quinta-feira, 18 de março de 2010

Atentado para assassinar Hitler


20 de julho de 1944, quartel-general de Hitler em Rastenburg. Alguns minutos separam Hitler da explosão da bomba instalada por Claus Schenk von Stauffenberg...

Julho de 1944. Em todas as frentes alemãs, a situação se deteriora, apesar da brava resistência dos soldados. Por toda parte há prisioneiros, ruínas e morte. Várias vezes um grupo de oficiais alemães tentara livrar-se de Hitler antes que ele levasse seu país à ruína total. Eles traçam um novo plano, usando desta vez uma bomba-relógio. O plano é colocado em prática quando Hitler se encontra presente em seu quartel-general em Rastenburg, Prússia Oriental.

A bomba é colocada dentro de uma maleta, e o jovem tenente-coronel de 27 anos de idade Conde Claus Schenk von Stauffenberg a esconde no quartel general. Por volta de meio-dia, Hitler chega ao salão de conferências, onde a bomba fora deixada. Stauffenberg já se encontra a caminho de Berlim. A hora da explosão da bomba está marcada para doze horas e quarenta e dois minutos. Às 12:42, a bomba explode. Quatro oficiais do comando morrem e sete ficam gravemente feridos. A maleta que continha a bomba estava incomodando um oficial que, por isso, a empurrou para longe do Führer. Como por milagre, Hitler praticamente não é atingido.

Stauffenberg junta-se aos outros conspiradores no quartel-general em Berlim. Eles acreditam que Hitler está morto. Usando a planta do edifício, eles assumem o controle do quartel mas, mais tarde, recebem a notícia de que o atentado falhara e que, mais uma vez, Hitler escapara da morte. O general Ludwig Beck, líder da conspiração, comete suicídio. Stauffenberg é preso e fuzilado na mesma noite.

Numa paródia à justiça, os outros conspiradores são julgados num tribunal instalado sob as ordens de Hitler. O presidente do tribunal, Roland Freisler, é um militante nazista. O processo inteiro é filmado para que o povo alemão possa ver que fim levam os traidores. Os oficiais de altas patentes agora enfrentam a corte usando roupas velhas, vestindo calças largas demais. Os cintos lhes foram tirados. Freisler bombardeia os prisioneiros com perguntas e os humilha. Seu destino já está decidido. Entre os conspiradores militares que desfrutavam de alta estima estava Carl Godeler, um ex-prefeito da cidade de Leipzig.

No dia 8 de agosto, todos os acusados são sentenciados à morte. Os conspiradores são pendurados em laços de cordas de piano. Sua agonia também é filmada. Um importante conspirador, o marechal-de-campo Rommel, herói da guerra do deserto, não é exposto ao escândalo público. Hitler lhe ordena que cometa suicídio, ordem que Rommel cumpre quase três meses mais tarde. Outras cinco mil pessoas, incluindo os membros das famílias dos conspiradores, são mortas, vítimas da vingança de Hitler. A guerra se arrasta por mais dez meses: mais algumas centenas de pessoas iriam morrer.

Vinte anos se passariam antes que a Alemanha, por fim, prestasse homenagem àqueles que tentaram mudar o curso do regime nazista.

TV CULTURA - Cenas do Século 20

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