados se organizavam em três fileiras de infantaria, cada uma com blocos de tropas (manípulos, ou "punhados") com espaços entre si, o que lhes permitia manobrar independentemente do conjunto da linha de batalha. Os soldados mais novos ficavam na primeira linha e os mais experientes, na última.

Outra reforma importante do militarismo romano ocorreu em 100 a.C., com a divisão da legião manipular em dez coortes (uma espécie de milícia) de 480 homens cada. Esses grupos eram equipados com as armas como o pilum (um dardo de arremesso) e o gládio (uma espada curta de lâmina dupla). Além disso, as fileiras de soldados foram abertas aos cidadãos sem recursos, que puderam tornar-se “soldados profissionais”.

Durante a Primeira Guerra Púnica (264 a.C.-241 a.C.), Roma e Cartago, cidade-estado fenícia, disputaram o controle do Mediterrâneo Ocidental. Para enfrentar Cartago nesta guerra naval, os romanos construíram navios com base em uma embarcação cartaginesa capturada. Com a vitória neste conflito, e também na Segunda e na Terceira Guerra Púnica (218 a.C.- 202 a.C. e 149 a.C.-146 a.C. respectivamente), Roma acelerou sua expansão, tornando-se senhora de toda a orla do Mediterrâneo.

As conquistas romanas, intensificadas entre os séculos 3 a.C. e o início da era cristã, fizeram com que o Império acumulasse tesouros e escravos. Questione, então, a turma, quais foram as consequências disso? Com a produção realizada por escravos, as massas pobres de Roma foram apaziguadas pela distribuição gratuita de alimentos. Também ocorreram rebeliões de escravos no império. Entre 135 a.C. e 104 a.C. ocorreram na Sicília a primeira e a segunda Guerras Servis. Em 73 a.C. teve início a terceira Guerra Servil, revolta liderada pelo gladiador Espártaco e esmagada em 71 a.C.

No século 2 da era cristã, quando o afluxo de tesouros e escravos aos poucos diminuiu, a economia da porção ocidental do Império Romano mergulhou em uma crise profunda, enquanto a da parte oriental, mais diversificada, teve melhores condições de sobrevivência. Diante dessa diferenciação crescente, o então imperador Diocleciano nomeou imperadores (augustos) e imperadores auxiliares (césares) para o Ocidente e o Oriente por volta do ano 300; o imperador Constantino fundou Constantinopla, a “Nova Roma”, em 330, fazendo dessa cidade do Oriente a sede do poder imperial, e no governo de Teodósio (morto em 395) o território foi dividido entre o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente.
No âmbito religioso, os romanos absorveram influências dos etruscos (povos que viviam na península Itálica), dos egípcios e da cultura grega – que resultou na magnífica mitologia greco-romana. O ingresso de deuses e deusas “estrangeiros” no panteão romano prosseguiu na fase republicana e no período imperial.

Íris era reverenciada como "Rainha do céu" e, muitas vezes, era representada tendo nos braços o filho Hórus, ainda bebê. Quanto a Mitra, o deus dos soldados, as lendas dizem que era filho de uma virgem e que nasceu no dia 25 de dezembro, em uma gruta. Diz-se que uma estrela anunciou seu nascimento e que pastores foram os primeiros a homenageá-lo.
Revista Nova Escola

Nenhum comentário:

Postar um comentário