Os arqueólogos fizeram uma abertura na porta larga o bastante para poderem entrar naquela sala que foi chamada de "antecâmara". Media 3,70 x 8,00 e tinha 2,5 metros de altura. Empilhada junto a cada uma das paredes, mas com uma certa ordem, havia uma grande quantidade de objetos.
Tudo parecia recente: uma impressão digital na superfície pintada, flores incrivelmente bem conservadas, uma lâmpada que parecia ter sido apagada há pouco, um recipiente com argamassa utilizada para rebocar a porta...
Ao longo de uma parede via-se três divãs dourados em cujos lados haviam sido esculpidos animais que projetavam sombras grotescas, iluminadas pelas lanternas dos exploradores.
À direita da entrada duas estátuas do faraó, pintadas de negro e dourado, em tamanho natural, voltadas uma para a outra, guardavam uma porta selada.
Rodeando essas figuras havia dezenas de objetos empilhados: porta-jóias, vasos de alabastro, pequenas capelas negras fechadas, caixas brancas ovais, carruagens desmontadas, um retrato do faraó...
O solo estava coberto de cascalhos, de fragmentos, de elementos vegetais provenientes de ramos e cestos espalhados.
Os ladrões que haviam entrado na tumba por duas vezes haviam desprezado certos objetos. Tiraram o fundo de uns pequenos cofres, abriram cestos, esvaziaram os vasos de óleos... mas tudo ali oferecia um espetáculo ímpar aos exploradores.
O diário de escavação de Carter relacionou 171 móveis e objetos diferentes nessa antecâmara, isso sem se levar em consideração que alguns desses objetos eram cofres com vários elementos no seu interior.
Nessa sala também havia uma capela feita de madeira dourada, com meio metro de altura, que mostrava suas portas abertas, violadas pelos ladrões.
Nela deveriam estar duas estátuas (uma do rei e outra da rainha), de ouro maciço. A capela estava montada sobre um trenó de madeira laminada de prata. O grupo estatuário nunca foi encontrado.
As estátuas pintadas de negro que mencionamos antes traziam o nome do "Ka Real de Horakhty, o Osíris-Tutankhamon" tinham 1,70 metro e guardavam uma porta lacrada. Além dessa porta Carter percebeu que havia uma outra na parede ao lado da qual estava empilhada a maior parte dos objetos que estavam na antecâmara. Nela os pesquisadores viram que já havia um pequeno buraco, talvez feito pelos ladrões.
A sala a que dava acesso mostrava estar em grande desordem, possivelmente porque havia sido utilizada pelos ladrões para o exame dos "tesouros". Mas a essa sala retornaremos mais adiante.
O que realmente preocupava Carter era o lugar onde poderia estar o sarcófago do rei. Teria sido saqueado? A múmia teria sido destruída por algum governante posterior, num ato de revanche contra os que participaram da reforma de Akhenaton ? Teria sido violada pelos ladrões na busca de amuletos valiosos ?
Em 17 de fevereiro de 1923 os arqueólogos derrubaram solenemente a parede guardada pelas duas estátuas negras do rei. Cerca de 20 convidados estavam presentes, enfastiados, comentando estarem prestes a testemunhar a abertura de mais uma tumba vazia.
Carter foi lentamente retirando a argamassa e cada uma das pedras que bloqueavam aquela passagem. Quando a abertura estava suficientemente larga, penetrou na câmara seguido de Carnarvon.
Passados 20 minutos regressaram em silêncio e com ar de estupefação à antecâmara.
Gestos acompanhando esse ar fizeram com que os convidados avançassem numa corrida desenfreada para o buraco aberto na porta, pisoteando-se uns aos outros. Restaurada a ordem, todos, dois a dois, puderam entrar naquela sala.
Ali viram colares espalhados pelo chão, caixas em formas de capelas e pilones, uma grande capela de madeira decorada que ocupava quase toda a sala, odres de vinho, remos de madeira, uma trombeta de prata, lâmpadas de alabastro, estátuas...
Essa sala, batizada pelos exploradores de "câmara mortuária", era a única decorada da tumba. Estava um metro abaixo do nível do solo da antecâmara e dela os arqueólogos podiam ver uma outra sala que não estava bloqueada.
Os pesquisadores se aproximaram da grande capela dourada e viram que suas portas tinham trancas de ébano. No chão, frente à capela, notaram que jazia um selo de terra com o cartucho da necrópole, destinado a lacrar as trancas. Aquele selo havia sido rompido pelos salteadores que tinham conseguido chegar à múmia do rei.
