quarta-feira, 30 de junho de 2010

A Revolução Mexicana por Diego Rivera

Afresco de Diego Rivera sobre o tema da Revolução Mexicana de 1910

A Revolução Mexicana por Diego Rivera

No México, a Revolução de 1910 foi retratada por Diego Rivera e outros artistas que faziam parte do movimento muralista. Em vez de pintarem quadros presos em cavaletes – que depois acabariam enfeitando a parede de algum colecionador, – Rivera e seus companheiros passaram a usar as próprias paredes como suporte. Com o apoio do Ministério da Educação, pintaram murais em palácios, igrejas, pátios de prédios ministeriais, escolas, museus e Câmaras legislativas. Isto permitia que a arte fosse, sobretudo, pública.
E do que tratavam os murais?

Tendo em vista que a Revolução Mexicana tirou do poder oligarquias que governavam o país havia 35 anos, a produção cultural passou a denunciar a elite, com imagens de índios oprimidos e explorados pelo colonizador e pela Igreja Católica. Mesmo quando os murais eram feitos em palácios públicos, não havia imposição quanto ao assunto retratado. Os artistas tinham liberdade para escolher os temas.

Diego Rivera foi o expoente máximo do movimento muralista. Ele acabava de voltar da Europa, onde aprendera que grandes artistas haviam se inspirado nas tradições dos seus próprios países para criar suas obras. Assim, Rivera misturava poemas astecas a símbolos da Revolução. No mural acima, feito na parede do Teatro Insurgentes, a imagem que se destaca é a do líder revolucionário Emiliano Zapata, assassinado em 1919. Ele está segurando uma tocha – provavelmente em alusão ao fervor da Revolução – e uma espiga de milho, lembrando a classe dos camponeses menos favorecidos. À direita da pintura, há uma figura cujos traços lembram bastante os deuses da mitologia asteca.

31/08/2007

Todos prontos? Chegou a hora da Revolução

A Revolução Mexicana foi um conflito complexo, que envolveu todo o território mexicano e todas as classes sociais, dos camponeses às elites. Eclodiu como um movimento eminentemente político; afinal de contas, o estopim dos embates foi a crise gerada pela sexta reeleição de Porfírio Díaz. A oposição criou um movimento pela não- reeleição e lançou como candidato um rico fazendeiro do norte do país chamado Francisco Madero. Este movimento ganhou rapidamente o apoio popular e Díaz, para evitar maiores problemas, mandou prender seu opositor até o dia do pleito. Este conseguiu fugir para os Estados Unidos e de lá convocou a população para, no dia 20 de novembro de 1910, às 18 horas, se rebelar contra a ditadura. Podemos dizer que esta foi uma das poucas revoluções com data e hora marcadas para começar.

Revista de História da Biblioteca Nacional

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