segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Conselheiro do sertão

Vários são os epítetos de Antônio conselheiro: louco, santo, manipulador, subversivo, fanático, líder camponês. Seja qual for o qualificativo atribuído a ele, é fato reconhecê-lo como personagem da história brasileira
por Yago euzébio Bueno de Paiva Junho*


Para analisar de modo correto e honesto um movimento social ou a biografia de um personagem histórico é fundamental conhecer o contexto social, político, econômico, cultural e geográfico em que os fatos estudados se deram. Ainda mais quando esses fatos dizem respeito à vida de Antônio Conselheiro. Quem é esse homem que até hoje desperta calorosos debates acerca de sua maior realização – o arraial de Canudos? O objetivo deste artigo é contribuir para uma análise despida de preconceito sobre esse sem-terra do século XIX.

Problema da fome » A fome é um problema universal. Embora atinja todos os países indiscriminadamente, seus efeitos são mais nocivos em regiões que sofreram o processo de colonização: África, América Latina e Ásia. Josué de Castro, em Geografia da Fome, dividiu o mundo em duas civilizações: o mundo dos que não comem e o mundo dos que não dormem com medo dos que não comem.

Antes de discorrer sobre sua vida e seus feitos é necessário colocar em relevo que o aparecimento de Conselheiro é inseparável do problema da fome que sempre assombrou nosso país. A razão para a existência da fome nos países periféricos remonta a seus respectivos processos de colonização (atualmente, o colonialismo aparece sob a forma de neocolonialismo, que é, para o autor do clássico Geografia da Fome, Josué de Castro, o uso da ciência e da tecnologia por uma minoria dirigente nas nações hegemônicas esmagando e impedindo que as nações periféricas realizem suas potencialidades). A fome tem uma correlação direta com o imperialismo.




O dualismo da fome
O debate sobre a fome e as suas causas é recente. Existem ainda muitos tabus em torno desse fantasma. Esses tabus são criados em virtude de restrições de ordem moral, política e econômica. A restrição moral envolve o dualismo entre instinto e razão. “O fundamento moral que deu origem a esta espécie de interdição baseia-se no fato de que o fenômeno da fome, tanto de alimentos, como a fome sexual, é um instinto primário e por isso um tanto chocante para uma cultura racionalista como a nossa, que procura por todos os meios impor um predomínio da razão sobre o dos instintos na conduta humana” (CASTRO, 1984, p. 20). No que tange aos interesses políticos e econômicos, Castro (cit., p. 21) salienta: “É que ao imperialismo econômico e ao comércio internacional a serviço do mesmo interessava que a produção, a distribuição e o consumo dos produtos alimentares continuassem a se processar indefinidamente como fenômenos exclusivamente econômicos – dirigidos e estimulados dentro dos seus interesses econômicos – e não como fatos intimamente ligados aos interesses da saúde pública”.

O debate sobre a fome e suas causas é recente. Existem ainda muitos tabus em torno desse fantasma. Esses tabus são criados em virtude de restrições de ordem moral, política e econômica

O alicerce do estudo da fome empreendido por Castro (cit., p. 24) é a ciência geográfica, que tem como meta “localizar com precisão, delimitar e correlacionar os fenômenos naturais e culturais que ocorrem à superfície da terra. É dentro desses princípios geográficos, da localização, da extensão, da causalidade, da correlação e da unidade terrestre, que pretendemos encarar o fenômeno da fome”.

Caldeirão, Contestado, Canudos
As rebeliões que surgiram no Brasil entre o último quarto do século XIX e o primeiro quarto do século XX são fruto do monopólio da terra e do imperialismo. Canudos. Caldeirão. Contestado. O Nordeste foi o palco privilegiado da maioria dessas lutas. Primeiro, porque a evolução econômica dessa região foi profundamente lenta: no século XIX ainda se verificava uma economia baseada no trabalho semiescravo. Segundo, as cidades litorâneas, mais evoluídas do que as do interior, não possuíam forças produtivas suficientemente desenvolvidas para atrair a população do sertão. Somado a esse quadro de crescimento econômico precário, no triênio de 1877 a 1879 não caiu uma gota de chuva no sertão, onde geograficamente a fome é mais proeminente até hoje. São nesses anos que começa o fenômeno da emigração nordestina.

Segundo Rui Facó, a emigração foi o primeiro passo que essas populações – assoladas pela seca e exploradas pelo latifúndio – deram na busca de melhores condições de vida. Ainda conforme nosso autor, com a emigração a mentalidade do nordestino se modifica e o latifúndio começa a perder força. A mentalidade do nordestino se altera em virtude do contato com outras realidades sociais, tais como a do Sudeste, do Sul e da região amazônica, principalmente com a extração da borracha. O latifúndio sofre um duro golpe pela necessidade de mão de obra, cada vez mais escassa pela fuga da população que habita o sertão, verificada no final dos anos 70 do século XIX.

