Os cinemas se negam a exibir Cidadão Kane. Só alguns cineminhas pulguentos se atrevem a semelhante desafio. Em Cidadão Kane, Orson Welles conta a história de um homem enfermo de febre de poder, e esse homem parece demais com William Randolph Hearst.
Hearst possui dezoito jornais, nove revistas, sete castelos e numerosas pessoas. Ele sabe como excitar a opinião pública. Em sua longa vida provocou guerras e bancarrotas, fez e desfez fortunas, criou ídolos, demoliu reputações. São invenções suas as campanhas escandalosas e as colunas de mexericos, boas para bater, como ele gosta, abaixo da linha de cintura.
O mais poderoso fabricante de opinião dos Estados Unidos acha que a raça branca é a única raça verdadeiramente humana. Crê na necessária vitória do mais forte e crê que os comunistas têm a culpa de que os jovens bebam álcool. Também está convencido de que os japoneses são traidores natos.
Os jornais de Hearst estão há mais de meio século alertando contra o Perigo Amarelo, quando o Japão bombardeia a base norte-americana de Pearl Harbor. Os Estados Unidos entram na segunda guerra mundial.
Davies, Marion. The timeswe had. Life with William Randolph Hearst. Indianápolis/ Nova Iorque, Bobbs-Merrill, 1975.
Memória do Fogo - Eduardo Galeano
Eduardo,
ResponderExcluirEsta semana pensei muito nesse filme, cujo livro me apraz.
Interessante a figura que ele escolhe, o "rosebud" indefinido no final.
Simultaneamente, relia o livro: "Os sábios de Sião"
Há muita semelhança nessas técnicas quase terroristas atualmente. Mas que continuam a vigorar.
Bela postagem, amigo!
Abração
Mirse