Quando as pesadas portas da capela foram abertas, Carter viu-se frente a um fino dossel de linho, amarelado pelo tempo, no qual estavam presas margaridas de bronze dourado. Havia bastões, armas, recipientes de alabastro e outras miudezas.
Por trás do dossel, o indício mais importante: a porta de uma segunda capela, também de madeira dourada, trazia na tranca o lacre (selo) da necrópole tebana...intacto! Este selo ou lacre (foto acima) era usado para fechar e selar túmulos, para que ninguém entrasse depois de o defunto ser enterrado. Os selos eram de argila e tinham gravado o nome e várias imagens que faziam referência a necrópole.
Dentro da câmara funerária do túmulo de Tutankhamon, Carter encontrou quatro santuários (capelas). Neste segundo santuário (capela) ainda continha o selo (lacre), nele vê-se um chacal, que representa o Deus Anupu, guardião das necrópoles, e nove personagens cativos, ajoelhados e com as mãos atadas nas costas.
Abertas as portas dessa segunda capela (santuário), mais objetos foram encontrados: arcos cerimoniais, flechas, abanadores... e uma terceira capela decorada como as anteriores.
Quando foram abertas as portas dessa capela, mais uma foi encontrada. Sua forma diferia das três anteriores. A cada objeto encontrado pelos arqueólogos eram desvendados os segredos das cerimônias funerárias e da vida do jovem rei sepultado naquela tumba.
As capelas representavam as que foram erigidas por Ísis nos lugares santos onde havia encontrado as partes do corpo de Osíris. O rei morto representava, agora, o próprio deus morto, pronto a ressuscitar num outro mundo, unindo-se à própria essência divina.
Bem, as portas da quarta capela foram abertas. Havia um brilho dourado no que viam, diferente do brilho do ouros das capelas anteriores.
Era o de um sarcófago de quartzito amarelo, belo na sua decoração e muito bem guardado pelas capelas externas. Estava-se cada vez mais próximo da múmia do rei.
Tudo parecia recente: uma impressão digital na superfície pintada, flores incrivelmente bem conservadas, uma lâmpada que parecia ter sido apagada há pouco, um recipiente com argamassa utilizada para rebocar a porta...
Ao longo de uma parede via-se três divãs dourados em cujos lados haviam sido esculpidos animais que projetavam sombras grotescas, iluminadas pelas lanternas dos exploradores.
À direita da entrada duas estátuas do faraó, pintadas de negro e dourado, em tamanho natural, voltadas uma para a outra, guardavam uma porta selada.
Rodeando essas figuras havia dezenas de objetos empilhados: porta-jóias, vasos de alabastro, pequenas capelas negras fechadas, caixas brancas ovais, carruagens desmontadas, um retrato do faraó...
O solo estava coberto de cascalhos, de fragmentos, de elementos vegetais provenientes de ramos e cestos espalhados.
Os ladrões que haviam entrado na tumba por duas vezes haviam desprezado certos objetos. Tiraram o fundo de uns pequenos cofres, abriram cestos, esvaziaram os vasos de óleos... mas tudo ali oferecia um espetáculo ímpar aos exploradores.
O diário de escavação de Carter relacionou 171 móveis e objetos diferentes nessa antecâmara, isso sem se levar em consideração que alguns desses objetos eram cofres com vários elementos no seu interior.
Nessa sala também havia uma capela feita de madeira dourada, com meio metro de altura, que mostrava suas portas abertas, violadas pelos ladrões.
Nela deveriam estar duas estátuas (uma do rei e outra da rainha), de ouro maciço. A capela estava montada sobre um trenó de madeira laminada de prata. O grupo estatuário nunca foi encontrado.
As estátuas pintadas de negro que mencionamos antes traziam o nome do "Ka Real de Horakhty, o Osíris-Tutankhamon" tinham 1,70 metro e guardavam uma porta lacrada. Além dessa porta Carter percebeu que havia uma outra na parede ao lado da qual estava empilhada a maior parte dos objetos que estavam na antecâmara. Nela os pesquisadores viram que já havia um pequeno buraco, talvez feito pelos ladrões.
A sala a que dava acesso mostrava estar em grande desordem, possivelmente porque havia sido utilizada pelos ladrões para o exame dos "tesouros". Mas a essa sala retornaremos mais adiante.
O que realmente preocupava Carter era o lugar onde poderia estar o sarcófago do rei. Teria sido saqueado? A múmia teria sido destruída por algum governante posterior, num ato de revanche contra os que participaram da reforma de Akhenaton ? Teria sido violada pelos ladrões na busca de amuletos valiosos ?