Essa foi a realidade que Antônio Conselheiro vivenciou. Exploração, seca e fome. Aliás, como vários autores já salientaram, duas são as consequências da fome: a religiosidade e a violência. Canudos representou o primeiro fenômeno, e o Cangaço, o último. O pano de fundo de Canudos é a “disputa” entre religiosidade popular versus religiosidade oficial. Desde 1870, com a Questão Religiosa, vários padres foram presos e escândalos do clero vieram à tona. A religião oficial sofreu um abalo em seu prestígio. Nessa época ocorreram assaltos às igrejas. Além desse fato, a República não melhorou em nada a vida dos habitantes do sertão. Desesperança com a religião, desamparo do Estado e a falta de perspectiva de mudança da realidade foi o que sobrou aos sertanejos. Como Facó (1963, p. 21) escreve: “[...] Era mais do que natural, era legítimo, que esses homens sem terra, sem bens, sem direitos, sem garantias, buscassem uma ‘saída’ nos grupos de cangaceiros, nas seitas dos ‘fanáticos’, em torno dos beatos e conselheiros, sonhando com a conquista de uma vida melhor”.
O boato que virou guerra


Os ataques mais agudos contra Canudos começaram graças a um boato. Saiu a conversa de que Antônio Conselheiro tinha encomendado madeira na cidade de Juazeiro.

Recebendo a notícia de que o carregamento não seria entregue, ele teria prometido pegar as madeiras à força. Esse boato fez com que as autoridades de Juazeiro pedissem ajuda ao governo da Bahia. Assim, em novembro de 1896 é enviada a primeira expedição a Belo Monte.

A força contava com 100 homens e a batalha ocorreu em Uauá. A expedição foi derrotada. Essa vitória dos sertanejos causou frio na espinha das autoridades, que não tardaram a preparar outra investida. Em janeiro de 1897, a segunda expedição, chefiada pelo major Febrônio de Brito, chegou à região de Canudos. Com 557 soldados e oficiais, metralhadoras e dois canhões, o grupo foi solenemente destroçado e os sobreviventes colocaram-se em fuga.

Para o governo brasileiro isso foi uma vergonha. Era necessário dizimar esses sem-terra indesejáveis, e outra expedição foi organizada. Para comandar chamaram um herói de guerra, afamado, cheio de honras, o coronel Antônio Moreira César.

Com 1.300 soldados, bateria de artilharia, esquadrão de cavalaria, canhões e munição para 16 milhões de tiros. Agora sim, o arraial de Canudos seria pulverizado. Mais uma vez a poderosa força foi aniquilada. Moreira César foi morto e o pânico se instalou no país. Estávamos em março de 1897. Um bando de analfabetos e miseráveis haviam desmoralizado o exército, o governo e os latifundiários brasileiros.

De onde vinha essa força? Como conseguiam destruir milícias muito mais poderosas? Que homens e mulheres eram esses? Canudos não podia ficar impune para que seu exemplo não contagiasse outras partes do País.


O que incomodou as autoridades da República foi o carisma de Conselheiro. O líder carismático, segundo Max Weber, é o único capaz de provocar profundas mudanças na ordem constituída. Daí o Estado liberal republicano brasileiro colocá-lo como inimigo da República para justificar o massacre a Canudos

Biografia de Conselheiro
Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, vem à luz no dia 13 de março de 1830 no Ceará. Filho de um dono de comércio em Quixeramobim, Vicente Mendes Maciel, casado com Maria Joaquina de Jesus, desde muito cedo conviveu com perdas e sofrimentos. Aos 4 anos de idade perde a mãe, e aos 6 vê o pai casar-se de novo com Francisca Maria Conceição, de temperamento muito forte e que maltratava muito o menino Antônio. O sonho de seu pai era vê-lo padre. Por isso, colocou-o nas aulas de português, latim e francês do professor Antônio Ferreira Nobre. Em abril de 1855, seu pai morre. Com 25 anos de idade Antônio assume os negócios paternos. Dois anos depois, casa-se com sua prima Brazilina Laurentina de Lima.

Os negócios não vão bem. Ele hipoteca sua casa e o comércio como garantia de pagamento de uma dívida de 2 contos de réis contraída por seu pai. Em 3 de setembro de 1857 vende a casa e o comércio ao coronel Antônio Rodrigues Silva. No ano seguinte, trabalha como mestre-escola perto de Quixeramobim. Atua também como caixeiro dos negócios de um oficial do exército, o major Domingos Carlos Saboia, em Campo Grande. Na mesma cidade exerce a advocacia, redigindo petições e advogando para os pobres. Entre os anos de 1861 e 1865 trabalha entre os municípios de Ipu, Santa Quitéria e Tamborial como professor e advogado. É em Ipu que sua esposa torna-se amante de um policial.

