segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A mina de carvão


A mina de carvão
por Maria Carolina Maia
Nos séculos 18 e 19, falar sobre carvão mineral era tão importante quanto, hoje, discutir petróleo ou urânio enriquecido. Graças às 100 milhões de toneladas de carvão que chegaram a extrair por ano, os ingleses conseguiram trocar o esforço humano por locomotivas, teares e máquinas de fiação com rendimentos aceitáveis, impulsionando a Revolução Industrial.

As minas de carvão não são apenas uma conseqüência da Era das Máquinas, mas também uma causa. Nas primeiras jazidas, os mineiros usavam bombas de água para retirar a água que se acumulava. “Essa tecnologia rudimentar foi adaptada pelo escocês James Watt para os teares, criando seu motor a vapor que desencadeou a Revolução Industrial”, diz José Jobson de Andrade Arruda, professor de história da Unicamp. Até a invenção de Watt, motores a vapor eram geringonças dispendiosas demais. Depois dele, seriam os grandes amigos do homem.

Ouro negro
Como o combustível da Era das Máquinas era extraído na Inglaterra
FORÇA ANIMAL

Apesar de moverem as máquinas da Revolução Industrial, as minas de carvão contavam com pouca tecnologia. Pôneis e mulas, animais baixos e resistentes, eram usados para puxar os pequenos vagões cheios de carvão e mover os elevadores. Uma mina de tamanho médio tinha mais de 50 animais trabalhando

NO INÍCIO, A EXPLOSÃO

Para abrir túneis e extrair o carvão da terra, os mineiros utilizavam dinamite – criada graças a uma invenção dos chineses, a pólvora, que chegou à Europa no século 16. Vigas de madeira sustentavam as galerias, que tinham pouco mais de 1 metro de altura e que chegavam até 400 metros de profundidade

SEPULTURA

Umidade, calor e gases resultantes da queima de lampiões se misturavam à terra para criar um cenário dos mais perigosos. Mas o maior risco que os mineiros corriam era o de dar adeus à luz. Erros na dosagem da dinamite ou problemas na sustentação transformavam, com freqüência, a mina em sepultura

ELEVADOR

O espaço pelo qual passavam o elevador e a mangueira da bomba d`água era a principal referência espacial da mina. Para ele convergiam as galerias principais, equipadas com trilhos para os carrinhos que transportavam o carvão mineral recem-extraído

DESPERTADOR

Assim como em diversas fábricas do século 18, os castigos corporais eram freqüentes nas galerias das minas de carvão. A função da chibata não era punir, mas manter o trabalhador acordado durante o extenso expediente, que chegava a 14 horas diárias

CLIMA INFERNAL

Quanto mais os mineiros se aprofundavam na terra, mais o termômetro subia. A partir dos 300 metros de profundidade, a temperatura subia 1ºC a cada 33 metros. O ar intoxicado das galerias provocava uma inflamação nos pulmões que ficou conhecida como “doença negra”

CRIANÇAS NO TÚNEL

Quanto mais profundo era o túnel, mais difícil era abri-lo. Nesse caso, fazia-se um pequeno buraco e colocava-se uma criança, de 5 a 7 anos, para escavá-lo. Para recolher o carvão extraído, o pequeno trabalhador levava um carrinho amarrado ao pé

Revista Aventuras na História

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