Em 17 de fevereiro de 1923 os arqueólogos derrubaram solenemente a parede guardada pelas duas estátuas negras do rei. Cerca de 20 convidados estavam presentes, enfastiados, comentando estarem prestes a testemunhar a abertura de mais uma tumba vazia.
Carter foi lentamente retirando a argamassa e cada uma das pedras que bloqueavam aquela passagem. Quando a abertura estava suficientemente larga, penetrou na câmara seguido de Carnarvon.
Passados 20 minutos regressaram em silêncio e com ar de estupefação à antecâmara.
Gestos acompanhando esse ar fizeram com que os convidados avançassem numa corrida desenfreada para o buraco aberto na porta, pisoteando-se uns aos outros. Restaurada a ordem, todos, dois a dois, puderam entrar naquela sala.
Ali viram colares espalhados pelo chão, caixas em formas de capelas e pilones, uma grande capela de madeira decorada que ocupava quase toda a sala, odres de vinho, remos de madeira, uma trombeta de prata, lâmpadas de alabastro, estátuas...
Essa sala, batizada pelos exploradores de "câmara mortuária", era a única decorada da tumba. Estava um metro abaixo do nível do solo da antecâmara e dela os arqueólogos podiam ver uma outra sala que não estava bloqueada.
Os pesquisadores se aproximaram da grande capela dourada e viram que suas portas tinham trancas de ébano. No chão, frente à capela, notaram que jazia um selo de terra com o cartucho da necrópole, destinado a lacrar as trancas. Aquele selo havia sido rompido pelos salteadores que tinham conseguido chegar à múmia do rei.
Quando as pesadas portas da capela foram abertas, Carter viu-se frente a um fino dossel de linho, amarelado pelo tempo, no qual estavam presas margaridas de bronze dourado. Havia bastões, armas, recipientes de alabastro e outras miudezas.
Por trás do dossel, o indício mais importante: a porta de uma segunda capela, também de madeira dourada, trazia na tranca o lacre (selo) da necrópole tebana...intacto! Este selo ou lacre (foto acima) era usado para fechar e selar túmulos, para que ninguém entrasse depois de o defunto ser enterrado. Os selos eram de argila e tinham gravado o nome e várias imagens que faziam referência a necrópole.
Dentro da câmara funerária do túmulo de Tutankhamon, Carter encontrou quatro santuários (capelas). Neste segundo santuário (capela) ainda continha o selo (lacre), nele vê-se um chacal, que representa o Deus Anupu, guardião das necrópoles, e nove personagens cativos, ajoelhados e com as mãos atadas nas costas.
Abertas as portas dessa segunda capela (santuário), mais objetos foram encontrados: arcos cerimoniais, flechas, abanadores... e uma terceira capela decorada como as anteriores.
Quando foram abertas as portas dessa capela, mais uma foi encontrada. Sua forma diferia das três anteriores. A cada objeto encontrado pelos arqueólogos eram desvendados os segredos das cerimônias funerárias e da vida do jovem rei sepultado naquela tumba.
As capelas representavam as que foram erigidas por Ísis nos lugares santos onde havia encontrado as partes do corpo de Osíris. O rei morto representava, agora, o próprio deus morto, pronto a ressuscitar num outro mundo, unindo-se à própria essência divina.
Bem, as portas da quarta capela foram abertas. Havia um brilho dourado no que viam, diferente do brilho do ouros das capelas anteriores.
Era o de um sarcófago de quartzito amarelo, belo na sua decoração e muito bem guardado pelas capelas externas. Estava-se cada vez mais próximo da múmia do rei.
misteriosantigos.com
Eduardo,
ResponderExcluirsempre nos presenteando com excelentes textos.
Tem uma surpresa pra você em meu blog.
É uma lembrança que fiz para sua nova revista.
Estou curiosa para saber se você vai gostar.
Me dê um retorno.
Beijos.
Eduardo,
ResponderExcluirsinto-me honrada com o convite para participar da revista.É claro que aceito!
Me mande um e.mail dizendo de que forma posso melhor colaborar.
Quanto ao selo fiz justamante para ajudar na divulgação. assim ,aspessoas podem também ajudar, colocando-o em seus blogs.
Aguardo notícias sobre a contribuição na revista.
Já mandei dois textos pelo e.mail.
Você chegou a vê-los?
Estou muito feliz pelo convite. Obrigada.
Grande abraço,amigo.