sexta-feira, 18 de novembro de 2011

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Os cerca de 3 mil corpos são de vítimas de um terremoto que devastou Lisboa em 1755 Foto: AP

Lisboa: cova feita após terremoto de 1755 é achada

Foi uma descoberta deprimente: uma cova com milhares de ossos humanos, como crânios esmagados e queimados, osso de uma criança com marcas de mordidas de cão, crânio com um possível buraco de bala na testa. Três anos após a descoberta, cientistas forenses e historiadores afirmam que decifraram o enigma. Eles dizem que os cerca de 3 mil corpos existentes na sepultura são de vítimas de um terremoto que devastou Lisboa em 1755.


"Não era preciso ser um gênio para entender. Isso só poderia ter sido um evento singular, calamitoso", disse Miguel Telles Antunes, curador do Museu da Academia de Ciências, que coordenou a investigação. Os ossos foram encontrados por trabalhadores que escavavam um convento franciscano do século XVII. Segundo os especialistas, é a primeira vez que uma sepultura desse tipo é encontrada na capital de Portugal.

O exame de 1.099 dentes - em bom estado de conservação - encontrados na sepultura permitiu a classificação de 79 vítimas, incluindo bebês. A faixa etária mais presente no grupo era de 17 anos a 35 anos, o que fez os cientistas presumirem que a população da época era bastante jovem.

Além de ossos humanos, a cova contém ossos de animais, pedaços de objetos de cerâmica, canos de barro, medalhões e rosários, entre outros objetos. Quando ocorreu o terremoto, autoridades se apressaram em enterrar os corpos dos mortos para evitar possíveis epidemias, dizem historiadores. "Quando eles carregaram os corpos, eles recolheram tudo mais que estava ao redor deles", afirmou João Luis Cardoso, professor de arqueologia da Open University.

O tremor de 1755, que incluiu ainda uma tsunami e um incêndio que durou seis dias, foi uma das catástrofes mais mortais a atingir o oeste da Europa. Estima-se que 60 mil pessoas tenham morrido devido ao fenômeno. Segundo os cientistas, apenas uma parte da cova existente no convento foi escavada, e parte dela está visível ao público sob a proteção de vidros.
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