sábado, 16 de abril de 2011

Cruzadas: a reação muçulmana

O imperador bizantino Alexius I deve ter se arrependido de ter pedido ajuda aos “irmãos do Ocidente”, pois esses decidiram ficar com as terras conquistadas durante a Primeira Cruzada. Em menos de uma década, quatro reinos foram criados na região da Palestina: o Condado de Edessa, o Principado de Antióquia, o Condado de Trípoli e o Reino de Jerusalém. Mas o assentamento dos cristãos na Terra Santa não agradou nem um pouco aos muçulmanos e, em pouco tempo, despontaram lideranças capazes de fazer frente aos cruzados. O mais proeminente de todos foi Zengi, senhor de Alepo e Mossul. Em 1144, ele iniciou a reação e arrebatou Edessa das mãos cristãs. Em resposta, os cristãos do Ocidente empreenderam uma nova cruzada. Os novos invasores atacaram o alvo errado e investiram contra Damasco, uma cidade árabe até então aliada do reino cristão de Jerusalém. Isso apenas acelerou a unificação da Síria nas mãos de Nureddin, filho de Zengi, que também abocanhou o Egito. Seu sucessor, Saladino, completou a obra de seu mestre. Após a vitória em Hattin (1187), varreu os cristãos da Palestina, deixando-os apenas com algumas cidades costeiras. Uma terceira cruzada veio em socorro dos cristãos. Algumas cidades, como Acre, foram retomadas, mas a influência cruzada na Terra Santa nunca mais seria a mesma.
Segunda Cruzada (1147-1149)
Com a queda de Edessa, o papa Eugênio III lançou em 1145 o apelo por uma nova cruzada. Conrado III, da Alemanha, e Luís VII, da França, abraçaram a causa cristã e partiram para o Oriente, mas o exército germânico foi derrotado na Batalha de Dorylaeum, na Turquia, em 1147. Conrad conseguiu fugir e, junto com os franceses, convenceu o rei de Jerusalém a atacar Damasco – até então em trégua com os cristãos. Mas, sem sucesso, bateram em uma retirada humilhante.
Terceira Cruzada (1189-1192)
Foi liderada pelos três reis mais poderosos da cristandade: Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra, Felipe II, da França, e Frederico Barba-Roxa, da Alemanha. Frederico morreu a caminho, mas Ricardo e Felipe II tomaram Acre em julho de 1191. Pouco depois, Felipe II retornou à França. Ricardo tentou, porém não chegou a Jerusalém.
Cruzada Espanhola (1147-séc. 14)
O papa Eugênio III conclamou uma cruzada contra os muçulmanos na Espanha. A tarefa foi liderada pelos reinos espanhóis de Aragão, Castela, Leão e Navarra.
Cruzadas Bálticas (1150-séc 16)
Inspirado pela Segunda Cruzada, o papa Eugênio III autorizou os cavaleiros alemães a empreender uma campanha contra os pagãos eslavos da atual Polônia.
Corrida pelo Egito (1163-1169)
Com a Síria unificada, Nureddin, filho de Zengi, concentrou seus esforços no Egito, governado pelos muçulmanos fatímidas. Mas Amaury, o novo rei de Jerusalém, também cobiçava a região. O resultado? Durante seis anos, Amaury atacou o Egito cinco vezes, mas teve de enfrentar os exércitos enviados por Nureddin para neutralizar o rei cristão. No fim, a vitória muçulmana lançou um jovem oficial para o comando do Egito: Saladino.
Krak des Chevaliers
Era a maior fortaleza cristã da região. Encravada no alto de um rochedo, a leste de Trípoli, era mantida desde 1144 pelos hospitalários, uma ordem de monges guerreiros. Resistiu ao cerco realizado por Nureddin em 1163 e ao de Saladino em 1188. Uma pedra no sapato dos turcos, a construção foi finalmente conquistada pelos mamelucos de Baibars em 1271.
O castelo dos assassinos
A Seita dos Assassinos era formada por ismaelitas – um ramo perseguido do islamismo. Em 1090, seu líder, Hassan as-Sabbah, conquistou a fortaleza de Alamut, no norte do Irã.
De lá, enviava seus seguidores para missões suicidas com o objetivo de matar importantes personalidades. Dentre suas vítimas está o rei de Jerusalém Conrad de Montferrat. Saladino quase foi morto por eles em 1176.
Batalha de Hattin
A batalha, travada em 1187, opôs 20 mil guerreiros cristãos, liderados por Guy de Lusignan (rei de Jerusalém), e 35 mil soldados muçulmanos de Saladino. Com a vitória muçulmana, as cidades cristãs caíram quase todas, incluindo Ascalon, Beirute, Sidon, Jaffa, Nablus e, claro, Jerusalém.


1145
Papa Eugênio III clama por uma segunda cruzada
1146
Zengi é assassinado por um escravo
1147
Cruzados ingleses tomam Lisboa
1154
Nureddin invade Damasco
1169
Chirkuk, braço direito de Nureddin, domina o Egito
1174
Nureddin morre. Saladino assume
1187
Saladino vence a batalha de Hattin
1189
Papa Gregório VIII conclama a terceira cruzada

Revista Aventuras na História

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