
Nas primeiras décadas do século XX, o quadro de manifestações do carnaval de rua do Rio de Janeiro estava formado.
As grandes sociedades desfilavam seus enredos de crítica social e política apresentadas ao som de óperas, ornamentadas por luxuosas fantasias em cima de enfeitados carros alegóricos.
Os ranchos passaram ao som de sua marcha característica e os blocos carnavalescos servindo como diversão às camadas mais pobres da sociedade, que habitavam os morros e subúrbios cariocas formaram os ingredientes necessários para a formação das escolas.
O surgimento das escolas de samba veio desorganizar essas distinções.
Através de uma rápida ascensão na vida cultural da cidade, que culminou, em parte, com a decadência e o gradual desaparecimento do carnaval de rua carioca, as escolas de samba tornaram-se o destaque maior dos dias de reinado de Momo, interligando diferentes camadas sociais em seus dias de desfile.
As escolas sambas, nascidas nos morros e subúrbios cariocas, ocupam hoje com o seu desfile o lugar de “maior espetáculo” (do carnaval do Rio de Janeiro e do Brasil).
As escolas de samba surgiram por volta de 1920, período histórico no qual cada camada social tinha uma forma particular de brincar o carnaval.
O núcleo social de formação das escolas de samba foram os blocos: eles tinham a função de representar de forma positiva, em diferentes áreas da cidade, o grupo social que os compunham.
Uma maior ampliação do espaço social desses moradores dos morros e subúrbios cariocas era pretendida, então, por detrás da formação das escolas.
A primeira disputa entre escolas de samba aconteceu em 7 de fevereiro de 1932, na Praça Onze, no Rio de Janeiro e foi organizada pelo jornalista Mário Filho.
Preocupado com a falta de assunto para o seu jornal, O Mundo Sportivo, entre os meses de dezembro e março, criou o primeiro concurso de escolas de samba.
A promoção teve grande repercussão na imprensa e no carnaval seguinte, em 1933, o jornal O Globo assumiu o desfile.
Dois anos depois a Prefeitura do Rio passou a subvencionar o evento, oficializando-o como parte do carnaval carioca.
Em 1942, surge a Avenida Presidente Vargas, com a demolição da Praça Onze.
Surge assim o novo local de desfiles, que perduraria por muitos anos.
As escolas começam a ganhar espaço dos ranchos e das grandes sociedades na disputa pela hegemonia do carnaval.
Em 1946, surge o samba-enredo, com o governo municipal proibindo que as escolas cantem versos improvisados, levando para o local da apresentação uma música pronta.
O desfile das escolas de samba não parava de crescer e na metade da década de 50 a classe média passa a freqüentar os ensaios das escolas.
Em 1957, o desfile foi realizado na avenida Rio Branco.  A alta sociedade se rende à popularização crescente e passa a assistir o desfile.
As Escolas de Samba campeãs de todos os Carnavais
1932  Estação Primeira de Mangueira
1933  Estação Primeira de Mangueira
1934  Mangueira/Recreio de Ramos
1935  Portela
1936  Unidos da Tijuca
1937  Vizinha Faladeira
1938 Não houve concurso
1939  Portela
1940  Estação Primeira de Mangueira
1941  Portela
1942  Portela
1943  Portela
1944  Portela
1945  Portela
1946  Portela
1947  Portela
1948  Império Serrano
1949  Império Serrano/Mangueira
1950  Império Serrano/Mangueira
1951  Império Serrano/Portela
1952 Houve desfile mas a apuração não foi realizada
1953  Portela
1954  Estação Primeira de Mangueira
1955  Império Serrano
1956  Império Serrano
1957  Portela
1958  Portela
1959  Portela
1960  Portela, Salgueiro, Mangueira, Império Serrano e Unidos da Capela
1961  Estação Primeira de Mangueira
1962  Portela
1963  Acadêmicos do Salgueiro
1964  Portela
1965  Acadêmicos do Salgueiro
1966  Portela
1967  Estação Primeira de Mangueira
1968  Estação Primeira de Mangueira
1969  Acadêmicos do Salgueiro
1970  Portela
1971  Acadêmicos do Salgueiro
1972  Império Serrano
1973  Estação Primeira de Mangueira
1974  Acadêmicos do Salgueiro
1975  Acadêmicos do Salgueiro
1976  Beija-Flor de Ninópolis
1977  Beija-Flor de Ninópolis
1978  Beija-Flor de Ninópolis
1979  Mocidade Independente
1980  Portela, Imperatriz e Beija-flor
1981  Imperatriz Leopoldinense
1982  Império Serrano
1983  Beija-Flor de Ninópolis
1984  Portela/Mangueira
1985  Mocidade Independente
1986  Estação Primeira de Mangueira
1987  Estação Primeira de Mangueira
1988  Unidos de Vila Isabel
1989  Imperatriz Leopoldinense
1990  Mocidade Independente
1991  Mocidade Independente
1992  Estácio de Sá
1993  Acadêmicos do Salgueiro
1994  Imperatriz Leopoldinense
1995  Imperatriz Leopoldinense
1996  Mocidade Independente
1997  Unidos do Viradouro
1998  Mangueira e Beija-flor
1999  Imperatriz Leopoldinense
2000  Imperatriz Leopoldinense
2001  Imperatriz Leopoldinense
2002  Estação Primeira de Mangueira
2003  Beija-Flor de Ninópolis
2004  Beija-Flor de Ninópolis
2005  Beija-Flor de Nilópolis
2006  Unidos de Vila Isabel
2007  Beija-Flor de Nilópolis
2008  Beija-Flor de Nilópolis
2009  Acadêmicos do Salgueiro
2010  Unidos da Tijuca
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