Maria Antonieta: a "material girl" do século 18
Historiadora francesa compara Maria Antonieta à cantora Madonna
por Bianca Nunes
Última rainha da França, Maria Antonieta (1755-1793) era uma lançadora de moda inquieta e contestadora. Chocou ao vestir calças, até então exclusivas dos homens. Deixou de lado os espartilhos de barbatana de tubarão e adotou peças leves para se aproximar dos camponeses. Quando queria exibir sua riqueza, surgia em público com vestidos suntuosos e penteados rocambolescos de quase 1 metro de altura. Para a historiadora francesa Caroline Weber, tudo isso faz de Maria Antonieta uma precursora das celebridades atuais, em especial a cantora Madonna. Autora do livro Rainha da Moda (Zahar), recém-lançado no Brasil, Caroline defende que a nobre foi pioneira em um comportamento que hoje é comum entre os famosos: "Ela fazia aparições estratégicas e vazava informações sobre seu modo de vestir para a mídia". Com isso, seu estilo alcançou as massas, a ponto de provocar protestos de damas ricas, que diziam que essa atitude colocava em risco as diferenças entre as classes sociais. Na entrevista, Caroline explica as maiores inovações trazidas por Maria Antonieta, antes que a Revolução Francesa de 1789 apeasse a monarquia do poder.
Entrevista com Caroline Weber
O que diferencia Maria Antonieta de outras rainhas da época?
Em primeiro lugar, ela foi a primeira figura real européia a descobrir que não era necessário seguir as tradições para ganhar o respeito do povo. Percebeu que o modo de vestir poderia ser o componente essencial de sua fama. Além disso, fez com que o mundo fashion ficasse acessível para pessoas de todas as classes.
Ela pode ser comparada a alguém?
Sim, à cantora Madonna. A rainha mudava constantemente sua aparência, ia dos penteados extravagantes aos rústicos camisetes que usava em seu retiro particular, passando pelas andróginas silhuetas masculinas de montaria. Ela se reinventava constantemente, uma maneira de manter o público curioso sobre sua próxima faceta. Também como Madonna, a rainha acendeu os debates nacionais sobre a sexualidade feminina.
Por que a rainha usou branco para ir à guilhotina, em 1793?
A escolha foi intencional. Era uma forma de se declarar, de maneira corajosa, como mártir e leal guardiã da monarquia. Com sua roupa, ela dizia aos revolucionários que eles haviam tomado a coroa, mas jamais quebrariam seu espírito.
Revista Aventuras na História
Gostamos muito do blog. Abraços.
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