terça-feira, 6 de abril de 2010

Navegações e Descobrimentos


Descripción de las Yndias Ocidentalis [Decrição das Indias Ocidentais], em Description des Indes Occidentales [Decrição das Indias Ocidentais], Antonio de Herrera y Tordesillas, Amsterdam: M. Colin, 1622. Biblioteca do Congresso. Divisão de Geografia e Mapas. (3)


"Portugaliae" [Portugal], in Theatrum Orbis Terrarum [Teatro do mundo], Abraham Ortelius, [1579?]. Biblioteca do Congresso. Divisão de Geografia e Mapas. (2)


Descobrimento do Brasil, Oscar Pereira da Silva, [19?]. Fundação Biblioteca Nacional. Divisão de Iconografia. (1)
No século XV quando se inicia o grande movimento das navegações portuguesas, Portugal era um pequeno reino espremido entre a costa atlântica e a Espanha. Do antigo Condado Portucalense constituído das terras situadas entre os rios Douro e Minho, o reino foi-se formando à medida que descia para o sul, conquistando terra dos mouros. Não podendo se expandir para o interior da Península Ibérica restava aos portugueses a conquista do mar que lhes fazia frente. A busca de um caminho para o Oriente que evitasse as terras dos mouros e do império turco levou-os a percorrer a costa ocidental da África em direção ao sul. Na primeira metade do século XV eles exploraram as ilhas dos Açores e da Madeira. No entanto, enquanto os portugueses se dirigiam para o sul, Cristóvão Colombo (1430?-1506), navegador genovês a serviço dos reis de Espanha, buscava o Oriente navegando em direção ao Ocidente.

As rivalidades entre Portugal e Espanha com relação ao domínio das terras conquistadas pelas navegações tiveram - como era de hábito na época - a intervenção do Papa Alexandre VI, que emitiu várias bulas buscando resolver o impasse entre as duas potências do mar. Dom João II protestou diante das bulas que privilegiavam a Espanha, retirando benefícios anteriormente concedidos aos portugueses e mandou agentes à Espanha para propor uma nova linha divisória entre os domínios reais de Portugal e Espanha, que fosse menos prejudicial a Portugal. Ficou sugerido que em lugar de um meridiano fosse adotado como limite um paralelo que partindo das Canárias para o norte separasse das portuguesas as terras e ilhas pertencentes à Espanha. Garantia-se assim para Portugal todo o hemisfério sul, a Índia e as ambicionadas terras das especiarias.

Em 7 de junho de 1494 foi assinado o tratado na povoação castelhana de Tordesilhas. Pelo tratado, que se chamou originalmente "Capitulação da Partição do Mar Oceano", uma linha imaginária que viesse do pólo ártico ao pólo antártico a qual linha ou raia "se tinha de dar e dê direita, como dito é a trezentas e setenta léguas das Ilhas de Cabo Verde", o que ficava ao levante ou a leste da linha pertenceria a Portugal, o que estivesse ao poente seria da Espanha. Desse modo, ficava assegurado para Portugal o domínio das terras das Índias e garantia-se a maior parte da costa do Brasil, à parte que ficasse entre uma linha vertical unindo Belém do Pará a Laguna, em Santa Catarina.

1. A expedição do navegador português Pedro Álvares Cabral, com destino às Índias, se desviou de sua rota e chegou à costa do Brasil em 1500.

2. Mapa colorido à mão, extraído de um famoso atlas do século XVI, mostra o Reino de Portugal, ocupando posição estratégica a oeste da Península Ibérica, de frente para o Oceano Atlântico. O mapa é ilustrado com duas embarcações representando, provavelmente, as caravelas portuguesas, um tipo de embarcação pequena e veloz que certamente contribuiu para o êxito da navegação portuguesa.

3. O tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, divide as terras à oeste da Europa entre Portugal e Espanha. Foi sancionado pelo Papa Julius II e veio substituir o tratado estabelecido anteriormente pelo Papa Alexandre VI.

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