ACENDEM-SE AS FOGUEIRAS: CAÇAM-SE AS BRUXAS
Suely Nóbrega Fernandes de Medeiros
O objetivo principal do presente trabalho é discutir o motivo pelo qual 80% dos condenados às fogueiras da inquisição eram de mulheres, trazendo a tona todo o medo em relação ao sexo feminino e a ameaça que as então transgressoras representaram ao poder patriarcal de sua época. Parte-se então da análise de bibliografias, tendo por base obras de Jean-Michael Sallmann, Carlos Roberto Figueiredo Nogueira e Jean Deleumeau, que possibilitaram uma reflexão da bruxaria enquanto construção feita a partir dos discursos de instituições responsáveis pela implementação da ordem. Tais discursos acarretaram o fenômeno da “caça as bruxas”, que levou ao extermínio principalmente de mulheres que lutavam pela preservação de sua crença. Segundo Deleumeau acreditava-se que estas mulheres despertavam a inquietude nos homens, eram senhoras da sua sexualidade e insaciáveis. Dessa forma, eram responsabilizadas por toda a danação, sedutoras ao mesmo tempo em que se deixavam seduzir; perigosas e capazes de levar ao pecado, à desgraça e à morte. Vivendo em uma sociedade que primava pela descrição, essas mulheres eram questionadas pela forma como agiam, pois qualquer movimento que de alguma forma viesse romper com a ordem imposta era considerado herético, e por sua vez extremamente punido. Portanto, as incursões a serem feitas no tema nos fazem discutir como ao longo dos tempos foi sendo construída a imagem da mulher ameaçadora. Imagem esta que é fruto do medo causado às lideranças da época, somando-se a isso, a ambição pelo poder que foi responsável em transformar a mulher de geradora da vida em sentinela do mal.
palavras-chave: Bruxaria. Mulher. Inquisição.
Revista Alpharrabios
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