Interessante ouvir Martins (MARTINS/ 2001, p. 23-24): “O insucesso nos negócios, a incapacidade de honrar compromissos legados pelo comércio paterno, a dissolução e o abandono do lar decerto fizeram clamar forte em seus ouvidos as velhas aulas de catecismo da já distante infância em Quixeramobim: a figura do Dr. Ibiapina, juiz de direito de sua cidade natal, que pelejava contra a corrupção na tentativa de promover a justiça em sua jurisdição, e, posteriormente, do padre Ibiapina, construtor de casas de caridade, que levava às ‘vidas secas’ dos mal-aventurados a presença fraterna, a promessa de uma outra vida, a esperança para continuar, um sentido para suas existências”.

Em 1893 é enviada uma força policial com 30 homens contra os “conselheiristas”. Depois desse ataque, Conselheiro decide buscar um lugar que garantisse uma melhor defesa contra as investidas do governo, que, sabia, iriam se intensificar. Surge Belo Monte. Canudos começa a ser erguido e ameaça o latifúndio

Líder carismático 
Sua peregrinação pelos sertões começa quando de sua saída de Santa Quitéria, pregando e sendo seguido por aqueles que tinham unicamente a esperança de um dia vencer a miséria. E, desse momento em diante, seu nome entrará para a história como Antônio Conselheiro. O que incomodou as autoridades da República foi o carisma de Conselheiro. Aliás, como salientou Glauber Rocha no filme A Idade da Terra, o que os poderes instituídos, principalmente o imperialismo, temem, não é o líder sindical, mas sim o líder de viés messiânico. O líder carismático, segundo Max Weber, é o único capaz de provocar profundas mudanças na ordem constituída. Por essa razão, o Estado liberal republicano brasileiro o elegeu como inimigo da República para justificar o massacre a Canudos.

O monarquismo » O que disparou o tão falado anti-republicanismo do líder sertanejo foi um episódio acontecido em Bom Conselho. Em 1893, o governo central autoriza os municípios a cobrarem impostos. Como era uma época sem rádio, como os jornais não chegavam à maioria da população, as leis eram fixadas nas portas das Câmaras Municipais, Conselheiro manda seus seguidores retirarem os editais de cobrança das Câmaras e queima os papéis em praça pública


Entretanto, Rui Facó desmistifica o anti-republicanismo de Conselheiro, afirmando que o monarquismo do líder sertanejo é uma criação ideológica. Em 1876 ele é preso sob alegação de baderna. Em 1886 cai nas mãos do chefe de polícia da Bahia relatório do delegado de polícia de Itapicuru sobre as movimentações suspeitas de Conselheiro. O que vale dizer que bem antes da Proclamação da República ele não era visto com bons olhos pelas autoridades. Se Conselheiro era contra uma lei da República, automaticamente era um inimigo do regime. Para ele, os sertanejos já eram explorados pelos latifúndios, recebendo um salário de fome, quando não recebiam em espécie os seus pagamentos. Aí vinha o governo para extorquir aquilo que eles não tinham. Assim, Conselheiro incentivou atos de rebeldia e de luta em prol dos que eram destituídos de tudo.


Em 1893 é enviada uma força policial com 30 homens contra os “conselheiristas” na localidade de Massete. É a primeira força policial que sofre fragorosa derrota. Depois desse ataque, Conselheiro decide buscar um lugar que garantisse uma melhor defesa contra as investidas do governo -- que, ele sabia, iriam se intensificar. Surge Belo Monte. Canudos começa a ser erguido e ameaça o latifúndio.

É importante frisar que, ao longo da guerra civil travada contra Belo Monte, a figura de Antônio Conselheiro foi relegada a segundo plano. O que avulta de espetacular em Canudos foi a organização imaginada por Conselheiro, mas posta em prática por líderes que surgiram lá. Pajeú, comandante geral da defesa de Canudos. João Abade, responsável pela segurança interna. Joaquim Macambira, administrador interno e com ótimas relações externas. Antônio Vilanova dirige a economia e atua como juiz de paz em Belo Monte. Além dessa organização, a localização do arraial facilita a defesa. A tática de guerrilhas, utilizada nos combates, foi imprescindível para o êxito contra as três primeiras expedições governamentais. Para entender esse movimento é importante, conforme Clóvis Moura, analisá- lo como fruto das contradições entre latifúndio e camponeses. Esse é o real significado político de Canudos.

