Situada na enseada da baía da Guanabara, a ilha Fiscal, outrora conhecida como ilha dos Ratos, ocupa uma área de 7.000 metros quadrados, distando do continente pouco mais de 1 km. Antiga propriedade do Ministério da Fazenda, servia de posto avançado da alfândega. Atualmente pertence à Marinha. O belo edifício que a abriga é projeto do engenheiro Adolpho José Del Vecchio.
D. Pedro II, logo ao início das obras, decidiu conhecer a ilha. Encantado com a beleza da enseada que domina a entrada da barra, exclamou `este local é um delicado estojo, digno de uma brilhante jóia`. Del Vecchio compreendeu a mensagem do Imperador e seu encantamento, e projetou uma obra arquitetônica de rara beleza.
Estruturado em estilo gótico, seguiu os moldes de castelos do século XIV, existentes em Auvergne, no sul da França. No Torreão, um raro relógio de quatro faces, de mais de 100 anos, foi instalado pela firma Krussmann, funcionando através de corda, que ainda hoje é dada duas vezes por semana. Na parte superior do castelo, os pára-raios originais ainda existem, armados em um complexo sistema que teve o cabo trocado poucas vezes.
Essa jóia arquitetônica teve sua pedra fundamental lançada em novembro de 1881 e foi finalizada, juntamente com a urbanização da ilha, em 1889. Fato histórico que marcou a ilha Fiscal foi o último baile do Império, oferecido à oficialidade do navio chileno Almirante Cochrane, em retribuição à recepção que o Chile dera a um navio brasileiro que estivera em Valparaiso. Na realidade, o baile deveria ter ocorrido no dia 19 de outubro, mas, em virtude da morte do rei de Portugal, D. Luís, que era sobrinho de D. Pedro II, a família imperial resolveu adiar o evento para 9 de novembro de 1889. Foi uma noite histórica. Calcula-se que 5 mil pessoas compareceram à recepção. Seis dias depois, acontecia a proclamação da República.
Um segundo episódio denominado Revolta da Armada, em 1893, consistiu em uma rebelião da esquadra brasileira contra o governo do marechal Floriano Peixoto acabando por atingir a ilha Fiscal que, por sua localização na baía de Guanabara, ficou em meio ao fogo cruzado travado entre a artilharia dos navios e as fortalezas das ilhas de Villegagnon e das cobras, tendo ocorrido a destrição de vitrais do castelo, paredes e infra-estrutura, mais tarde reparados.
Cyro Corrêa Lyra. Documenta Histórica, 2006.
Não conheço, Eduardo.
ResponderExcluirAcho que por morar no Rio, deixo sempre para depois.
Um dia vou.
Beijos, amigo!
Mirze