“Tanto Mar”, de Chico Buarque (primeira versão) 1975
Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor no teu jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim
(HOLLANDA, Chico Buarque de. Tantas palavras. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 222.)
“Tanto Mar”, de Chico Buarque (segunda versão) 1978
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
E ainda guardo, renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim
(HOLLANDA, Chico Buarque de. Tantas palavras. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 282.)
Revista de Historia da Biblioteca Nacional
Chico é meu cantor, compositor e autor de grandes livros, preferido.
ResponderExcluirMuitos pensam que é por sua beleza, não!
Acompanho sua genialidade desde os tempos dos festivais. Temos quase a mesma idade, sou apenas tres anos mais nova.
Dos exilados políticos, ele foi o único que não teve regalias. Tudo bem, que pegava pesado na ditadura, mas acredito que o fato de pertencer a uma família mais abastada, tirou dele, o que os outros tinham.
Ele realmente passou necessidades enquanto exilado e isolado dos companheiros.
Esta música dos cravos e toda sua obra, possuo, inclusive um disco LP riscado pelos anos da ditadura em algumas faixas.
Ele é um GÊNIO!
Agora leio seus livros.
Belíssima e oportuna postagem
Abraços
Mirse