Canudos, segundo Clóvis Moura, foi um protesto radical por melhores condições de vida dos camponeses. Para minimizar o caráter extremamente político do movimento e para que a experiência realizada no arraial fosse simplesmente apagada, criou-se a imagem de louco para Antônio Conselheiro

Estratégia de sobrevivência
Canudos, ainda segundo Clóvis Moura, foi um protesto radical dos camponeses por melhores condições de vida. Para minimizar o caráter extremamente político do movimento, criou-se a imagem de louco para Antônio Conselheiro. Em Canudos “desenvolvia-se, assim, uma economia comunitária e alternativa autossuficiente bem superior nas suas relações sociais e na distribuição da sua produção daquela latifundiária, baseada na exploração camponesa do resto da região [...]” (MOURA, 2000, p. 40). Era a realização de uma comunidade que distribuía coletivamente os direitos, e todos os membros participavam de maneira igual na economia e na política. Isso era imperdoável. Intolerável. Inconcebível. Foi uma estratégia de sobrevivência para os marginalizados que não tinham apoio da Igreja oficial, muito menos do governo federal.

O arraial foi dizimado » Sobre Canudos, Facó (cit., p. 83) dá um tiro certeiro: “Ante o fenômeno Canudos, os senhores das classes dominantes e seus porta-vozes recusavam-se a acreditar na realidade: milhares de párias do campo armados em defesa da própria sobrevivência, em luta, ainda que espontânea, não consciente, contra a monstruosa e secular opressão latifundiária e semifeudal, violando abertamente o mais sagrado de todos os privilégios secularmente estabelecidos desde os começos da colonização europeia no Brasil – o monopólio da terra nas mãos de uma minoria a explorar a imensa maioria. Era este o mais nefando dos crimes contra a ordem dominante...”
Antônio Conselheiro » “Faleceu, conforme depoimento de sobreviventes da guerra do fim do mundo, em 22 de setembro de 1897, vitimado por uma caminheira, segundo uns, ou por um ferimento provocado por estilhaço de granada, segundo outros; ou ainda, como sugere Edmundo Moniz, por um colapso cardíaco, quando já se esfacelara entre os escombros de um povoado em chamas e o sacrifício de milhares de vidas, o sonho de reinventar o sertão, a utopia de uma sociedade mais justa” (MARTINS, cit., p. 39).


Por fim, veio a derradeira apresentação dessa peça valorosa e que deve encher de orgulho o sertanejo. A quarta expedição, em junho de 1897, sob a batuta do general Artur Oscar de Andrade Guimarães, contava com duas colunas, uma comandada pelo general João da Silva Barbosa e a outra pelo general Cláudio do Amaral Savaget. Uma força nunca antes vista no país: aproximadamente 5 mil homens, com canhões, metralhadoras e cavalaria. O ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, foi pessoalmente à Bahia para acompanhar os acontecimentos. Quase mais uma expedição é vencida. Mas o arraial foi dizimado, não sobrou absolutamente nada. Contudo, as baixas do exército chegaram a 1.200 homens. Restou a memória de homens e mulheres que sonharam que um outro mundo é possível. Um mundo onde as oportunidades possam ser estendidas a todos. Um mundo onde as pessoas possam ter o direito de sonhar. Um mundo onde a felicidade deva ser a regra da existência.

Antônio Conselheiro teve sua cabeça decapitada, assim como mais tarde, em julho de 1938, Lampião também teria. O crânio de Conselheiro foi entregue a Nina Rodrigues para estudos. Diagnóstico: louco. Esse “louco”, que trabalhou como pedreiro, construtor de igrejas, muros de cemitérios, ergueu barragens, advogou para os pobres, comerciou, quase foi padre, casou, teve filhos, pregou para multidões, foi o responsável por nossa primeira luta épica pela posse da terra. Foi acima de tudo um forte. Homem do povo que teve o mesmo destino de tantos outros verdadeiros heróis brasileiros. Que sua “Stalingrado Jagunça”, como disse Oswald de Andrade, possa ser lembrada sempre e que sua rebeldia seja uma motivação para todos aqueles que lutam por uma sociedade melhor.


* Yago Euzébio Bueno de Paiva Junho é sociólogo, mestre em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Juiz de Fora e professor de Sociologia, Antropologia e Metodologia de Pesquisa da FAI – Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação de Santa Rita do Sapucaí – MG. 


Referências 
ANDRADE, Oswald de. Ponta de Lança. São Paulo: Globo, 1991.

CASTRO, Josué de. Geografia da Fome. 10 ed. Rio de Janeiro: Antares, 1984.

CUNHA, Euclides da. Os Sertões. São Paulo: Editora Três, 1973. 2v. (Obras imortais da nossa literatura)

FACÓ, Rui. Cangaceiros e Fanáticos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1963.

MARTINS, Paulo Emílio Matos. A Reinvenção do Sertão. Rio de Janeiro: FGV, 2001.

MOURA, Clóvis. Sociologia Política da Guerra Camponesa de Canudos – da destruição de Belo Monte ao aparecimento do MST. São Paulo: Expressão Popular, 2000.
Revista Sociologia

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